5 fatos sobre a crise energética no Brasil

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É comum ouvirmos falar em crise econômica, política, entre outras… E a crise energética, você já ouviu falar?

Não é tão comum ligar a TV no jornal e escutar esse termo, mas ela existe e necessita de toda atenção!

Se você ficou preocupado e quer saber o que é e suas causas, vem que a Politize! te ajuda trazendo 5 fatos que você não sabia sobre a crise energética no Brasil.

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O que é uma crise energética?

Antes de falarmos sobre a crise energética é necessário definir sobre que tipo de energia estamos falando. Segundo o dicionário Michaellis, na definição da Física, energia é a “capacidade que um corpo, um sistema de corpos ou uma substância têm de realizar trabalho, entendendo-se por trabalho a deslocação do ponto de aplicação de uma força”.

Sabendo disso, continuamos o raciocínio dizendo haver diversas formas de se produzir energia, como: energia eólica (produzida pelo vento), energia atômica (produzida pelo núcleo de um átomo), energia solar (produzida pela luz e calor do sol), energia hídrica ou hidráulica (produzida pelo movimento da água corrente), etc.

Também é necessário entender o que é uma crise. Conforme o mesmo dicionário, uma crise é a “ausência ou deficiência de algo; carência, escassez, falta”. Assim, podemos chegar na definição de que uma crise energética é a ausência da capacidade de se produzir trabalho por meio de uma fonte de energia. Dito de outra forma, poderia ser definido, por Paloma Guitarrara, como um “problema conjuntural causado por uma combinação de fatores de ordem natural e estrutural que afetam a geração de energia elétrica”.

Ainda ficou confuso? Calma que vamos explicar melhor e até o final do texto saberá exatamente sobre o que estamos falando.

Quais as causas de uma crise energética?

Enumeramos dois principais fatores responsáveis por uma crise energética, os quais são:

Quais suas consequências?

  • Estagnação da produção: sem uma fonte de energia para suprir a demanda do país, todos os setores da economia que usam energia ficam prejudicados, isso inclui as indústrias e o comércio que, consequentemente, sofrerão uma crise econômica, já que o país vai precisar importar os produtos que não consegue mais produzir.
  • Contas de energia mais caras: como no Brasil a maioria da produção de energia elétrica é por meio das hidrelétricas, com uma redução na produção, as contas de energia ficam mais caras pela necessidade de usarem outro tipo de fonte, como as termelétricas que usam o gás natural, o qual possui um maior o custo de produção.

Veja também nosso vídeo sobre a crise econômica!

Entendendo as principais causas e consequências, vamos aos 5 fatos sobre a crise energética no Brasil para você ter mais propriedade para conversar sobre o assunto e entender melhor o que é uma crise energética, a partir dos exemplos e curiosidades a seguir.

Fato 1: As hidrelétricas como principal fonte de energia elétrica

Como já citado, no Brasil predominam as hidrelétricas como principal fonte de energia elétrica. Mas você sabe quais são as maiores em funcionamento?

Segundo os dados do Sistema de Informações de Geração da ANEEL, de outubro de 2022, as 3 maiores usinas hidrelétricas em funcionamento no Brasil são:

  • 1ª – Belo Monte: localizada no estado do Pará e com uma capacidade produtiva de 11.233.100.00 kW de potência.
  • 2ª – Tucuruí: localizada no estado do Pará e com uma capacidade produtiva de 8.535.000.00 kW de potência.
  • 3º – Itaipu (parte brasileira): binacional e fica localizada no estado do Paraná e faz fronteira com o Paraguai, onde, na parte brasileira, sua capacidade produtiva é de 7.000.000.00 kW de potência.

Fato 2: O apagão de 2001

Durante o segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso o Brasil sofreu o que ficou conhecido como “apagão de 2001”. Ocorreu de junho de 2001 a fevereiro de 2002, e foi a crise energética mais marcante, uma vez que o crescimento econômico do país vinha se destacando, com um PIB em 4,4% em 2000 e teve uma redução para 1,3% em 2001, devido à necessidade de racionamento da energia.

Ela ocorreu devido à escassez de chuvas e políticas públicas para fontes alternativas de energia, que era dependente de energia hidráulica. Algumas medidas precisaram ser tomadas para conter essa crise, como: redução em 35% da iluminação pública, racionamento de 20% para residências e comércio, cortes de 15% a 25% no consumo das indústrias e até no esporte, com a proibição de partidas de futebol à noite.

Fato 3: A crise do petróleo

Embora estejamos falando mais sobre a energia elétrica, é necessário falar sobre o petróleo, sendo a fonte mais usada de energia geral, principalmente por fornecer combustível para os veículos e que escutamos sempre falar nos jornais sobre o aumento ou diminuição do preço.

Ainda que o Brasil possua esse recurso natural, descoberto no ano de 1939, na Bahia, com a monopolização estatal da extração nacional em 1953, com a criação da Petrobrás, o país já sofreu impacto por algumas crises ao nível mundial.

Veja mais: Conheça a história da Petrobras

Houve duas crises na década de 1970, em consequência dos embargos à comercialização que foram adotados pelos países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). A primeira foi no final do ano de 1973, que resultou no aumento de 400% dos barris e afetou a economia de diversos países, inclusive o Brasil, que estava no período denominado “milagre econômico”. A segunda crise foi no ano de 1979, vinda do Irã, que passava pela evolução fundamentalista, com um novo líder que aumentou significamente o preço do petróleo, prejudicando os países dependentes desse recurso.

Fato 4: A crise hídrica de 2021

Assim como em 2001, 20 anos depois o Brasil passou por outra crise em 2021. O principal motivo da crise recente se deu pelo fenômeno conhecido como La Niña, que é um fenômeno que afeta a distribuição das chuvas, atingindo, principalmente, o Centro-Sul do Brasil, que concentram reservatórios importantes para a produção de energia.

Soma-se a isso a revogação do horário de verão, em 2019, que contribuiu para o aumento da demanda do consumo em horários de pico (18h às 21h). Os fatores climáticos também são cruciais para entendermos essa crise, uma vez que o aumento significativo do desmatamento da Amazônia agrava a crise.

Veja também nosso vídeo sobre a inflação!

Fato 5: As energias renováveis no Brasil

Após discutirmos os fatos que culminaram em uma crise energética, agora vamos ao último fato que nos dá esperanças de evitarmos crises futuras com a diversificação e o investimento em fontes de geração de energia renovável. Para isso, devemos entender qual a matriz energética adotada pelo país, ou seja, o conjunto de fontes de energias para suprir a nossa necessidade.

De acordo com dados da FGV Energia, considerando todas as fontes, desde a década de 1960 a fonte predominante vem de energia não renovável, por meio dos combustíveis fósseis (petróleo), responsável por 66% do total em 1965. Esse cenário vai se modificando ao longo do tempo e a matriz se diversificando.

Assim, as hidrelétricas, que no ano citado tinham a participação de 26%, vão aumentando sua contribuição e, em 1990, passam a ocupar 40%, contra 47% do petróleo. Em 2019, o petróleo representava apenas 38%, contra 29% de hidrelétricas, 10% gás, 5% carvão e em menor número as eólicas, nucleares e solares.

Agora considerando apenas a produção de energia elétrica, que é essa que usamos em nossas residências, de acordo com dados do último Boletim Mensal de Energia – BME, produzido pelo Departamento de Informações e Estudos Energéticos – DIE, em julho de 2022, a Oferta Interna de Energia Elétrica (OIEE) era de 84,5% por fonte renovável, sendo as hidrelétricas responsáveis por 59,9%, seguido de eólica (11,9%), biomassa (8,6%) e solar (4,1%).

Como vimos, a partir dos dados, o Brasil ainda é muito dependente da energia hídrica, mas caminha cada vez mais para fontes alternativas de energia renovável. Essa diversificação de fontes é fundamental para evitar crises energéticas futuras.

Você acha a crise energética um tema que precisa ser debatido com mais frequência? O que mais você gostaria de saber sobre esse tema? Se quiser saber mais sobre diversos assuntos, continue acompanhando a Politize! Deixe nos comentários o que achou deste conteúdo!

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Conteúdo escrito por:
Bacharel em Ciências Sociais e Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do Pará – UFPA. Atualmente é doutorando em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. Desenvolve estudos sobre a atuação de grupos de interesse no Congresso Nacional para políticas ambientais.

5 fatos sobre a crise energética no Brasil

30 abr. 2024

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