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Será que a história política brasileira pode ser contada por meio da música nacional?

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A música é, há muitas décadas, uma das mais importantes expressões culturais e artísticas no Brasil. As canções, que podem ser produzidas em variados gêneros, são atrativas para entreter, motivar, acalmar, concentrar e, até mesmo, para politizar as pessoas. 

Em um longo processo marcado pela dominação de povos e pelo multiculturalismo, a música se difundiu de diferentes maneiras pelo território brasileiro, atingindo todas as camadas sociais e tornando-se uma ferramenta de expressão política em diversos episódios marcantes para a História do país. 

Neste texto, iremos falar sobre canções que eternizaram alguns desses episódios, analisando o contexto a que pertencem e, consequentemente, os significados que elas carregaram em determinados movimentos políticos.

  • Cem anos de liberdade, realidade ou ilusão?

Em 1988, cem anos após a abolição do trabalho escravo no Brasil, o samba-enredo da Estação Primeira de Mangueira questionou a falsa liberdade que a Lei Áurea proporcionou à população negra no país. O preconceito racial, a miséria e a exploração foram os temas marcantes da canção que, ainda hoje, condiz com a realidade.

  • Canudos

A Guerra de Canudos, ocorrida no sertão da Bahia entre os anos de 1828 e 1897, foi o tema da música “Canudos”, de Edu Lobo e Cacaso. A composição lamenta o massacre dos habitantes do povoado, onde mais de 25 mil pessoas foram mortas, e a homenageia Antônio Conselheiro, o líder da comunidade sócio-religiosa.

  • O mestre-sala dos mares

A canção  “O mestre-sala dos mares”, composta em 1974 por João Bosco e Aldir Blanc, eternizou João Cândido Felisberto, o líder da Revolta da Chibata. O samba, censurado durante o regime militar no Brasil, conta a importância de João Cândido no movimento de reivindicação por melhorias nas condições de trabalho dos marujos, que sofriam castigos corporais com chibatadas, como na época da escravidão. 

  • Menino

Em 1968, durante a ditadura militar no Brasil, o aumento do preço da refeição em um restaurante universitário do Rio de Janeiro mobilizou uma passeata de estudantes que foi impedida por uma agressiva intervenção policial, gerando a morte do secundarista Edson Luís de Lima Souto. Na canção “Menino”, Milton Nascimento e Ronaldo Bastos homenagearam Edson, que se tornou um símbolo dos movimentos contrários às repressões ditatoriais.

  • É

Promulgada em 1988, durante o governo de José Sarney, a atual Constituição da República Federativa do Brasil consolidou direitos importantes para a sociedade. Em um período que sucedia o autoritarismo e a violência de um regime militar, o cantor Gonzaguinha compôs um desabafo que carregava a esperança de dias melhores para o país.

  • Diário de um Detento

Produzida pelo grupo Racionais MC’s, a música  “Diário de um Detento” trata sobre o massacre policial que provocou a morte de 111 detentos no presídio de Carandiru, em São Paulo. O rap foi escrito por Mano Brown e Josemir Prado, que sobreviveu à chacina e, dentro da própria prisão, compôs trechos da letra. 

  • Esmola

Em 1993, um ano antes da implementação da moeda Real, a economia brasileira vivia um período de hiperinflação, o que ocasionou a instabilidade dos preços de inúmeros itens essenciais para a população. A desigualdade social e a extrema pobreza desse período foram os temas da música  “Esmola”, da banda Skank.

  • Maria da penha

A canção de Alcione, lançada em 2006, tem o mesmo nome de Maria da Penha Maia Fernandes, uma mulher que, ao enfrentar uma longa batalha para que seu agressor fosse condenado, ocasionou a implementação de uma lei federal brasileira que tem por objetivo coibir e punir atos de violência contra a mulher. 

  • Reflexo

Lançado em 2020, o  funk  “Reflexo”, composto por MC Cabelinho e pelo rapper BK, conta a violenta realidade vivenciada pelas famílias que habitam as periferias brasileiras. A música soa como um protesto pelas más condições de vida, pelas rudes invasões policiais e pelas mortes cruéis e injustas que, ainda hoje, fazem parte do cotidiano da população das favelas.

Aprender política com boas músicas é ainda melhor, não é? Conta para nós qual é a sua canção preferida do post e, caso conheça outras, compartilhe o nome dela nos comentários para conhecermos também!

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Conteúdo escrito por:
Graduanda em Jornalismo e apaixonada pela escrita, encontrou nas produções de texto o potencial para contribuir com a democratização do acesso à educação política no Brasil.

Será que a história política brasileira pode ser contada por meio da música nacional?

24 abr. 2024

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