Desigualdade vacinal: entenda a urgência da temática

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Nos últimos meses, você deve ter percebido a volta de inúmeras doenças que, no passado, já foram erradicadas, como o sarampo e a poliomielite. Você sabe quais são as causas disso? Você sabia que as vacinas vão muito além de proteger contra as enfermidades? E sobre a desigualdade vacinal, você já ouviu falar?

Nesse conteúdo, a Politize! abordará sobre a desigualdade vacinal — uma das causas da volta dessas doenças — e, também, sobre a importância do acesso à vacina.

Cuidados de saúde. Imagem: Pexels

O que é desigualdade vacinal?

O termo ‘desigualdade vacinal’ indica haver uma dificuldade e ausência no acesso às vacinas. Em outras palavras, muitas pessoas no mundo não estão recebendo as vacinas necessárias para protegê-las, seja por questões econômicas, sociais ou locais (entre países e até mesmo entre espaços de uma mesma cidade ou região).

Causas

Adentrando-se a essas questões, as comunidades remotas, as favelas urbanas e os espaços de conflito enfrentam empecilhos para a questão da vacinação em razão do despreparo do sistema de saúde e da dificuldade relacionada à acessibilidade e transporte.

Do mesmo modo, o descaso com os profissionais de saúde também impede uma maior vacinação da população, em virtude da questão salarial, da ausência de oportunidades de crescimento profissional e da discriminação que transpassa esse meio, reduzindo, assim, a força de trabalho nessa área.

Veja também nosso vídeo sobre o SUS!

Vacinação: um olhar à nossa volta

A desigualdade vacinal se tornou mais visível, sobretudo, com a pandemia de COVID-19. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 26 de abril de 2023, 72,92% das pessoas dos países de alta renda foram vacinadas com pelo menos uma dose, uma proporção de 3 em cada 4 pessoas.

Já nos países de baixa renda apenas 33,61% das pessoas foram vacinadas até essa mesma data, ou seja, uma a cada três pessoas dessas localidades receberam pelo menos a primeira dose da vacina.

Em adição, conforme destaca o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), os países de baixa renda precisam aumentar seus gastos com saúde em 56,6% para cobrir o custo de vacinação da população.

No entanto, nos países de alta renda é necessário aumentar apenas 0,8% dos gastos para atingir esse mesmo objetivo.

Tudo isso revela o extremo abismo relacionado à vacinação no mundo, uma vez que as pessoas que vivem nas regiões mais pobres e marginalizadas do globo são as que mais possuem obstáculos para serem vacinadas.

Vacinação no Brasil

Como já foi dito, a desigualdade vacinal está presente até mesmo entre as regiões do Brasil. Você sabia disso?

No Brasil, por exemplo, com base em um relatório realizado pela Oxfam, apenas 16% das cidades brasileiras têm pelo menos 80% da população vacinada contra a Covid-19, entre os anos de 2021 e 2022. Tal distinção chegou a representar 57,5%, em Roraima, e 91,0% em São Paulo.

Inclusive, o Brasil conta, atualmente, com uma das mais baixas coberturas vacinais da sua história desde a criação do Programa Nacional de Imunizações, segundo um comunicado feito pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Saiba mais: a vacinação no Brasil.

Vacinação infantil no Brasil

Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), entre 2019 e 2021, no Brasil, 1,6 milhão de crianças não receberam nenhuma dose da vacina DTP, que protege contra difteria, tétano e coqueluche. Além disso, 700 mil crianças receberam a primeira e/ou a segunda dose, mas não a terceira (DTP3).

Isso resulta em um total de 2,4 milhões de crianças não imunizadas. Além disso, o Brasil não possui nem 60% das crianças vacinadas. Agora é hora de agir e proteger a saúde e a vida de todas essas crianças.

Acesse esse link para entender os principais tópicos relacionados à vacinação infantil.

Fatos sobre as vacinas:

A seguir encontram-se dispostos alguns fatos sobre a vacinas. Então, fique ligado!

  • As vacinas protegem: elas estimulam o sistema imunológico a produzir as suas próprias defesas, a chamada imunização ativa;
  • Proteção na dose certa: algumas vacinas precisam de mais de uma dose para garantir a proteção necessária. Se informe sobre isso!
  • Vacinas são seguras: as vacinas do calendário oficial passaram por uma extensa avaliação antes da aprovação para o uso;
  • Efeitos pós-vacinação: os sintomas após a vacinação geralmente são leves e comuns. Em caso de dúvida, consulte um profissional de saúde;
  • Cuidado ao se informar: algumas informações que você encontrar sobre as vacinas podem não estar corretas. Por isso, certifique a veracidade da informação!
  • Tomar vacinas ao mesmo tempo é seguro: a multivacinação é segura, a criança pode tomar várias vacinas ao mesmo tempo;
  • Criança imunizada: uma criança imunizada significa que ela tomou todas as doses recomendadas de cada imunizante e as doses de reforço, quando indicada;
  • Primeira vacina: a primeira vacina surgiu no século XVIII, desenvolvida por Edward Jenner, a partir da cowpox (uma varíola que acometia vacas).

Programa Nacional de Imunizações (PNI)

O Programa Nacional de Imunizações é o programa do governo brasileiro criado para garantir à sociedade brasileira o acesso gratuito às vacinas, indo de frente à desigualdade vacinal. As vacinas que fazem parte deste programa são:

  • BCG, que protege contra formas graves de tuberculose: miliar e meníngea.
  • Hepatite B, que protege contra a hepatite B.
  • DTP+Hib+HB (Pentavalente), para proteger contra o tétano, a difteria, a coqueluche, a Haemophilus influenzae B e a hepatite B.
  • Poliomielite 1,2,3 (VIP – inativada), que protege contra a poliomielite.
  • Pneumocócica 10 valente (Pncc 10), para proteger contra as meningites, pneumonias, otites e sinusites pelos sorotipos que compõem a vacina.
  • Rotavírus humano G1P1 (VRH), que protege contra a diarreia causada pelo rotavírus.
  • Meningocócica C (conjugada), que protege contra a meningite meningocócica tipo C.
  • Febre amarela (atenuada), que protege contra a febre amarela.
  • Poliomielite 1 e 3 (VOP – atenuada), que protege contra a poliomielite.
  • Difteria, tétano, pertussis (DTP), para proteger contra a difteria, o tétano e a coqueluche.
  • Sarampo, caxumba, rubéola (SCR), para proteger contra o sarampo, a caxumba e a rubéola.
  • Hepatite A (HA), para proteger contra a hepatite A.
  • Varicela, para proteger contra a varicela.
  • Difteria, tétano (dT), que protege contra o tétano e a difteria.
  • Papilomavírus humano (HPV), que protege contra o papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18.
  • Pneumocócica 23-valente (Pncc 23), que protege contra as meningites bacterianas, pneumonias, sinusite, etc.
  • Meningocócica ACWY, que protege contra a meningite meningocócica sorogrupos A, C, W e Y.
  • Difteria, tétano e pertussis acelular (dTpa), para proteger contra o tétano, a difteria e a coqueluche.
  • Influenza, para proteger contra a influenza.
  • Covid-19, para proteger contra a doença covid-19.

A importância do acesso à vacina

A vacinação é importante não apenas para a prevenção das doenças anteriormente citadas, como também para a promoção de um crescimento e desenvolvimento saudável das crianças e dos adolescentes. As vacinas salvam vidas e é preciso agir para que essas vidas sejam garantidas para todos.

As pessoas e crianças em aldeias distantes, em favelas urbanas e em áreas de conflitos também dependem de nós. A desigualdade vacinal deve receber a sua devida atenção e combate. É preciso mudar esse cenário!

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Olá, me chamo Ana Laura, tenho 18 anos e sou do Rio Grande do Norte. Gosto muito de ler, de escutar músicas, de participar de olimpíadas científicas e de aprender coisas novas.

Desigualdade vacinal: entenda a urgência da temática

09 maio. 2024

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