O que são as alianças partidárias?

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Alianças partidárias. Imagem: Freepik.
Alianças partidárias. Imagem: Freepik.

Com a corrida para as eleições de 2022, aumentam as articulações e as alianças partidárias entre os pré-candidatos, isto é, a união entre partidos para fortalecer sua candidatura.

Em abril de 2022, a notícia da chapa Lula-Alckmin para a disputa presidencial foi um dos assuntos mais comentados no cenário político e gerou grande repercussão e críticas tanto do campo da esquerda quanto de eleitores da direita.

A aliança partidária entre Geraldo Alckmin (PSB) ao lado do ex-presidente Lula (PT), ganhou um tom inusitado pelo fato de terem sido adversários políticos durante boa parte de suas carreiras partidárias.

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O que são as alianças partidárias?

Alianças partidárias são a associação de partidos com o objetivo de aumentar as chances de vitória. O intuito é unir forças, juntar os recursos financeiros e aumentar as projeções políticas.

Na política brasileira, as formações de alianças partidárias são frequentes e essenciais para garantir uma série de vantagens, como a sobrevivência de pequenos partidos, impulsionar as candidaturas e facilitar a governança.

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Sistema Político Brasileiro

Atualmente, no Brasil existem 32 partidos políticos registrados no Tribunal Superior Eleitoral e mais de 70 partidos em formação, sendo que a maioria desses partidos não possui identidade social e ideológica, o que representa a fragmentação do sistema político.

O elevado número de partidos de médio e pequeno porte se deve a uma série de benefícios que são concedidos aos partidos políticos, por exemplo, direito à propaganda gratuita e isenção fiscal.

Consequências das articulações partidárias

Os arcos de aliança são criados a partir de conveniências, o que beneficiaria ambas as partes. Com esse pacto, é possível ganhar popularidade, aumentar o tempo de propaganda eleitoral na TV, aumentar as chances de captação de recursos e a eficiência nos projetos associando-se a outro candidato.

No entanto, a associação entre siglas pode ter efeito contrário, quando mal planejadas ou executadas entre candidatos não relacionados, isto é, se os valores ideológicos forem contrários entre si.

Portanto, para que as alianças funcionem estrategicamente, é importante considerar a história do aliado, os partidos aos quais se associou, seus principais projetos e alcance popular.

Coligação

As coligações são modalidades eleitorais e temporárias por natureza, ou seja, são organizadas apenas no período eleitoral.

Nas coligações, os partidos se unem com o objetivo de lançar candidatos, e isso ocorre apenas nas eleições majoritárias – para prefeito, governador, senador e presidente da república.

As eleições proporcionais (para vereador, deputado estadual, deputado distrital e deputado federal) não permite coligações.

Com a Reforma Eleitoral de 2017, as coligações proporcionais para deputados e vereadores foram extintas das eleições de 2020, pois tinha como consequências: a união de partidos de oposição ideológica, por exemplo, casos recorrentes em que as siglas são aliadas em âmbito estadual e adversários em âmbito municipal.

Além disso, os eleitores podem votar em um candidato com uma determinada ideologia política e, em última análise, ajudar a eleger outro partido com uma filosofia diferente.

Assim, no sistema político nacional, os interesses financeiros e o objetivo de conquistar o poder a todo custo, muitas vezes, prevaleceram sobre os valores ideológicos.

Federação partidária

Aprovada em setembro de 2021, as federações partidárias são uma associação que permite duas ou mais legendas se unam não apenas na eleição, que acontecem com as coligações, mas atuam em bloco no Legislativo e permanecem juntas durante todo o mandato.

Novidade nas eleições deste ano, a federação permitirá que os partidos atuem como uma única legenda no Congresso Nacional, mas mantêm estruturas separadas que deverão durar pelos próximos quatro anos.

Um exemplo concreto é a “Federação Brasil da Esperança”, que será presidida por Gleisi Hoffmann, presidente do PT. A composição entre as três legendas PT, PCdoB e PV, foi confirmada no dia 18 de abril.

Fusão partidária

Outra modalidade é a fusão de partidos, quando passam a ter um registro único no TSE. Por exemplo, o União Brasil surge da associação do DEM e PSL em um único partido.

Assim, fusão de partido político é o ato em que dois ou mais partidos se unem para formar um novo partido, caso em que os partidos fundidos são extintos.

Chapa Lula-Alckmin

O ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) e o ex-presidente Lula anunciam intenção de formarem uma chapa. Imagem: Ricardo Stuckert/Divulgação.
O ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) e o ex-presidente Lula anunciam intenção de formarem uma chapa. Imagem: Ricardo Stuckert/Divulgação.

A chapa Lula-Alckmin é um exemplo de coligação para a disputa presidencial. O PSB deixou de formar uma federação partidária com o PT, PCdoB e PV, mas vai continuar com a chapa presidencial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na forma de coligação.

Embora o PSB tivesse a vantagem de acrescentar mais tempo de rádio e televisão e o Fundo Eleitoral, os dirigentes consideraram que o custo político não valia a pena.

A razão da repercussão da chapa Lula-Alckmin está no fato de que os dois candidatos, por muitos anos, foram de partidos opostos.

É importante lembrar, que Alckmin quando estava no PSDB, foi adversário de Lula nas eleições no segundo turno em 2006, quando o petista foi reeleito presidente.

A construção da chapa trouxe Alckmin de volta ao destaque na política nacional, que estava apagado desde sua derrota em 2018, quando terminou em quarto lugar na corrida presidencial, com menos de 5% dos votos.

Para Lula e o PT, a aproximação com o ex-tucano significa uma demonstração de moderação política, afastando a ideia de que Lula é um candidato de “esquerda radical’’ e que está disposto a fazer negociações com campos da centro-direita.

Veja também nosso vídeo sobre a comparação dos governos de Lula e Bolsonaro!

Desse modo, para opositores dessa coligação partidária, o PT estaria renunciando seu caráter ideológico na tentativa de vitória por uma grande reconciliação com grupos liberais e conservadores.

Entretanto, apesar das queixas e reprovações, Lula deu declarações em defesa do ex-governador de São Paulo e teceu elogios ao seu vice, esclareceu as divergências históricas e ressaltou que Geraldo Alckmin, agora, é um “companheiro.

Portanto, fica claro que a aliança partidária de Lula-Alckmin será uma frente ampla e menos ideológica, segundo eles é preciso deixar de lado as desavenças antigas e somar forças para derrotar Bolsonaro e reconstruir o país.

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Sou estudante de jornalismo, apaixonada por política e história. Acredito na educação e comunicação como ferramentas de transformação social.

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23 abr. 2024

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