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Eva Perón: conheça a história da primeira-dama da Argentina

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Eva Perón entrou para a história como uma das principais figuras políticas de toda a América Latina. Seu nome está presente nas grandes cidades da Argentina, na fachada do Ministério da Saúde de Buenos Aires e na nota de 100 pesos. Sua trajetória também foi retratada em inúmeros documentários, filmes e se tornou até musical na Broadway.

Mas quem é essa “Santa Evita”, que ficou conhecida popularmente por ser a mãe dos pobres, e o que fez pela Argentina? A Politize! te conta essa história. Vem com a gente!

Eva Perón. Imagem: Depositphotos

A origem humilde de Eva Perón

Eva María Duarte nasceu em 7 de maio de 1919 na cidade de Los Toldos, província de Buenos Aires, na Argentina. A mãe costureira, Juana Ibarguren, era amante do proprietário de terras Juan Duarte, que tinha outra família.

Eva cresceu em um ambiente familiar empobrecido e, por não ter sido registrada pelo pai, foi estigmatizada como “filha bastarda”, termo usado para filhos que foram fruto de uma relação fora do casamento.

Quando o pai morreu em um acidente de carro, ela adotou o seu sobrenome, mas não teve acesso a nenhuma das suas posses. Posteriormente, Juana se mudou com os cinco filhos para Junín, na província de Buenos Aires. Nessa época, Eva era adolescente e sonhava em ser artista.

Em janeiro de 1935, aos 15 anos, ela viaja para a capital Buenos Aires para seguir seu sonho pelo estrelato. Em 1937, faz sua estreia no cinema no filme “Segundos Afuera” e depois passa a fazer radionovelas.

Em 1944, um terremoto em San Juan matou mais de 8 mil pessoas. Eva foi uma das convidadas para participar de um evento para arrecadar fundos.

Na ocasião, conheceu o coronel Juan Domingo Perón, vice-presidente que também ocupava o cargo de secretário de Trabalho e Segurança Social do governo de Pedro Ramírez e Edelmiro Julián Farrell.

Veja também nosso vídeo sobre a atuação das primeiras-damas!

A prisão de Perón e o fortalecimento do movimento peronista

Naquele ano, Perón foi preso por militares que estavam descontentes com sua forma de fazer política, que lutava por mais benefícios em prol dos trabalhadores. Eva, que se tornou famosa pela carreira como atriz, organizou diversos comícios que obrigaram as autoridades a libertá-lo.

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Um dos eventos, que ocorreu em 17 de outubro, foi uma das maiores manifestações populares da história do país na época e depois se tornou como o Dia da Lealdade Peronista.

Eles casaram em 22 de outubro de 1945 e Perón se elegeu presidente em 1946. Com a eleição, o movimento social peronismo ganha ainda mais força. O projeto político tinha como objetivo apoiar economicamente os setores mais vulneráveis da Argentina, em especial os trabalhadores.

Durante os dois mandatos do governo de Perón, várias ações foram feitas neste sentido: foi colocado limite de tempo para as horas diárias trabalhadas e acesso a diversos direitos, como:

  • 13º salários por ano;
  • Folgas semanais;
  • Redução da jornada de trabalho;
  • Aumento do salário mínimo;
  • Aposentadoria;
  • Férias remuneradas;
  • Seguro médico;
  • Cobertura para os acidentes de trabalho.

Este povo de origem mais pobre, que em sua maioria eram migrantes de origem rural, ficou conhecido como “descamisados”, nome dado carinhosamente por Eva Perón.

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Uma vida dedicada aos direitos das mulheres

Eva Perón esteve na linha de frente dos direitos das mulheres. Em setembro de 1947, foi promulgada a Lei 13.010, também conhecida como Lei Evita, que estabelecia o sufrágio feminino e reconhecia a igualdade de direitos políticos entre mulheres e homens.

Saiba mais sobre: A conquista do direito ao voto feminino

No mesmo ano, criou o Partido Peronista Feminino para fortalecer as áreas da saúde, da educação e candidaturas femininas para a política.

Em 1948, criou a Fundação Eva Perón, instituição de assistência social que atuava junto ao Estado argentino com foco na alimentação e saúde. Com a distribuição de remédios e auxílio aos mais vulneráveis, Eva passa a ser conhecida pelo povo como “Santa Evita”.

Diante de tantos progressos, a vida de Eva é interrompida de maneira inesperada. Acompanhando o marido em suas viagens políticas em 1950, a primeira-dama desmaiou e os exames revelaram um câncer de colo de útero.

Devido ao grave problema de saúde, ela deixa de acompanhá-lo e se dedica a publicação de “A razão de minha vida”, sua autobiografia que também compila seus famosos discursos políticos.

Por conta da luta política encabeçada por Eva, em 1951, as mulheres argentinas depositaram seus votos nas urnas pela primeira vez. Foram contados quase quatro milhões de votos femininos e elas também passaram a ocupar cargos de poder institucional, com a eleição de 23 deputadas e 6 senadoras.

Saiba mais sobre: A história dos direitos das mulheres

Morte, sumiço do corpo e legado

O diagnóstico do câncer de Eva apontava que já estava em estado avançado. Assim, ela faleceu em 26 de julho de 1952, aos 33 anos. O corpo foi embalsamado e exposto à visitação pública. O enterro durou mais de 12 dias e foi reverenciado por meio milhão de argentinos.

Com o golpe de Estado que derrubou Perón do governo em 1955, o cadáver foi roubado e enterrado no Cemitério Monumental de Milão, Itália. Após 16 anos, em 1971, o corpo foi exumado e mandado para a Espanha, onde Perón vivia exilado.

Atualmente, o corpo se encontra no cemitério de La Recoleta, em Buenos Aires, onde atrai visitas turísticas de todo o mundo.

A história de Evita foi adaptada diversas vezes ao cinema. Uma das adaptações mais conhecidas é o musical da Broadway “Evita”, com música de Andrew Lloyd Webber e letras de Tim Rice, que teve sua versão cinematográfica em 1996, com o papel principal de Madonna.

O musical veio aos palcos brasileiros por três vezes: em 1983, com Cláudya interpretando Evita, Mauro Mendonça como Perón e Carlos Augusto Strazzer como Che Guevara. A segunda produção foi em 2011, com Paula Capovilla como Evita, Daniel Boaventura como Perón e Fred Silveira como Che.

A última montagem “Evita Open Air” ocorreu no Parque Villa-Lobos e foi a maior estrutura já montada para um musical a céu aberto na América Latina. No elenco, teve Myra Ruiz como Evita, Cleto Baccic como Perón e Fernando Marianno como Che.

E aí, gostou de conhecer mais sobre a vida e o legado de Eva Perón? Deixe suas dúvidas e sugestões nos comentários!

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Conteúdo escrito por:
Graduada em jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi (UAM). Homenageada no 1º Prêmio Neusa Maria de Jornalismo e repórter da periferia.

Eva Perón: conheça a história da primeira-dama da Argentina

23 abr. 2024

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