União Brasil: a fusão dos partidos de direita do Brasil

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Em 2022, o cenário político brasileiro mudou com a chegada de mais um partido para as disputas eleitorais: o União Brasil.

A criação desse partido vinha sendo discutida há alguns anos entre algumas agremiações liberais e de centro-direita do país, com os princípios do liberalismo econômico e do conservadorismo.

Assim, o partido Democratas (DEM) e o Partido Social Liberal (PSL) decidiram se fundir em um único partido para ampliar suas bases eleitorais e crescerem sua atuação dentro da política nacional.

Vem que a Politize! te explica tudo sobre o surgimento da União Brasil e seu impacto nas eleições de 2022. Vamos lá?!

Antes de existir o União Brasil, havia o DEM e o PSL

Apesar da legenda ter sido aprovada em 2022 pelo TSE, os partidos que se fundiram para formar a União Brasil já eram importantes partidos no cenário da política brasileira, tendo uma ampla presença na Câmara dos Deputados, no Senado, e nas prefeituras e governos do país.

Antes de entender o processo de junção desses partidos, é preciso entender quem eram eles e como estavam presentes na política?

Democratas (DEM)

O partido Democratas existe desde a redemocratização no país, antes com o nome de Partido Frente Liberal (PFL). 

No final do período da ditadura militar, os partidos de oposição ao governo de José Figueiredo foram tomando força, e os partidos sociais-liberais decidiram se unir à Aliança Democrática, formada pela Frente Liberal e o MDB. Essa aliança foi a base para o lançamento da chapa com Tancredo Neves, representante do MDB, e José Sarney, representando a Frente Liberal.

Tancredo Neves e José Sarney. Imagem/Reprodução: Folha de São Paulo.

Com a morte de Tancredo Neves em 1985, José Sarney assume o poder e há uma ascensão dos partidos da Aliança Democrática no país. 

Contudo, nos anos seguintes, as desavenças entre ambos partidos foram crescendo, mediante discussões políticas e discussões sobre a constituição no país e a ascensão do MDB frente ao PFL e, com isso, houve a dissolução da Aliança Democrática.

Historicamente, o partido continuou crescendo com suas alianças e suas posições de governo, tendo influência principalmente nos estados do nordeste. 

Em 1994, o partido compôs a chapa à presidência com Fernando Henrique Cardoso, candidato do PSDB, com o cargo da vice-presidência ocupado por Marco Maciel, que também foi vice nas eleições de 1998. Sendo assim, o partido compunha a base do governo.

Após o Partido dos Trabalhadores (PT) assumir a presidência, o PFL compôs a oposição a esse novo governo e passou por diversas transformações. 

A mudança de nome ocorreu em 2007, por uma tentativa de mudança de imagem do partido, decidindo substituir seu nome de Partido da Frente Liberal para Democratas

Com isso, ao longo dos anos, o DEM teve ambiguidades em sua linha ideológica, durante o governo Temer e o governo Bolsonaro, não tendo uma posição definida nem como oposição quanto à base. Contudo, o partido continuava tendo uma forte influência e presença no Senado, Câmara dos Deputados e demais instâncias de poder.

Partido Social Liberal (PSL)

Criado em 1994 pelo pernambucano Luciano Bivar, o Partido Social Liberal tinha como centro de sua ideologia a defesa do Estado mínimo e os princípios do social-liberalismo

Contudo, essa era uma legenda pouco expressiva no cenário político brasileiro, até a chegada e ascensão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Isso ocorreu após uma reunião de Jair Bolsonaro com o presidente do PSL, Luciano Bivar em 2018, que o convenceu de entrar no partido ao invés do Republicanos.

Em 2018, o partido criou uma coligação com o PRTB chamada de “Deus acima de todos, Brasil acima de tudo” que marcou a posição do partido e os valores conservadores, cristãos e nacionalistas. 

Com o resultado das eleições, o partido possuiu seu primeiro candidato eleito à presidência da República e a eleição de nove deputados.

Ex-presidente Jair Bolsonaro. Imagem/Reprodução: CNN

Porém, em 2019, após uma série de denúncias sobre candidatos laranjas no partido e demais polêmicas, além de discussões sobre a linha ideológica, Bolsonaro desfilia-se do partido, ficando sem ligação partidária até sua filiação ao Partido Liberal (PL) em 2021.

Com a saída de uma importante figura para o partido, começou-se a se desenhar a importância de novas estratégias políticas e com isso, desenhou-se a possibilidade de fusão com outros partidos.

A fusão dos partidos

A fusão dos partidos foi aprovada por ambos em outubro de 2021, e oficializada em fevereiro de 2022. Essa decisão foi tomada a partir de algumas mudanças no cenário político atual.

Um importante fator na criação desse partido foi a cláusula de barreira criada em 2017, que limitava a atuação de partidos que não atingissem um percentual de votos, como o acesso ao fundo partidário, tempo de propaganda eleitoral e acesso aos meios de comunicação como TV e rádio. Sendo assim, diversos partidos começaram a se fundir pela necessidade de aumentar sua legenda.

Nesse sentido, os partidos viram nessa mudança uma possibilidade de expandir seu fundo partidário e suas legendas, pois já possuíam uma ampla porcentagem de votos. Resultado disso foi que, com a fusão, o partido se tornou a maior agremiação da Câmara dos Deputados em 2022, com 81 deputados eleitos, e com o direito ao acesso a um recurso do fundo partidário de cerca de R$160 milhões no ano de 2022.

Nas eleições presidenciais de 2022, lançou a sua primeira candidatura com a ex-senadora do Mato Grosso do Sul Soraya Thronicke, que conquistou cerca de 600 mil votos, o que representou 0,51% dos votos, ficando em quinto lugar na disputa eleitoral.

Soraya Thronicke em debate eleitoral. Imagem/Reprodução: G1 Globo.

Em 2024, o partido se consolidou como o terceiro maior na Câmara dos Deputados, possuindo 58 candidatos eleitos, atrás somente do PL (95 deputados) e do PT (68). Porém, o bloco parlamentar que o partido compõe é o maior da Câmara, com 159 deputados, composto pelos partidos: Partido Progressista (PP), PSDB, Cidadania, Avante, Solidariedade e Partido da Renovação Democrática(PRD).

Outras alianças

O União Brasil tentou se fundir com outros partidos, tendo um contato, principalmente, com o Progressistas. Porém, pela legislação do país, o partido não pode realizar novas fusões nos próximos 5 anos. Caso houvesse essa aglutinação do PP à legenda, o partido se tornaria o maior da Câmara dos Deputados, com 108 representantes.

O partido possui planos de montar uma federação com o Partido Progressistas e o Avante. Essas alianças continuam em negociação e isso pode representar, ao longo do tempo, o crescimento da legenda na política e sua presença nos espaços de poder nas eleições de 2026.

E aí, conseguiu entender tudo sobre a criação desse partido? Deixe nos comentários a sua opinião!

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União Brasil: a fusão dos partidos de direita do Brasil

30 abr. 2024

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