Mercado Financeiro: o que é e como funciona?

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Você certamente já ouviu falar sobre o Mercado Financeiro em noticiários de TV, rádio ou jornais impressos, não é verdade? Mas afinal, você sabe realmente do que se trata e qual a sua importância para a economia do país? Para te ajudar, o Politize! explica tudo o que você precisa saber sobre o tema, de forma clara e didática.

O que é o Mercado Financeiro e por que ele existe?

Podemos entender o Mercado Financeiro como um ambiente em que ativos financeiros são comprados ou vendidos por pessoas físicas ou instituições públicas e privadas. Como exemplo, podemos citar a emissão de títulos, compra de ações, mercadorias, assim como a negociação de moedas estrangeiras, empréstimos bancários, dentre tantas outras operações que veremos adiante.

Esse mercado também desempenha um importante papel na economia do país. Ele possibilita a transferência de recursos de pessoas superavitárias (aquelas que têm recursos em excesso) para pessoas deficitárias (que precisam de dinheiro). Além disso, esses fluxos de capitais, operados no mercado financeiro, também permitem o desenvolvimento das empresas e das regiões em que estão localizadas.

A utilização do crédito é uma das principais operações financeiras utilizadas no Brasil, para financiamento de habitação, máquinas, equipamentos, educação, dentre outras utilidades. Só em 2018, o uso de cartões cresceu 14,5% e o número de compra chegou a R$ 1,55 trilhão de reais, segundo dados divulgados pela Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços).

Como o Mercado Financeiro funciona?

Basicamente, ele funciona de modo a possibilitar o contato entre investidores, tomadores de recursos e até mesmo entre corretoras ou instituições de fiscalização. Essas últimas, em grande parte, trabalham no sentido de padronizar e normatizar as operações que são executadas dentro do mercado. Também é importante destacar que o Mercado Financeiro possui quatro subdivisões, sobre as quais abordaremos mais abaixo.

Sendo assim, a lógica de funcionamento desse mercado se baseia na seguinte regra: aquela pessoa que possui dinheiro sobrando empresta à outra pessoa que necessita de capital, podendo também se tratar de empresas ou até mesmo de instituições públicas. Dentre algumas operações, as mais conhecidas são os empréstimos bancários, negociação de moedas estrangeiras, transações de crédito de curto ou médio prazo, compra de ações nas bolsas de valores ou de títulos públicos.

Quais são as principais instituições do Mercado Financeiro?

É claro que, se existem negociações entre diferentes pessoas, empresas e instituições, torna-se igualmente necessária a presença de órgãos fiscalizadores.

Conselho Monetário Nacional (CMN)

O primeiro deles trata-se do Conselho Monetário Nacional (CMN), descrito como o órgão superior do Sistema Financeiro Nacional pelo Ministério da Economia, e que tem como função formular a política de moeda e do crédito, com o objetivo de estabilizar a moeda e possibilitar o desenvolvimento econômico e social do país.

Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e o Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC)

Também existem outros dois conselhos importantes para o setor financeiro nacional. Trata-se do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e do Conselho Nacional de Previdência Complementar, o CNPC. Enquanto o primeiro visa fixar as diretrizes e normas da política de seguro privado e demais atividades ligadas ao órgão, o segundo tem como responsabilidade regular os fundos de pensão.

Banco Central (BC) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM)

Além dessas três instituições já citadas, existem também o Banco Central (BC), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e demais órgãos que são de extrema importância para o Mercado Financeiro. O BC é considerado a autarquia do Sistema Financeiro Nacional. Por ele, passam a quantia de dinheiro em circulação na economia, as tarifas bancárias e tudo que está atrelado às operações monetárias. O Banco Central também possui dados de mercado, realiza a cotação diária do dólar e de taxas de juros bancários e de instituições financeiras. O Politize! já tratou do assunto nesse post!

Sempre é possível escutar fatos relacionados ao Banco Central nos noticiários. Isso acontece porque trata-se da principal instituição financeira do país, criada em 1964, no início do regime militar. Tamanha é a sua importância que qualquer instituição financeira depende das autorizações do BC para funcionamento e está sempre subordinada às suas fiscalizações.

O BC ainda é possuidor de uma reserva cambial do país, tanto em ouro como em dólares, além de ser um depositário do Tesouro Nacional, realizando o monitoramento do sistema financeiro brasileiro, emitindo papel moeda e moeda metálica, assim como definindo o controle de moeda nacional e estrangeira no país.

Já a CVM é uma das autarquias do mercado financeiro que trata exclusivamente de assuntos relacionados ao mercado de valores mobiliários. Suas atividades estão relacionadas a empresas, aos intermediários financeiros, à fiscalização externa, à normatização contábil e auditoria, assim como aos investidores, aos assuntos jurídicos, ao desenvolvimento de mercado, à informática, a questões internacionais e à administração.

A sede da CVM localiza-se no Rio de Janeiro e tem em sua administração um Presidente e quatro diretores que são nomeados pelo Presidente da República.

Leia também: Você sabe o que faz a Comissão de Valores Mobiliários?

As subdivisões do Mercado Financeiro (Mercado de capitais, Mercado de crédito, Mercado de câmbio e Mercado monetário)

Mercado Financeiro

Como citado anteriormente, o Mercado Financeiro é composto por 4 subdivisões.

Mercado de Capitais

A primeira subdivisão trata-se do Mercado de Capitais, espaço em que valores mobiliários são negociados. É o mercado mais próximo aos investidores e, em grande parte, funciona como uma oportunidade de captar recursos. Nele são negociados títulos, ações e derivados em bolsas de valores, sociedades corretoras e demais instituições financeiras.

A CVM, Comissão de Valores Mobiliários, é o principal órgão fiscalizador do Mercado de Capitais. Nele podemos encontrar as Bolsas de Valores, ambientes em que todos os valores mobiliários são negociados. Também existe a presença de corretoras, cuja função é intermediar a compra e venda de títulos aos clientes. Por sua vez, o sistema Clearing House, mais conhecido como Câmara de Compensação,  também busca possibilitar a relação comprador e vendedor no mercado financeiro, regulamentando a compra ou venda de valores.

Mercado de Crédito

É no Mercado de Crédito que são realizadas as operações de créditos, os financiamentos e tomadas de recursos para capital de giro ou até mesmo consumo. O Banco Central é a principal instituição que regulamenta esse mercado, ditando os juros básicos da economia, por meio da sua Política Monetária.

O Mercado de Crédito trata-se do segmento mais presente na vida do consumidor. A partir dele que são possibilitados os créditos à pessoa física, como, por exemplo, os créditos consignados, cheque especial, cartões de crédito, leasing, dentre outros. A pessoa jurídica também faz parte dele, na contratação de um empréstimo para capital de giro, financiamento de máquinas, equipamentos ou no financiamento de projetos.

Mercado de Câmbio 

Mercado de Câmbio é muito presente na vida de quem viaja internacionalmente. Ao viajar, por exemplo, para os Estados Unidos, é necessário que convertamos o real em dólar e essa é apenas uma das tarefas desempenhadas pelo mercado cambial. Isto é, além da troca de moedas estrangeiras, o Mercado de Câmbio também possibilita o recebimento de pagamentos e transferências no exterior, a partir de cartões de créditos internacionais, por exemplo.

Mercado Monetário 

A função do Mercado Monetário está em regular a quantidade de dinheiro em circulação. Nele se realizam financiamentos de curto ou curtíssimo prazo, além de negociações com títulos do Tesouro, papéis comerciais e certificado de depósito.

Lembre-se de que a liquidez é uma das características que distinguem o Mercado Monetário do Mercado de Capitais. Esse último possui médio ou longo prazo em suas negociações. Já o monetário, como foi mencionado no parágrafo acima, tem como objetivo negócios de prazo bem curto.

Leia também: Política fiscal, monetária e cambial: Qual a diferença?

Quais os principais tipos de investimentos?

Basicamente, existem dois tipos de investimentos possíveis dentro do Mercado Financeiro: a renda fixa e a renda variável.

Os investimentos de renda fixa funcionam a partir de uma base de projeção. Isso quer dizer que, antes da aplicação, é possível fazer um cálculo do retorno financeiro possibilitado pelo investimento. Trata-se então de rendimentos prefixados, com juros anuais, pós fixados, CDI, IPCA, dentre outras formas de cálculo.

A poupança, o CDB (Certificado de Depósito Bancário), o LCI (Letras de Crédito Imobiliário), o LCA (Letras de Crédito do Agronegócio), debêntures e o Tesouro Direito são alguns dos principais sistemas que têm como base investimentos de renda fixa.

Se por um lado a renda fixa nos possibilita, na maior parte das vezes, retornos mais elevados, também existe outro tipo de investimento que apresenta mais riscos. Trata-se da Renda Variável. Ao contrário da fixa, nela não podemos ter uma estimativa precisa de quanto será o nosso retorno financeiro, podendo às vezes ser muito elevado ou não. Tudo dependerá exclusivamente de inúmeros fatores existentes nas operações, no mercado financeiro em si, na política do país, dentre tantas outras questões.

O investimento em ações, as ações e derivados na bolsa de valores, os fundos de investimentos de ações e multimercado são algumas das operações que fazem uso da renda variável. É importante lembrar novamente que esse tipo de investimento apresenta uma maior volatilidade em relação à renda fixa.

E quais os principais agentes do Mercado Financeiro?

Além do Banco Central, do Conselho Monetário Nacional (CMN), da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e das Bolsas de Valores, que já mencionamentos ao longo do texto, o Mercado Financeiro apresenta outros agentes que contribuem para o seu funcionamento.

A ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) é um dos agentes presentes no Mercado Financeiro. A entidade privada representa os operadores do mercado, atuando também na sua autorregulação e na administração de eventuais conflitos.

Existem também as Instituições Financeiras, que nada mais são do que empresas que atuam no mercado financeiro, a partir da autorização do Banco Central. Como exemplo, temos os bancos, as custodiantes, as corretoras, cooperativas de crédito, as sociedades de investimento, dentre muitas outras.

Já os Emissores de Títulos são os agentes que emitem títulos de investimento no mercado. Como exemplo, existem os títulos públicos emitidos pelo Governo Federal, através do Tesouro Direto, criado em 2002 pelo Tesouro Nacional, BM&F e BOVESPA. Esses títulos públicos federais operam como empréstimos. Ao aplicar seu dinheiro, o Tesouro Nacional devolve seu investimento, depois de um período de tempo, com o acréscimo de juros.

Por último, temos os Fundos de Investimento.  Esse agente representa um papel coletivo. Trata-se de uma sociedade de investidores que juntos buscam uma determinada rentabilidade. Desse modo, investem nesse fundo, enquanto outros agentes administram todo o capital para que ele cresça e chegue à rentabilidade desejada.

O Mercado Financeiro é realmente interessante, não acha? Ele está inserido no nosso dia a dia, por mais que não sejamos investidores ávidos ou amantes de economia.

Na compra de determinado produto pelo cartão de crédito, estamos contribuindo para o funcionamento do mercado de crédito. No investimento em ações na bolsa de valores, nos projetamos no mercado de capitais. Já ao converter nossa moeda nacional para outra estrangeira, estamos fazendo parte do mercado de câmbio. E ao negociar títulos do Tesouro, nos vemos no mercado monetário. Tudo isso diz sobre um assunto em comum: o Mercado Financeiro.

Por isso, caso você tenha se interessado por este assunto e queira aprofundar ou apenas aprender um pouco mais, deixo como indicação o livro “Mercado Financeiro” de Eduardo Fortuna. Nele o autor comenta sobre todos os tipos existentes de financiamento e dicas sobre renda fixa e renda variável. A obra foi lançada em pela editora QualityMark, em sua 21ª edição (1 de janeiro de 2017). Boa leitura!

Conseguiu entender o que é o Mercado Financeiro e como ele funciona? Deixe suas dúvidas e sugestões nos comentários! 
REFERÊNCIAS

BTG Pactual Digital

Blog rico

Dinheirama

Youtube – Top Invest Brasil

Youtube – Clube do Valor

IQ

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Conteúdo escrito por:
Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), 18 anos, natural de Riacho de Santana-BA. Temáticas políticas e sociais alimentam a sua esperança de um mundo melhor.

Mercado Financeiro: o que é e como funciona?

20 abr. 2024

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