a imagem mostra uma representação da aristocracia. nela, há uma pessoa com uma coroa

Quer saber o que é aristocracia? Aprenda agora!

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Determinar o significado de um termo é uma tarefa relativamente simples. Por exemplo, se formos buscar no dicionário Michaelis, a palavra aristocracia representa uma forma de sociedade em que o controle estatal é destinado aos nobres.

Pronto. Parece fácil, não é mesmo? Mas não é tão rápido assim.

Qual a origem da aristocracia como forma de governo?

Para entender a origem da aristocracia e seus desdobramentos na sociedade, continue lendo este conteúdo produzido pela Politize!

Primeiro, é preciso contextualizar o seu surgimento – assim como o de outros regimes políticos – na Grécia Antiga, com Aristóteles como um dos principais autores a estudar (e defender) essa organização política.

A Escola de Atenas. Imagem: afresco no Vaticano de Rafael, 1509.

O filósofo considerava como sistema de governo a realeza, aristocracia e a república, os quais ele julgava serem justos.

Além desses, havia a tirania, a oligarquia e a democracia, considerados por ele como modelos corruptos.

Veja também nosso vídeo sobre democracia!

Na etimologia, o radical (aristo) do termo ‘aristocracia’ exprime a ideia de importância e nobreza, já o seu sufixo (cracia), representa poder e força.

Partindo desse princípio, a aristocracia seria o governo na mão dos importantes e nobres, que segundo o pensamento grego, eram os mais capazes de governar a sociedade.

Em outras regiões, com o passar do tempo e a expansão do Império Romano, a aristocracia passa a ser uma forma de controle e manutenção do poder do imperador, coexistindo com a realeza.

As figuras que tomaram o poder durante a ascensão de Roma destinavam seus cargos de mais alta confiança para os aristocratas romanos, que faziam parte de uma elite selecionada.

Ou seja, mesmo com as peculiaridades de cada local, tanto na Grécia como no Império Romano, a aristocracia é base de uma sociedade política que favorece as classes mais altas.

Isso exclui os menos privilegiados, tendo como ideia principal, um pressuposto de superioridade.

E no restante do mundo, como a aristocracia funcionou?

Para entender como a aristocracia se comportou no restante do mundo, precisamos citar dois países: Inglaterra e França.

Isso porque os dois foram responsáveis pela colonização de muitas outras regiões do mundo e protagonizaram as revoluções burguesas, que deram um fim na aristocracia.

A Inglaterra: O absolutismo e as mudanças que ele trouxe para os aristocratas

Segundo pesquisadores, a política inglesa era dominada pela aristocracia até o final do século XV, quando teve início do primeiro governo absolutista.

A criação da aristocracia inglesa pode ser traçada até a invasão da Normandia em terras inglesas, quando William I tomou a coroa inglesa de Harold Godwinson, e distribuiu as terras conquistadas entre seus vassalos.

Essa hegemonia da aristocracia na nobreza feudal inglesa começou a ser empobrecida com diversas disputas internas de poder entre as famílias que disputavam o trono (York e Lancaster).

Com a Guerra das Duas Rosas (1455/1485), a situação de decadência entre os aristocratas ingleses só piorou, perdendo dinheiro, poder militar e relevância política e cultural.

O casamento de Henrique Tudor e a princesa de York colocou um ponto final no conflito e iniciou o período reinado pela ‘dinastia Tudor’.

A partir desse evento, a organização política dos ingleses mudou para o absolutismo, minando toda a influência da camada mais nobre para concentrar todo o poder nas mãos do monarca.

Isso aconteceu pois os cargos como os de assessores e conselheiros já não eram mais entregues para os aristocratas.

A administração do poder era feita criando uma relação de dependência com pessoas vindas de classes sociais menos abastadas que os tradicionais nobres, como comerciantes e juristas.

Resumindo, para minar a influência dos aristocratas ingleses, o absolutismo inglês retirou o poder da nobreza e entregou na mão de pessoas que dependiam da monarquia para manter seu status social.

Durante esse período de extrema concentração de poder no monarca, a coroa inglesa se consolidou como imperialista com a colonização da América do Norte. A situação foi levada adiante até o reinado de Jaime II (1685/1688).

O absolutismo inglês durou até o fim da revolução inglesa (ou revolução puritana), onde Guilherme de Orange, genro de Jaime, toma o poder de forma pacífica e assina a ‘Declaração de direitos’, que diminuiu os poderes do rei e constituiu uma monarquia parlamentarista.

Leia também: Revolução Inglesa

Com as políticas aplicadas pela dinastia Tudor e o surgimento das feiras e rotas comerciais que gerou o crescimento das cidades, as coisas começaram a mudar.

Assim, o poder sai da aristocracia e começa a se concentrar em uma nova classe: a burguesia.

Veja também: Burguesia: quem é e qual sua origem?

A Revolução Francesa e a decadência da aristocracia

Assim como vimos na Inglaterra, a aristocracia francesa também era formada pela nobreza que eventualmente caiu em decadência para dar o local de poder aos burgueses.

A França do século XVIII era dividida em três estados:

  • O primeiro, formado pela Igreja;
  • O segundo, por nobres aristocratas;
  • O terceiro, constituído por burgueses, trabalhadores das cidades e camponeses.

Alguns fatores levam a união do Terceiro Estado. Entre eles:

  • A influência da Revolução Americana;
  • O descontentamento com a monarquia francesa;
  • As crises econômicas que geravam mais impostos para a população;
  • As influências do Iluminismo.

Assim, a Revolução Francesa foi iniciada.

Do início da revolução até a execução de Luís XVI, a França passou por muitas etapas e conflitos, mas a morte do monarca colocou um fim na aristocracia francesa.

Leia também: aprenda sobre a Revolução Francesa

No período após a execução de Robespierre, um dos maiores nomes da Revolução Francesa, os girondinos – que seriam os representantes da direita francesa da época – governaram por cinco anos.

A coroação de Napoleão. Imagem: quadro de Jacques- Louis David

Após esse período, em 1799, os jacobinos – a esquerda francesa, são eleitos e voltam ao poder.

Com esse retorno, os girondinos se unem aos burgueses e planejam um golpe de Estado.

Esse movimento coloca Napoleão Bonaparte como cônsul da França e determina o fim da Revolução Francesa.

É importante ressaltar que os burgueses viam em Napoleão um aliado aos seus interesses. Ou seja, mesmo com o fim da aristocracia, uma nova classe surgiu para concentrar o poder político e monetário.

E aí, conseguiu entender o que a aristocracia e sua história? Deixe aqui o que achou nos comentários?

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Conteúdo escrito por:
Por ser apaixonada por leitura desde pequena, escrever se tornou minha profissão e parte da minha identidade. Sou caiçara, jornalista e curiosa sobre como as relações sociais e políticas funcionam.

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29 abr. 2024

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