Hiroshima e Nagasaki: 80 anos depois, o que mudou no mundo?

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Você já ouviu falar nos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki? Esses ataques marcaram o fim da Segunda Guerra Mundial e o início da era nuclear, um período que transformou as relações internacionais e ainda gera debates intensos.

Mas por que os Estados Unidos decidiram lançar bombas atômicas sobre o Japão? Quais foram os impactos dessa decisão para o mundo? E o que ainda se discute sobre isso hoje, tantas décadas depois?

Neste texto, você vai entender o que levou à tragédia em duas cidades japonesas, quais foram as consequências humanas, políticas e diplomáticas desses ataques, e por que esse tema continua tão relevante para pensarmos segurança global, ética e geopolítica.

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Hiroshima e Nagasaki: um marco histórico com consequências devastadoras

Em agosto de 2025, o mundo relembra os 80 anos dos bombardeios atômicos sobre as cidades japonesas de Hiroshima (6 de agosto) e Nagasaki (9 de agosto), realizados pelos Estados Unidos nos momentos finais da Segunda Guerra Mundial.

As explosões causadas pelas bombas “Little Boy” e “Fat Man” destruíram as duas cidades e causaram a morte de mais de 200 mil pessoas, além de inaugurar a era nuclear com impactos que perduram até hoje na geopolítica, nos direitos humanos e na ética internacional.

Imagem da explosão da bomba atômica sobre Hiroshima, 1945
Explosão da bomba atômica sobre Hiroshima, 1945. Imagem: US Army/ domínio público.

O que levou os Estados Unidos a usar a bomba atômica?

A decisão norte-americana de lançar bombas nucleares não surgiu do nada. O caminho até esse ponto começou anos antes e se intensificou em 1941, quando o Japão atacou a base naval de Pearl Harbor, no Havaí. O ataque causou a morte de mais de 2.400 pessoas e levou os EUA a entrarem oficialmente na guerra.

Nos anos seguintes, o conflito no Pacífico foi marcado por batalhas brutais, como as de Midway, Iwo Jima e Okinawa. O Japão, mesmo diante de derrotas severas, se recusava a se render.

Paralelamente, os EUA desenvolveram em segredo o Projeto Manhattan, um programa científico e militar que reuniu nomes como Robert Oppenheimer e Enrico Fermi com o objetivo de produzir armas nucleares antes da Alemanha nazista.

Com o fim da guerra na Europa, em maio de 1945, o Japão permaneceu resistente. Diante da possibilidade de uma invasão que poderia custar centenas de milhares de vidas, o governo dos EUA optou pelo uso das bombas atômicas como forma de forçar a rendição japonesa.

As consequências dos bombardeios para as vítimas e para o mundo

Na manhã de 6 de agosto, o bombardeiro Enola Gay lançou a bomba atômica sobre Hiroshima, cidade com forte presença industrial e militar. Estima-se que 140 mil pessoas morreram até o fim daquele ano, muitas delas em decorrência da explosão, queimaduras graves, radiação e doenças associadas.

Três dias depois, em 9 de agosto, foi a vez de Nagasaki. Cerca de 70 mil pessoas morreram, também em sua maioria civis.

Em 15 de agosto, o imperador Hirohito anunciou a rendição do Japão, encerrando oficialmente a Segunda Guerra Mundial.

Como os bombardeios moldaram a política global e a era nuclear

A explosão nuclear não encerrou apenas um conflito, ela deu início a uma nova era. O uso da bomba inaugurou o que hoje conhecemos como corrida armamentista e alimentou a tensão da Guerra Fria, marcada pelo medo constante de uma guerra nuclear entre as potências.

A partir de então, a comunidade internacional começou a discutir a regulamentação do uso de armas nucleares. Alguns marcos importantes:

  • Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP) – Assinado em 1968, tenta limitar a disseminação dessas armas;
  • Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) – Criada em 1957, atua na fiscalização e uso pacífico da energia nuclear;
  • Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT) – Ainda não ratificado por todos os países, mas visa impedir testes de armas nucleares.

Apesar disso, ainda hoje existem milhares de ogivas nucleares em poder de algumas nações o que mantém aceso o debate sobre a segurança global.

O debate ético sobre o uso das bombas atômicas

O lançamento das bombas sempre foi alvo de intensos questionamentos. Havia mesmo necessidade de usá-las, ou o Japão já estava prestes a se render? Seria possível demonstrar o poder da bomba em uma área desabitada como alerta, sem atingir civis?

Historiadores, sobreviventes (os hibakusha) e organizações internacionais de direitos humanos apontam que o uso das armas foi alvo de críticas por seu impacto devastador sobre civis.

Além disso, até hoje os efeitos da radiação se manifestam em forma de doenças crônicas e o estigma social sofrido pelas vítimas.

O próprio Robert Oppenheimer, um dos líderes do Projeto Manhattan, teria dito após a explosão: “Agora, eu me tornei a morte, o destruidor de mundos”, frase que sintetiza a dimensão ética da tragédia.

Leia também: O Multilateralismo e as Organizações Internacionais

80 anos depois: o que aprendemos?

O mundo mudou desde agosto de 1945, mas as lições deixadas pelos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki continuam relevantes. A ameaça nuclear persiste em tempos de tensões geopolíticas. Conflitos como os da Ucrânia e da Faixa de Gaza reacendem o medo de escaladas nucleares.

Além disso, a discussão sobre o desarmamento e a energia nuclear como alternativa energética segura também ganham força em tempos de crise climática.

Por que Hiroshima e Nagasaki ainda impactam o presente?

A tragédia de Hiroshima e Nagasaki não pertence apenas ao passado. Ela nos obriga, ainda hoje, a refletir sobre os limites do poder militar, a importância da diplomacia e a necessidade de evitar que o mundo caminhe novamente rumo à destruição em massa.

Relembrar os 80 anos dos bombardeios é também um chamado para que líderes, cidadãos e instituições internacionais priorizem a paz, o desarmamento e os direitos humanos. Porque o legado de Hiroshima e Nagasaki não pode ser apenas o da morte, precisa ser também o da consciência.

E você? O que pensa sobre o uso de armas nucleares em conflitos? É possível viver em um mundo totalmente livre delas? Conta pra gente nos comentários!

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Conteúdo escrito por:

Stela Maris Fernandes Pereira

Pesquisadora, observadora e contadora de histórias. Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo. Possui MBA Assessoria de Imprensa na Comunicação Digital. Gosta de escrever e de falar sobre jornalismo e mídias digitais! Entusiasta da comunicação, tecnologia, empreendedorismo, economia, história, meio ambiente, arte, design, criatividade e cultura.
Pereira, Stela. Hiroshima e Nagasaki: 80 anos depois, o que mudou no mundo?. Politize!, 7 de agosto, 2025
Disponível em: https://www.politize.com.br/hiroshima-e-nagasaki/.
Acesso em: 7 de ago, 2025.

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