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Estado de emergência climática: entenda os impactos das mudanças climáticas

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O Estado de Emergência Climática foi identificado em 2020 no estudo “Aviso dos cientistas mundiais sobre mudanças climáticas”. Esse documento aponta que o efeito estufa foi potencializado pela emissão de poluentes provocada pelos seres humanos, o que está provocando mudanças no meio ambiente.

Essas mudanças influenciam diversos aspectos, desde a deterioração de habitats, extinção de espécies e até a saúde humana. Por isso, exige-se uma medida preventiva: a declaração do Estado de Emergência Climática, que visa evitar que essas alterações no clima saiam do controle. 

Neste conteúdo, a Politize! explica o que esse status significa e as consequências das mudanças climáticas.

O que são mudanças climáticas?

De acordo com a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), as mudanças climáticas podem ser definidas como 

“Uma mudança de clima que é atribuída direta ou indiretamente à atividade humana que altera a composição da atmosfera global e que se soma à variabilidade climática natural observada ao longo de períodos de tempo comparáveis”.

Além disso, a UNFCCC diferencia as mudanças climáticas— que alteram a atmosfera e são causadas pela atividade humana— das variações climáticas — que são provenientes de causas naturais. Ou seja, as mudanças climáticas são causadas pela alta emissão de poluentes na Terra que acabam intensificando processos como o aquecimento global e o efeito estufa.

Saiba mais: o que são mudanças climáticas?

A Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, promoveu o surgimento das atividades industriais e, também o crescimento do consumo, em uma dinâmica que gerou uma alta emissão de poluentes na atmosfera (CO2; metano e óxido nitroso).

As consequências das mudanças climáticas já podem ser sentidas. Na última edição do “Aviso dos cientistas mundiais sobre mudanças climáticas“, publicada em 2022, o aumento da temperatura média da terra, as altas temperaturas nos verões, as secas e as inundações que ocorreram no ano são indicativos das mudanças climáticas.

Veja também nosso vídeo sobre queimadas no Brasil!

É possível, ainda, que essas consequências sejam intensificadas por ações como desmatamento e queimadas de florestas. A floresta amazônica, por exemplo, é um fator importante para o sequestro de carbono, precipitação e para umidade, sendo uma reguladora do clima. Entretanto, o desmatamento prejudica esses processos, o que pode provocar aumento de temperaturas e secas.

O que é estado de emergência climática?

Criado por ativistas, o termo é de extrema importância para o futuro da humanidade. De acordo com os autores da obra “World Scientists’ Warning of a Climate Emergency”, que apoiam medidas mais sustentáveis e igualitárias para o futuro do planeta, declarar esse estado é essencial, pois sem ele será impossível sustentar a vida humana em nossa única casa, no planeta Terra.

O Estado de Emergência Climática é uma ação que autoridades, governantes ou cientistas declaram como forma de reconhecer publicamente que o estado atual climático requer novas medidas contra as mudanças climáticas, afirmando que as medidas utilizadas até o momento não estão sendo efetivas para evitar a intensificação dessas mudanças no clima.

Para se ter uma ideia, 2020 foi um dos três anos mais quentes da história, houve o aumento de 1,2 °C e de acordo com a Organização Meteorológica Mundial, OMM, a chance da temperatura global aumentar 1,5°C até 2027. Em 2023, o planeta bateu o recorde por 2 dias consecutivos de temperatura média mais alta já registrada.

Os números parecem pequenos, mas eles têm um grande impacto. Por exemplo, os furacões ficam mais intensos com o aumento da temperatura global. Além disso, com o aumento da temperatura marítima, as algas marinhas, que produzem mais de 50% do oxigênio do planeta Terra, e os corais têm sua existência ameaçada.

Cidades na Austrália, Alemanha, Estados Unidos e Canadá foram as primeiras a declarar estado de emergência climática. Os parlamentos nacionais do Reino Unidos, Irlanda e Portugal também fizeram esse reconhecimento. 

Essas declarações significam que os governos reconhecem a gravidade do problema, ou seja, é o primeiro passo para entender que medidas precisam ser tomadas contra o avanço das mudanças climáticas. Essa declaração também serve como um aviso para a população, já que informa que alguns hábitos e comportamentos precisam se tornar o mais eco-friendly para que o problema seja erradicado.

Ponto climático de não retorno

O outro conceito que vem ganhando destaque é o ponto de não retorno. Ele diz respeito ao momento em que um ecossistema, floresta ou bioma perde a sua capacidade de se regenerar em virtude do desmatamento e da degradação sofridos. Nesse ponto, inicia-se um processo em que o equilíbrio do sistema fica instável e muito sensível, podendo gerar transformações significativas. Um ponto de não retorno é consequência das mudanças climáticas.

No Brasil, a principal preocupação relacionada a isso compreende a Floresta Amazônica. Caso aconteça, a floresta tropical será definitivamente transformada em algo similar a uma savana, comprometendo o regime de chuvas, o sequestro de carbono e a regulação de temperatura a nível mundial.

A Cúpula da Amazônia, realizada em Belém, em 2023, trouxe a temática e ensaiou propostas para evitar que o problema aconteça. 

Veja também nosso vídeo sobre sustentabilidade e capitalismo!

Quais medidas podem ser adotadas para reduzir o impacto ambiental?

Você já ouviu falar em pegada de carbono? A pegada de carbono é utilizada para realizar a medição do impacto das ações do homem no ambiente por meio da quantidade de gases que sua ação emite na atmosfera. Ou seja, por meio desse cálculo, é possível ter métricas dos impactos causados no meio ambiente.

Não são somente atividades industriais ou usar carro para se locomover que possuem pegada de carbono. Por exemplo, ao almoçar, a comida que você consumiu teve que ser plantada, colhida, transportada e preparada para chegar a sua mesa. Todas essas etapas são consideradas  para calcular a pegada de carbono. Inclusive, ao comprar algum produto que teve que ser transportado por longa distância, ou fabricado em alguma indústria, a sua pegada de carbono é maior.

É possível fazer o cálculo da pegada de carbono no site da ONU. Há também uma versão em português disponível na idesam.

Algumas propostas podem ser seguidas para diminuir o impacto no meio ambiente, tais como:

  • Substituir o uso de combustíveis fósseis por fontes renováveis de energia; 
  • Reduzir a emissão de poluentes como metano e hidrofluorcarbonetos; 
  • Reduzir o consumo de produtos de origem animal;
  • Promover uma integração da sociedade em prol de alternativas sustentáveis para haver futuro para a Terra.

Leia também: origem e evolução do conceito de sustentabilidade

Assim, um exemplo a partir desses pontos listados seria a redução do consumo de carne, leite, queijo e manteiga. Isso porque, de acordo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, durante a produção desses alimentos, há diversas etapas que emitem carbono e outros poluentes na atmosfera, intensificando, assim, a emergência climática.

E quais ações estão sendo realizadas pelos principais atores globais?

Tendo em vista que ações isoladas não conseguem obter o impacto efetivo em relação ao combate às mudanças climáticas, é necessário considerar como as estruturas da sociedade são responsáveis também por essas mudanças.

Nessa perspectiva, diversos países já declararam o Estado de Emergência Climática. Ou seja, assinaram um compromisso afirmando a pretensão de reduzir a zero a emissão de carbono até 2050, segundo o que já havia sido firmado também no Tratado de Paris.

Além disso, diversas empresas privadas declararam que pretendem também alcançar o mesmo feito. Vale mencionar que essas medidas são frequentemente reiteradas pela ONU, principalmente por meio dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os ODS são medidas propostas para que os governos alcancem, até 2030, resultados positivos contra os efeitos das mudanças climáticas.

Saiba mais: o que são os objetivos de desenvolvimento sustentável?

E como está o Brasil nesse assunto?  Em 2020, o Secretário-geral da ONU solicitou que todos os países declarassem Estado de Emergência Climática. Entretanto, até agosto de 2023, o Brasil não declarou a situação no país. Em julho de 2020, o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) propôs o Projeto de Lei 3961/20, para reconhecer a emergência climática no país. Ele segue em tramitação no Congresso.

E qual a sua opinião sobre o assunto? Você acredita que o Brasil deveria declarar o Estado de Emergência Climática? Conta nos comentários!

Referências

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1 comentário em “Estado de emergência climática: entenda os impactos das mudanças climáticas”

  1. Com certeza, deve declarar.

    Mas, além disso, deve apoiar, com medidas de desconto fiscal, a substituição da frota em gasolina para com álcool/elétrica. Além de promover um projeto internacional de proteção da Amazônia, com nenhum centímetro a mais destruído.

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Conteúdo escrito por:
Graduando em Relações Internacionais pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e viajante por paixão. Cativado pela natureza, artes, inovações tecnológicas, pessoas e suas culturas.

Estado de emergência climática: entenda os impactos das mudanças climáticas

16 abr. 2024

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