O tenentismo foi um movimento de jovens oficiais do Exército na década de 1920 que se revoltou contra a República Velha. Eles combatiam a corrupção, o coronelismo e o voto de cabresto, defendendo a moralização política e um governo central forte.
O movimento começou com revoltas armadas, como a dos 18 do Forte de Copacabana (1922) e a Coluna Prestes (1925-1927), que percorreu o Brasil pregando insurreição. Essas rebeliões fracassaram militarmente, mas abriram caminho para a Revolução de 1930.
Com a chegada de Getúlio Vargas ao poder, os ideais tenentistas se concretizaram: o voto secreto foi instituído, o poder central foi fortalecido e o Estado assumiu papel de condutor da economia, enterrando de vez a política oligárquica da República Velha.
- Qual foi a causas política para o inicio do tenentismo?
- O que foi o tenentismo e o que ele defendia?
- Qual foi a causa do tenentismo?
- Principais episódios do tenentismo: revolta dos 18 do forte, revolta de 1924 em São Paulo, coluna Prestes.
- Desfecho do tenentismo
- Consequências do movimento tenentista
- Referências:
Qual foi a causas política para o inicio do tenentismo?
O contexto para o tenentismo foi a crise da Primeira República (ou República Velha), marcada pelo domínio das oligarquias rurais, a corrupção e falta de representatividade democrática. Os jovens oficiais do Exército, oriundos das classes médias urbanas insatisfeitas, sentiram-se desprestigiados e incomformados com a situação econômica e política do país.
O sistema político da Primeira República era dominado pela política do “café com leite”, caracterizada por eleições fraudulentas baseadas no voto de cabresto e na forte influência do coronelismo. Esse cenário de controle oligárquico coincidiu com uma severa crise econômica, intensificada pelos impactos da Primeira Guerra Mundial na economia brasileira.
Diante dessa realidade, as principais demandas reformistas do movimento incluíam a implantação do voto secreto, o combate à corrupção eleitoral, a reforma do ensino público e a centralização do poder político como forma de superar o domínio das oligarquias regionais.
O que foi o tenentismo e o que ele defendia?
O tenentismo foi um movimento militar de baixa patente (majoritariamente composto por tenentes) que surgiu na década de 1920, marcado pela insatisfação com a República Oligárquica e pela defesa de reformas políticas e sociais.
Esse movimento foi um dos principais motivadores de levantes armados por todo o país durante os anos 1920, dentre os quais se destacaram a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, a Coluna Prestes e a Revolução de 1924.
O tenetismo tinha como defesa a modernização do Estado, que combatesse a corrupção e o poder das oligarquias, implementasse reformas sociais e políticas, como o voto secreto e a reforma do ensino.
A insatisfação com a República Oligárquica, somada à rejeição ao coronelismo e à percepção de corrupção na esfera pública, gerou um forte descontentamento entre os jovens militares, que já não reconheciam legitimidade nos que estavam no comando. Essa conjuntura de desconfiança e crítica resultou em uma série de revoltas com o objetivo de derrubar um governo visto como ilegítimo e alheio aos interesses nacionais.
Qual foi a causa do tenentismo?
O tenentismo emergiu da profunda insatisfação com a República Velha, um regime oligárquico dominado pela política do “café com leite“. Os jovens oficiais das Forças Armadas sentiam-se excluídos desse poder, criticavam o descaso do governo com a corporação e repudiavam a corrupção e o voto de cabresto. Essa crise foi catalisada pela eleição de Artur Bernardes em 1922, cujas tensões deflagraram revoltas armadas.
Esse cenário gerou amplo descontentamento, catalisado pelo movimento tenentista, que se tornou crucial para a ruptura do regime. A crise culminou na Revolução de 1930, pondo fim à era oligárquica e iniciando a Era Vargas, com Getúlio Vargas estabelecendo um governo provisório que resultaria na Constituição de 1934.

Principais episódios do tenentismo: revolta dos 18 do forte, revolta de 1924 em São Paulo, coluna Prestes.
Em 5 de julho de 1922, no Rio de Janeiro, a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana foi a primeira manifestação tenentista. A reação governista sob Epitácio Pessoa foi evitar que houvesse a recontagem de votos, já que muitos não concordavam com o ganho das eleições de Epitácio.
Na revolta carioca, ocorreram levantes simultâneos na Escola Militar do Realengo e no Forte de Copacabana, onde os tenentes dispararam canhões contra alvos militares e o palácio do governo, visando derrubar o presidente.
As Revoluções de 1924 representaram a continuidade e o amadurecimento do movimento de 1922, reivindicando a reforma do sistema político e o fim da política do café com leite. Os levantes tenentistas surgiram como reação à crise econômica e política da década de 1920, agravada pela crise fiscal pós-Primeira Guerra Mundial e pela insatisfação com as oligarquias.
A Coluna Prestes foi um movimento rebelde liderado por Luís Carlos Prestes e Miguel Costa contra a Primeira República. Apesar de não ter sido derrotada militarmente, a Coluna não alcançou seu objetivo de derrubar o governo, e seus integrantes se exilaram na Bolívia em 1927.

Desfecho do tenentismo
O desfecho do tenentismo deu-se com a Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder. Com a vitória, muitas das ideias tenentistas foram incorporadas pelo novo governo, e vários de seus integrantes assumiram cargos na administração pública e nas forças policiais estaduais.
No entanto, ao ser integrado ao Estado, o movimento perdeu seu caráter oposicionista e revolucionário. Esse processo aprofundou-se durante o Estado Novo (1937-1945), quando Vargas, ao centralizar o poder, marginalizou antigos apoiadores que não se alinhavam ao seu regime, dissipando de vez a influência do tenentismo como força política autônoma.
Consequências do movimento tenentista
O tenentismo foi um movimento militar essencial para o declínio da República Velha, culminando na Revolução de 1930. Com o fim desse período, Getúlio Vargas, apoiado pelos tenentes, assumiu o poder, estabelecendo um governo provisório que posteriormente resultou na Constituição de 1934, marcando o início da Era Vargas e redefinindo os rumos da política nacional.
Apesar das derrotas dos movimentos tenentistas, como a Revolta do Forte de Copacabana em 1922 e a Revolução Paulista de 1924, as ideias desses militares dissidentes não foram sufocadas. Pelo contrário, elas encontraram uma nova forma de se expressar e se espalhar pelo interior do Brasil durante a Coluna Prestes.
Foi essa jornada que pavimentou o caminho para o seu impulso ideológico, culminando no seu exílio na Bolívia e, pouco tempo depois, em sua filiação ao Partido Comunista Brasileiro, do qual se tornaria a principal liderança por décadas.
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Referências:
- Operamundi – 100 anos da Revolta Paulista de 1924: a história de uma revolução esquecida
- Ensinar História – Revoltas dos 18 dp Forte de Copacabana
- Encyclopedia.com Prestes Column
- ESRI – Primeira República (República Velha): Conflito e Formação Nacional (Resumo)
- Politize – O que foi a Política do Café com Leite?
- FGV – Revolução de 1930
- Politize – O Estado Novo: fascismo nos trópicos?
- BBC – Quem foi Luís Carlos Prestes, líder comunistas e um dos brasileiros mais influentes do século 20
- Politize! República velha ou Primeira República do Brasil
- Politize – Você conhece a história do Partido Comunista Brasileiro, o PCB?
- Politize- Era Vargas (1930-1945)