3 pontos importantes para entender o desemprego no Brasil

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A imagem mostra várias carteiras de trabalho e previdência social disposta em uma mesa.
Carteira de trabalho de previdência social. Imagem: Valdecir Galor/SMCS

O desemprego tem sido uma pauta frequente no Brasil nos últimos anos por causa dos seus números altos. Em 2015, essa taxa começou a crescer e chegou ao marco de 13,9% em 2017. Ela ficou acima dos 10%, até dezembro de 2022, quando chegou a ser 7,9%.

Muitos fatores estão relacionados para a criação desse cenário, o que envolve o momento da economia e condições de capacitação e trabalho. Além disso, é importante destacar que existem diversos conceitos que estão relacionados ao desemprego, como o desalento e subocupação. 

Neste texto, a Politize! mostra um cenário geral sobre o desemprego no Brasil e explica os conceitos relacionados a ele. Para entender mais, continue a leitura. 

Veja também nosso vídeo sobre crise econômica!

Como é definido o desemprego?

A pesquisa para determinar a taxa de desempregados é chamada de Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) ou PNAD Contínua e é realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ela é realizada mensalmente e seus dados são divulgados no último mês de cada trimestre. 

A classificação é definida da seguinte forma:

  • São consideradas pessoas desocupadas: aquelas com 14 anos ou mais, que na semana da realização da pesquisa estavam procurando emprego e que estão possibilitadas de ocupar cargos. 
  • São consideradas pessoas desalentadas: aquelas que não estão à procura de trabalho, mas que desejam ter um emprego;
  • São consideradas ocupadas: as pessoas que trabalharam 40 horas na semana anterior são definidas como ocupadas e parte da força de trabalho. 

Na prática, é dessa maneira que se identifica o número de pessoas que procuram emprego, pessoas com carteira assinada, trabalhadores informais e demais resultados. Mas é importante destacar que apenas o fato de ter ou não um emprego não é suficiente para considerar uma pessoa desempregada. Existem os casos das pessoas consideradas ocupadas, porém que não possuem emprego, situação das pessoas que possuem o próprio negócio ou aquelas que praticam o trabalho informal. Há também as pessoas que estão fora da força de trabalho, como estudantes em tempo integral ou donas de casa.

Além desses conceitos, existem outros relacionados a desocupação e o desemprego. Entre eles, estão o de pessoas desocupadas, subocupadas e desalentadas, explicados abaixo.

O que é ser desempregado?

O IBGE contabiliza como desempregado ou desocupado aquele que está sem emprego, mas em busca proativa de um novo, o que inclui enviar currículos ou responder anúncios de vagas nos 30 dias anteriores à pesquisa.

O que é ser subocupado?

Aquele indivíduo que trabalha menos de 40h por semana, mas que está disponível para  trabalhar mais.

O que é ser desalentado?

Desalentado corresponde às pessoas que não estão procurando emprego, porém que teriam condições de está trabalhando. Esse grupo, normalmente, é formado por pessoas que após um determinado período, desistiram de buscar trabalho.

O que é uma pessoa fora da força de trabalho? 

Essa classificação é ampla e compreende as pessoas que não estão trabalhando por diversos motivos. Aqui se encontram as pessoas que não tem e que tem potencial para trabalhar. O primeiro corresponde a estudantes, aposentados ou donas de casa. Já o segundo é relativo a pessoas que poderiam integrar efetivamente a força de trabalho. É nesse último grupo que estão as pessoas que buscam por trabalho, mas que não estavam disponíveis e desalentados.

Leia mais: seis princípios fundamentais do direito do trabalho.

O desemprego no Brasil

O cenário do desemprego no Brasil perpassa por questões complexas, como a crise econômica iniciada em 2014, modernização nos setores, baixo nível de capacitação e até mesmo efeitos da pandemia de Covid-19

Esses elementos colaboram para uma taxa de desemprego de 8,3% no trimestre encerrado em maio de 2023. O número é o menor para o período em 8 anos. Entretanto, a queda não corresponde a um aumento de pessoas trabalhando. De acordo com Adriana Beringuy, a coordenadora responsável pela pesquisa, o que houve foi uma menor procura por emprego, o que afetou uma redução no índice de desocupação.  

Para Beringuy, é preferível que a taxa de desocupação diminua através do aumento de pessoas trabalhando, e é isso o que gera efeitos positivos para a economia e a sociedade.

A reforma trabalhista e a criação de empregos

Em 2017, no auge da crise econômica, o então presidente, Michel Temer propôs algumas medidas para reverter a situação e reduzir a taxa de desemprego. Entre as ações estavam a revisão da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a Reforma da Previdência e a alteração da relação com os sindicatos. Com as novidades, vieram as polêmicas e o debate público sobre a eficácia desses planos a longo prazo.

No infográfico a seguir, estão reunidos argumentos contra e a favor, a partir das análises do governo e de especialistas em economia. Confira e fique por dentro do assunto.


Que tal baixar esse infográfico em alta resolução? Clique aqui

Saiba mais: trabalho informal no Brasil

A reforma trabalhista apareceu como uma forma de solucionar a questão do desemprego. Entretanto, para alguns especialistas ela apresenta algumas falhas e pode não ter cumprido seu propósito de criar mais trabalhos. 

Para José Dari Krein e Vitor Araújo Filgueiras, escritores do livro “Reforma trabalhista no Brasil: promessas e realidade”, a reforma trabalhista  pode ser considerada uma das responsáveis pela não retomada da atividade econômica do país depois de 2015. 

Veja também nosso vídeo sobre uberização e trabalho informal!

Além disso, os escritores apontam que após a reforma o número de pessoas que possuem condições inadequadas de trabalho está crescendo. É o caso de prestadores de serviço, que possuem jornadas semanais de trabalho de 49 horas e também não têm acesso a direitos trabalhistas. Esse cenário acaba por configurar um mercado de trabalho precarizado. 

Outro fator apontado é o rebaixamento dos rendimentos médios. A redução de gastos pelo desemprego ou diminuição da renda acaba por provocar redução na demanda por produtos e serviços, o que por consequência provoca a não oferta de vagas de emprego.

E aí, conseguiu entender mais sobre o cenário do desemprego no Brasil? Conta aqui nos comentários o que você achou!

referências:

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1 comentário em “3 pontos importantes para entender o desemprego no Brasil”

  1. Eliezer Costa Nascimento

    Diante da escalada dos eventos nos últimos meses associados à pandemia do coronavírus, o nível de incerteza em relação ao desempenho da economia brasileira tem se elevado de forma extraordinária e irá gerar grandes distorções no país, em especial no mercado de trabalho. Desse modo, faz-se necessário, mais do que nunca, a análise de pesquisas de alta frequência, de modo a ter estimativas mais precisas do impacto da crise ao longo dos últimos meses.

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Conteúdo escrito por:
Bacharel em Produção Editorial na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Ferro, Clarice. 3 pontos importantes para entender o desemprego no Brasil. Politize!, 5 de julho, 2017
Disponível em: https://www.politize.com.br/desemprego-no-brasil/.
Acesso em: 12 de dez, 2024.

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