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Bullying: o que é?

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O bullying tem mobilizado autoridades de inúmeros países, incluindo o Brasil. O problema atinge pessoas das mais diversas idades, especialmente crianças e adolescentes, e pode causar danos graves às vítimas. Em 2018, foi aprovado um projeto de lei que atribui às escolas a responsabilidade de prevenir e combater diversas formas de violência em seus meios, o que inclui o bullying. Essa medida é complementa a Lei de Combate ao Bullying, de 2015.

Entenda o significado do termo e como o governo brasileiro e de outros países interpreta e combate esse problema.

Se preferir, escute nosso podcast sobre o tema:

Listen to “#032 – Bullying” on Spreaker.

DEFINIÇÃO DE BULLYING

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Bullying é um termo de origem inglesa, popularizado pelo professor de psicologia Dan Olweus. Em países como o Reino Unido e os Estados Unidos, alunos que intimidam alunos verbal e fisicamente são chamados de bullies (valentões). E é precisamente a essa prática que se refere o termo bullying: gestos que intimidam e agridem pessoas tanto verbal quanto fisicamente. A prática é deliberadarecorrente, ou seja, o agressor tem prazer em humilhar a vítima e volta a praticar inúmeras vezes. Os ataques ocorrem sem motivo aparente. Existem também meios mais sutis de bullying, como isolar a vítima socialmente ou espalhar boatos sobre ela.

A vítima de bullying costuma ser uma pessoa com características que a diferenciam da maioria e a tornam mais vulnerável a ataques. A prática ocorre, portanto, por conta de uma relação desigual de poder entre o perpetrador e a vítima. Outro problema é que a vítima costuma ser uma pessoa com dificuldades de se impor e impedir as agressões. Por isso, muitas vezes elas sofrem em silêncio.

Por outro lado, o agressor costuma ser uma pessoa com problemas de empatia, vindo de famílias problemáticas. Mas alguém que pratica bullying também pode querer se tornar mais popular ou simplesmente sentir-se mais poderoso. Há quem considere o bullying uma doença.

O QUE É E O QUE NÃO É BULLYING

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Nem toda agressão pode ser chamada de bullying. Primeiro, o bullying geralmente ocorre entre pares (entre colegas de escola, de faculdade, de trabalho, etc). Além disso, brigas e discussões pontuais não são suficientes para caracterizar bullying, pois decorrem de outros motivos. Um exemplo clássico da prática – muito retratado em filmes infantis – é o que ocorre entre uma criança maior, mais velha e mais forte contra uma criança menor, mais nova e mais fraca. Como a criança menor não tem como se defender do “valentão”, ela sofre na mão dele. É obrigada a entregar dinheiro do lanche, é chamado de apelidos jocosos e leva surras.

Com a internet, surgiu o cyberbullying, ou seja, práticas de bullying por meios virtuais, como redes sociais. Os agressores utilizam esses meios para difundir boatos sobre as vítimas, postar fotos e conteúdos que as expõem indevidamente, entre outros.

PÚBLICO ESPECTADOR

Segundo Telma Vinha, doutora em Psicologia Educacional e professora da Faculdade de Educação da Unicamp, a presença de um público espectador é um dos elementos mais importantes para se caracterizar o bullying. Outras pessoas assistem às agressões. A reação delas é mista: muitas riem das agressões e não as consideram danosas; outras tomam as dores da vítima. Mas a maioria, mesmo percebendo a violência, não confronta o agressor. O motivo disso pode ser o medo de ser a próxima vítima dele (muito comum nas escolas).

ONDE OCORRE O BULLYING?

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A prática não se limita aos colégios e às creches. Não se trata de uma mera “brincadeira de criança”. A dinâmica pode ser reproduzida em praticamente qualquer contexto social. Em faculdades, empresas, instituições públicas e qualquer outro ambiente também há bullying, mesmo que seja mais disfarçado ou tolerado. O bullying corporativo, por exemplo, é um grave problema que atinge muitos profissionais. Onde há uma relação de repetidas agressões verbais ou físicas a uma pessoa, causando-lhe dor e angústia, há um caso de bullying.

QUAIS SÃO AS CONSEQUÊNCIAS DO BULLYING?

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A prática não pode ser encarada como uma questão banal. As agressões podem ter implicações graves à vítima, principalmente em sua saúde mental. Depressão, autoestima baixa e sentimentos negativos são problemas comuns entre quem sofre ou já sofreu. Em último caso, pode haver o suicídio.

QUAL É O TAMANHO DO PROBLEMA?

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Dados do IBGE indicam que, infelizmente, a prática é generalizada. Por um lado, um terço dos estudantes brasileiros relata sofrer bullying (dados de 2011). Por outro, um em cada cinco já teria praticado, segundo estudo do IBGE de 2015, baseado em perguntas feitas a mais de 100 mil estudantes. A pesquisa de 2015 também revelou que metade dos praticantes não sabem explicar por que agridem os colegas. Os alvos mais apontados nas agressões foram aparência do corpo ou do rosto, cor ou raça, orientação sexual e origem das vítimas.

Dados do Diagnóstico Participativo das Violências nas Escolas, feito em 2016, apontam que 69,7% dos jovens afirmam terem visto algum tipo de agressão dentro da escola, seja agressão verbal, física, discriminação, bullying, furto, roubo ou ameaças.

POLÍTICAS ANTI-BULLYING: BRASIL E MUNDO

Por ser uma prática bastante comum e também muito danosa às vítimas, países têm criado formas de combatê-lo. Estados Unidos, Canadá e Noruega incluíram nos currículos planos de prevenção ao bullying, que devem ser postos em prática por cada escola. A Noruega utiliza metodologia elaborada por Dan Olweus, pesquisador que criou o termo bullying.

Outros países punem pelas vias legais. O Reino Unido, por exemplo, considera a prática um caso de assédio ou perseguição. Agressores podem ser responsabilizados criminalmente. Já a Finlândia categoriza a prática como crime específico, sujeito a multas e restrição de liberdades. As escolas em que o bullying ocorre podem ser processadas por negligência.

O Brasil adotou legislação anti-bullying em novembro de 2015. A então presidente Dilma Rousseff sancionou o Programa de Combate à Intimidação Sistemática, que prevê a capacitação de docentes e equipes pedagógicas, campanhas educativas e assistência psicológica e jurídica às vítimas e agressores. Mas a lei também determina que se evite punir quem pratica, fato que motivou críticas de entidades ligadas à educação. No lugar da punição, deve-se privilegiar ações alternativas que responsabilizem o indivíduo e alterem o comportamento agressivo. A lei anti-bullying brasileira se assemelha à de muitos estados americanos.

Última atualização em 18 de abril de 2018.

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Conteúdo escrito por:
Bacharel em Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

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16 abr. 2024

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