Economia Sustentável: conheça as vantagens e os desafios

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O conceito de economia sustentável tem ganhado destaque nas últimas décadas à medida que os impactos ambientais se tornaram cada vez mais evidentes.

Em 1° de janeiro de 2023, em seu discurso de posse, o atual presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), confirmou que uma das metas do seu novo governo é promover uma transição da economia brasileira rumo a um sistema ambientalmente mais responsável.

Plantar árvores em uma pilha de moedas. Imagem: Freepik

Pensando nisso, a Politize separou as vantagens e os desafios enfrentados por um modelo econômico sustentável. Vamos lá?

O que é economia sustentável?

A economia sustentável ou economia verde é a maneira de pensar os processos relacionados à utilização de recursos necessários à vida humana, considerando a harmonia com a natureza.

É um modelo que no sistema predominante à nível global, sendo o capitalismo, continuaria visando o lucro, mas neste caso possuindo a consciência que os recursos são finitos.

Esse modelo é um caminho para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, definida em 2015, além de ser baseado na ideia de que o progresso econômico deve considerar a proteção ambiental, a responsabilidade social e a eficiência econômica.

A Agenda 2030 visa garantir que o crescimento econômico do país ocorra de forma equilibrada e justa, respeitando os limites ecológicos do planeta e as necessidades humanas.

Assim, dentro deste viés, alcançar desenvolvimento e bens de consumo é algo ligado à preocupação com a preservação da natureza. A proposta é repensar a economia de maneira que não prejudique o equilíbrio ambiental.

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Quando surgiu esse conceito?

O conceito de economia sustentável, que também conhecida como economia verde, começou a ganhar destaque internacional no início dos anos 2000, mas suas origens podem ser rastreadas em décadas anteriores.

A Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas (CMED), criada a partir do PNUMA, publicou em 1987 o relatório “Nosso Futuro Comum”, também conhecido como Relatório Brundtland.

O documento apontou a incompatibilidade entre desenvolvimento sustentável e os padrões de produção e consumo, trazendo à tona a necessidade de melhorar a relação ‘ser humano-meio ambiente’.

Posteriormente, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) começou a promover o conceito de economia verde — criado para se opor àquilo que se convencionou chamar por economia marrom, pautada no desenvolvimento não ambientalmente responsável.

No ano de 2008, o PNUMA publicou um relatório intitulado “A Economia do Ecossistema e da Biodiversidade” que enfatizou a importância de reconhecer o valor dos serviços ambientais e da biodiversidade para a economia.

Porém, esse conceito só foi formalmente introduzido na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, também conhecida como Rio+20, realizada em 2012.

Nessa conferência, os líderes mundiais reconheceram a importância da economia verde como uma forma de promover o desenvolvimento sustentável e sugeriram a mudança do modelo econômico como um dos caminhos para alcançar esse objetivo.

As vantagens desse modelo econômico

A economia sustentável nos beneficia com várias vantagens em relação à economia convencional. A primeira delas é a diminuição da desigualdade social promovida pela criação de novas oportunidades de emprego. Também chamado de emprego verde, focados no setor de energia renovável, transporte limpo, agricultura e tecnologia.

À medida que a demanda por soluções renováveis aumenta, novas oportunidades trabalhistas são criadas em áreas como turismo sustentável e gestão de água e resíduos.

Outra vantagem é o fortalecimento da economia, que com a criação de novos negócios e a diversificação do modelo econômico, torna-a mais resistente a choques externos e ocasiona a expansão para novos mercados, podendo aumentar as exportações do país e fortalecer a balança comercial.

Além disso, esse modelo promove a utilização de recursos naturais de forma pensada, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa, minimizando a poluição do ar, água e solo conservando a biodiversidade e garantindo recursos para usufruto das gerações futuras.

Áreas de destaque da economia sustentável no Brasil

Uma das áreas com grande potencial de crescimento na economia sustentável no Brasil é a energia renovável.

O país possui uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, com a maioria da energia elétrica produzida a partir de fontes renováveis, como hidrelétricas e usinas eólicas.

No entanto, ainda há espaço para expansão da energia solar, que tem crescido fortemente nos últimos anos.

Outra área destaque na economia verde brasileira é a agricultura sustentável. Mesmo sendo um grande produtor de alimentos, o país ainda enfrenta problemas relacionados à conservação do solo, uso de agrotóxicos e desmatamento.

A adoção de práticas mais sustentáveis na agricultura, como a agroecologia e o incentivo à agricultura familiar pode reduzir o impacto ambiental e melhorar a qualidade dos alimentos produzidos.

Seminário de Atualidades e Desafios da Questão Ambiental no Brasil, que compõe o Encontro Estadual do MST. Imagens: Fotos Públicas

Além da energia renovável e da agricultura sustentável, a economia verde no Brasil também pode incluir outros setores, como o transporte e construção sustentável, a reciclagem e a gestão de resíduos sólidos

Os desafios da Economia Verde

Um dos principais desafios encontrados é que a transição para uma economia sustentável pode ter um custo alto e ser bem complicada, especialmente para países e empresas que dependem fortemente de setores econômicos poluentes e insustentáveis.

Além disso, a implementação de tecnologias e práticas sustentáveis podem requerer investimentos significativos em infraestrutura, pesquisa e desenvolvimento.

Outro empecilho é que esse modelo pode levar a um aumento nos preços dos produtos e serviços, especialmente se as empresas e países adotarem práticas mais caras, como a produção de energias renováveis.

Isso pode ser um empecilho para pessoas e comunidades de baixa renda, as quais terão dificuldades para acessar esses serviços.

Também há preocupações em relação aos impactos sociais, especialmente se as medidas adotadas para promover a sustentabilidade não considerarem as necessidades das comunidades locais.

Por exemplo, a criação de áreas protegidas ou a adoção de restrições ambientais podem acarretar perda de empregos em setores tradicionais, como o de petróleo e o carvão.

Veja também nosso vídeo sobre o ecocapitalismo!

Sustentabilidade em um sistema capitalista

O ecocapitalismo parte do pressuposto de que a economia de mercado é a melhor forma de alocar recursos e incentivar a inovação. A Economia Sustentável tem uma relação próxima a esse modelo, pois ambos buscam conciliar o desenvolvimento econômico com a proteção ambiental.

Porém, se diferem nas suas abordagens em relação ao papel do mercado, ao papel do Estado e à importância da justiça social.

A ideia central desse conceito é que a proteção ambiental e o desenvolvimento econômico não são necessariamente opostos, mas sim complementares.

Ao adotar práticas sustentáveis, as empresas podem reduzir seus custos operacionais, aumentar sua eficiência e, ao mesmo tempo, contribuir para a preservação do meio ambiente.

No entanto, críticos do ecocapitalismo argumentam que essa abordagem pode levar a uma “mercantilização da natureza”, onde o meio ambiente é tratado como um objeto a ser negociado no mercado.

Além disso, há preocupações de que esse modelo aumente as desigualdades, já que as comunidades mais pobres e vulneráveis geralmente são as mais afetadas pelos problemas ambientais.

Mas e aí, o que você achou? Estamos muito distantes de vivenciar uma economia sustentável? Economia verde e capitalismo são conceitos compatíveis? Deixe sua opinião aqui nos comentários.

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Conteúdo escrito por:
Goiana, graduanda em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, curiosa e inquieta.

Economia Sustentável: conheça as vantagens e os desafios

29 abr. 2024

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