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Qual a história do Partido Liberal (PL)?

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Compreender o contexto sobre o qual foram criados os partidos políticos brasileiros pode nos auxiliar a escolher mais criticamente as pautas às quais nos alinhamos. Hoje, nos atentaremos à história do Partido Liberal (PL).

Com as eleições de 2022, o partido demonstrou uma ascensão bastante significativa, constituindo a maior bancada do Congresso. Mas, afinal, o que poderia tê-lo levado a tamanho destaque?

Para que possamos entender essa trajetória, devemos voltar um pouco no tempo.

Veja também nosso vídeo sobre o Partido Liberal (PL)!

A ditadura cívico-militar

Quando o país estava sob um regime ditatorial cívico-militar, que perdurou por 21 anos, alguns mecanismos institucionais foram implantados para que o projeto tivesse sucesso.

Você muito provavelmente, nas aulas de história, já ouviu falar sobre o AI-5, por exemplo. Este ficou conhecido como o Ato Institucional mais severo do período em questão. Em suma, podemos dizer que ele foi responsável pelo fechamento arbitrário do Congresso Nacional, bem como das Assembleias Legislativas e das Câmaras de Vereadores.

Dessa forma, o poder esteve concentrado nas mãos do Poder Executivo, considerando especialmente o presidente da República. Assim, nossa democracia esteve cerceada, uma vez que seu funcionamento depende, entre outras coisas, da autonomia dos três poderes e do equilíbrio entre eles.

Mas, antes mesmo disso acontecer, houve o AI-2. Após o estabelecimento do fim das eleições diretas, houve o fechamento de diversos partidos políticos. Em consequência disso, o Brasil adotou um novo sistema político: o bipartidarismo.

A insuficiência do novo sistema político

Sob o bipartidarismo, uma tensão foi intensificada. Imagine que, antes do período ditatorial cívico-militar, havia alguns partidos políticos brasileiros. Dentre eles, podemos citar a União Democrática Nacional (UDN), o Partido Social Democrático (PSD) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

Cada um desses partidos possuía suas próprias motivações e bandeiras, seus próprios desafios e percursos. Reduzir tudo isso a apenas dois partidos foi um processo truculento.

De acordo com o cientista político Rafael Machado Madeira (2006), a supressão dos antigos partidos políticos e a realocação dos mesmos em apenas dois partidos não fez com que os políticos esquecessem suas divergências. Afinal, suas lutas eram diferentes.

Por conta disso, a ARENA (Aliança Renovadora Nacional) e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro) – partidos vigentes durante o período ditatorial cívico-militar – não perderam tempo e se desmembraram assim que tiveram a oportunidade sob a redemocratização do país.

O surgimento do PL

Apesar de ter políticos de longa data que saíram da ARENA, o PL só foi fundado em 1985. Álvaro Valle, deputado do Rio de Janeiro, foi o responsável por essa iniciativa.

Fotografia do Álvaro Valle, fundador do PL.
Álvaro Valle, fundador do PL. Imagem: Partido Liberal.

Aproveitando a reabertura política, diversos novos partidos surgiram a fim de reafirmarem a importância da pluralidade de pensamentos para uma próspera democracia que renascia. Dentre eles, estava o PL, que proclamava explicitamente ideias da doutrina liberal, considerado de direita.

Desde 1987, o partido tem concorrido às eleições executivas, parlamentares e presidenciais. Suas lutas são contra a violência nas cidades, a degradação da qualidade de vida da população, entre outras.

Nesse sentido, o Manifesto do partido defende diversas reformas que, na visão de seus fundadores, poderiam beneficiar o país. Dentre elas, temos como exemplo a Reforma Econômica e Social. Esta visa à valorização do trabalho, ao salário justo e à criação de novos empregos.

A evolução do PL ao longo de sua história

Ao longo de sua história, o PL passou por idas e vindas. Em 2003, por exemplo, o partido incorporou o Partido Geral dos Trabalhadores (PGT) e o Partido Social Trabalhista (PST). Isso se deu porque estes eram partidos pequenos e com pouco alcance no cenário eleitoral. Parece até que dessa maneira ele poderia se tornar um partidão, né? Mas não foi bem assim…

Por conta da Lei 9096/95, as eleições de 2006 sofreram algumas alterações. A principal delas dizia respeito à relevância eleitoral dos partidos. A cláusula de barreira instaurada passou a restringir a participação de partidos que obtivessem, nas eleições, menos de 5% dos votos válidos para deputados federais em, no mínimo, nove estados e com 2% dos votos para cada um deles.

Saiba mais: O que é cláusula de barreira?

Tentando sobreviver às novas regras, o PL se uniu ao PRONA (Partido de Reedificação da Ordem Nacional). Este partido havia sido fundado por Enéas Carneiro, um dos grandes nomes da direita brasileira. Após formalizarem juntos um processo de fusão, deu-se vida ao Partido da República (PR).

O PR teve uma breve, mas bem-sucedida história. Já em 2014, apenas oito anos após sua criação, o partido ocupava a sexta posição no Congresso, com 34 deputados federais eleitos. Até 2018, seus números se mantiveram estáveis, uma vez que então elegeram 33 deputados.

Somente em 2019 as coisas mudaram.

A próspera volta do PL

Foi em 2019 que um deputado estadual do partido, João Henrique Catan (MS), anunciou um movimento partidário de retomada às suas origens, incluindo nesse processo o antigo nome. Discussões internas e uma demanda da nova militância do partido teriam motivado a mudança a fim de explicitar sua bandeira fiel ao ideário liberal.

Já em 2021, o PL teve a oportunidade de acolher a maior figura política do país: o presidente da República. Jair Bolsonaro havia sido eleito presidente em 2018 ainda filiado ao PSL (Partido Social Liberal). Por conta de divergências internas, Bolsonaro deixou o então partido e assim ficou por dois anos até encontrar o PL.

Leia mais: O que é o bolsonarismo? Um novo movimento social ou não?

Logo do Partido Liberal - PL.
Logo do Partido Liberal. Imagem: Facebook do PL.

A popularidade do então presidente foi benéfica ao partido, que cresceu de forma exponencial. Não à toa, nas eleições seguintes, em 2022, o PL passou a constituir a maior bancada do Congresso, contando com 99 deputados eleitos. Dentre eles, 16 estão na lista de 50 deputados mais votados.

Nikolas Ferreira, eleito pelo PL, foi o deputado federal mais votado em 2022, contando com quase 1,5 milhão de votos válidos. Ainda no top 5, encontramos Carla Zambelli, Eduardo Bolsonaro e Ricardo Salles.

Outros deputados que compõem a mesma lista são: André Ferreira, Filipe Barros, Capitão Derrite, André Fernandes, Carlos de Toni, Pastor Marco Feliciano, Júnior Mano, Rosana Valle, Bia Kicis, Delegado Eder Mauro, General Pazuello e Gustavo Gayer.

Agora que você conhece um pouquinho sobre a história do Partido Liberal, diz pra gente: você se identifica com as lutas e os representantes do Partido Liberal (PL)?

Referências:

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Conteúdo escrito por:
Licenciado em ciências sociais, constantemente intrigado com questões subjetivas e estruturais. Apaixonado por música pop e entusiasta do amor. Professor preocupado com uma educação para além da sala de aula.

Qual a história do Partido Liberal (PL)?

22 abr. 2024

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