Em 29 de abril de 2025, os partidos União Brasil e Progressistas (PP) anunciaram o lançamento oficial da Federação União Progressista (UP). Com uma significativa força política, a federação surge como a maior bancada da Câmara e a segunda maior no Senado, reunindo 1.400 prefeitos e 12 mil vereadores em todo o país.
Acompanhe o texto para entender tudo sobre a nova federação!
Lançamento da nova federação União Progressista
As cúpulas do União Brasil e do Progressistas (PP) oficializaram o lançamento da Federação União Progressista em 29 de abril de 2025. O lançamento contou com a presença de líderes de destaque das duas legendas, incluindo o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), o ex-presidente da Câmara e deputado Arthur Lira (PP-AL), e o vice-presidente do União, ACM Neto, ex-prefeito de Salvador.
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A nova federação será a maior bancada na Câmara, com 109 deputados, e a segunda maior no Senado, com 14 senadores. Além disso, reunirá 1.400 prefeitos e 12 mil vereadores em todo o Brasil.
A gestão da federação será compartilhada entre os presidentes do União Brasil, Antonio Rueda, e do Progressistas, senador Ciro Nogueira (PI), até o fim de 2026. Em janeiro de 2026, uma nova diretoria será eleita.
Rueda explicou que a escolha pela gestão compartilhada foi feita para promover maior harmonia entre os dois partidos. Outros nomes, como o de Arthur Lira, também estavam cotados para essa presidência compartilhada.
O ex prefeito ACM Neto afirmou que o desejo é ser protagonista na construção de uma candidatura alternativa ao atual governo do Brasil, destacando que, até 2026, cada um pode desenvolver seu próprio projeto e crescer, mas com liberdade, apoio e suporte na federação.

O peso político da União Progressista dá ao bloco um papel relevante na discussão da centro-direita para 2026. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, é o único presidenciável do grupo e, apesar de enfrentar dificuldades em conseguir consenso, ele recebeu apoio da federação para tentar ultrapassar o patamar de 10% nas intenções de votos até o início do próximo ano.
Outros governadores, como Romeu Zema (Minas Gerais), Ratinho Jr. (Paraná) e Tarcísio de Freitas (São Paulo), também são vistos como potenciais candidatos, embora não pertençam à União Progressista, já que a federação poderia apoiar um desses nomes na posição de vice-presidente.
O que a federação União Progressista defende?
A federação se torna agora a principal força no Congresso, com um discurso claro de distanciamento ao governo Lula. Durante o evento de lançamento da agremiação, foram feitas críticas à situação econômica do país, com propostas de uma reforma modernizadora do Estado, defendendo o livre mercado e o capital privado como motores para o crescimento.
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Além disso, houve a defesa da responsabilidade fiscal, redução da dependência da população dos programas sociais e a inclusão econômica dos beneficiários, sem que o Estado fosse um obstáculo para um “choque de prosperidade”. A mais importante mensagem do evento foi a crítica ao governo Lula.
Durante a cerimônia, os presidentes das duas siglas leram o “Manifesto da Federação União Progressista Por um Choque de Prosperidade e pela Modernização do Estado”. O manifesto descreve a iniciativa como uma “união progressista, uma bússola para o Brasil”, com ênfase na responsabilidade fiscal e social.
Rueda destacou a importância da boa política para garantir soluções e consensos, enquanto Ciro Nogueira falou da urgência em modernizar o Estado para promover o desenvolvimento e “liberar as forças vivas do desenvolvimento”.
O manifesto também faz referência à importância de garantir o equilíbrio das contas públicas para assegurar a paz social.
O que é uma federação partidária?
O modelo de federação foi instituído pelo Congresso Nacional em 2021 e permite que partidos atuem de forma unificada, funcionando como uma única agremiação por quatro anos. A aliança entre União Brasil e Progressistas deve impactar a eleição de 2026.
Isso significa que os partidos da UP atuarão como um só, nas eleições e nas decisões políticas no Congresso.
No contexto das federações no Brasil, a União Progressista será uma das maiores e mais influentes, superando as outras federações menores, como a “Brasil da Esperança” (PT, PCdoB, PV) e a federação PSOL-Rede.
Diferença entre federação, fusão e coligação
Embora a fusão e a federação tenham efeitos similares, com os partidos se unindo para se fortalecer, há diferenças importantes entre ambos os modelos. A federação permite que os partidos mantenham suas identidades e autonomia, mas devem atuar como uma única entidade para algumas finalidades. A fusão é mais definitiva, com os partidos se fundindo em um novo partido.
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Já a coligação é uma aliança temporária, geralmente feita apenas para as eleições majoritárias, como para presidente e governador. Os partidos podem se unir para as eleições, mas mantêm mais autonomia e não precisam atuar juntos após o pleito.
A formação da federação ou fusão ajuda os partidos a superar a cláusula de barreira, que exige que as siglas atinjam uma certa quantidade de votos válidos ou elejam um número mínimo de deputados federais para garantir acesso ao fundo partidário e ao tempo de TV e rádio nas eleições.
A união do PP e do União Brasil cria um “gigante partidário”, enquanto a fusão do PSDB com o Podemos é encarado como uma maneira de recuperar o capital político do PSDB, que tem enfrentado dificuldades nas últimas eleições. Esses movimentos permitem aumentar o poder eleitoral dos partidos.
E aí, entendeu o que é a Federação União Progressista? Deixe suas dúvidas e opiniões nos comentários!
Referências
- CNN Brasil – Lançamento de federação União Progressista reúne PL, MDB e Republicanos
- G1 – Federação União-PP, fusão PSDB-Podemos: entenda a diferença dos modelos e da estratégia de junção desses partidos
- Metropoles – Fusão é último respiro do PSDB, diz presidente do diretório de SP
- União Brasil – União Brasil e Progressistas (PP) oficializam federação partidária
- UOL – 1.400 prefeitos e 109 deputados: União Progressista é maior força do país
- Veja – Como a nova federação de PP e União Brasil será peça-chave para as eleições de 2026