História da inflação no Brasil: entenda

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Na imagem, moedas empilhadas. Conteúdo sobre inflaçãoÉ comum ouvirmos ou lermos diariamente nos jornais e telejornais a palavra “inflação”. Mas, afinal de contas, o que de fato ela significa? Neste texto falaremos um pouco sobre o conceito de inflação e sua história no Brasil.

Veja também nosso vídeo sobre inflação!

O que é inflação?

Bom, no campo da economia, em uma definição técnica, podemos dizer que a inflação é “O aumento generalizado do preço médio e produtos e serviços em um determinado intervalo de tempo.” (Nicholas gragory Mankiw: Livro: Introdução à Economia)

Em palavras mais simples, podemos dizer que a inflação significa a alteração (aumento) no valor de um determinado bem ou serviço dentro de um curto ou médio prazo.

Por exemplo:

Um consumidor vai até o supermercado e compra 1 KG de carne pagando o valor de R$ 15,00.  Após 13 dias, esse mesmo cliente volta ao supermercado e leva um susto ao notar que o valor da mesma carne (1 KG) estava sendo vendida por R$ 27,00. Ou seja, houve um aumento de 55% em apenas alguns dias. Na prática, isso é denomina-se inflação. Os motivos que causam esses aumentos são diversos, explicarei a seguir.

Quais as causas da inflação?

Depois de conhecermos a definição, veremos os principais motivos que contribuem para o surgimento da inflação:

  • Lei da oferta e da demanda: Quando os consumidores estão dispostos a gastarem mais e têm recursos para fazerem isso, é natural que os preços subam. Seguindo assim, a lei da oferta e demanda (Se a demanda for maior que a oferta, logo, os preços irão subir);
  • Diminuição da oferta: Se por algum motivo, a oferta é reduzida, os preços também caem, visto que as quantidades ofertadas de tais produtos são insuficientes para atender a demanda. Também seguindo a lei de oferta e demanda;
  • Fatores naturais: Fatores naturais também podem causar inflação, como a seca de chuva em determinada área de produção de alimentos. Esses itens afetados chegarão aos supermercados em quantidade reduzida (ou talvez nem chegue as prateleiras).  Isso fará com que os preços sejam elevados, já que tais produtos estarão em escassez;
  • Emissão de moeda:  Se o governo emite uma quantidade excessiva de moedas, isso também influência o aumento dos preços, pois isso acaba incentivando desordenadamente o aumento do consumo;

Qual o impacto na vida das pessoas?

Entendemos a definição e as principais causas da inflação, vocês devem estar se perguntando: “Mas, como isso afeta meu bolso? ”

Resumidamente, a inflação faz com que o dinheiro perca valor, já que ele não acompanha os aumentos dos preços.

Caso a inflação seja muito alta (hiperinflação), as pessoas tendem a ter dificuldades em acompanhar o que pode ser considerado barato ou caro. Pois os preços podem subir durante vários dias seguidos. Ou seja, a moeda vai perdendo seu valor muito rapidamente.

Exemplo:

Um cidadão vai à feira e compra 1 dúzia de bananas por R$ 18,00. No dia seguinte, notícias mostram que fortes chuvas atrapalharam o processo de colheita de bananas.

Esse mesmo consumidor, retorna na mesma feira e no mesmo local que havia comprado bananas há 7 dias e, se espanta com o valor atual da dúzia de bananas (R$ 28,00). Um aumento de 64%.

Como as fortes chuvas destruíram algumas plantações de bananas, os feirantes tiveram problemas em abastecer suas barracas com esse produto. Pois aquele produto se tornou (naquele momento) escasso e, consequentemente, mais caros.

Leia também: como o Ibovespa impacta a sua vida?

Meios para combater a inflação

O governo federal não pode controlar a inflação como nós controlamos, por exemplo, os canais de televisão através do controle remoto. Porém, existem algumas medidas que podem ser tomadas para influenciar neste controle. Vejamos algumas delas a seguir:

  • Taxa Selic: Essa taxa é determinada pelo banco central, funciona como uma ferramenta para tentar controlar a inflação. Quando o Banco Central decide aumentar essa taxa, o dinheiro se torna “mais caro” e isso dificulta o acesso a ele, pois aumentam os juros de empréstimos, cheque especial e cartão de crédito.

Em palavras simples, o governo está dizendo ao indivíduo: “Ei, cidadão, não é hora de tomar decisões, nem o melhor momento para comprar coisas caras”

  • Expansão da capacidade produtiva: O governo pode decidir aumentar a quantidade de produção. Assim, as ofertas de produtos irão aumentar e reduzirão os preços dos mesmos.

Inflação no Brasil

Muitos ainda se lembram de ir à padaria nos anos 1990 com uma nota de 1 real e voltar para casa com 10 pãezinhos – uma rotina impraticável hoje em dia. De 1° de julho de 1994 até maio deste ano, o real acumulou inflação de 508,1%, conforme o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial do país.

Em uma comparação simples, hoje 6,08 reais equivalem o que há 25 anos vinha estampado na nota de 1 real, já extinta da circulação nacional. Apesar do índice, que à primeira vista pode parecer elevado para os jovens que não vivenciaram a escalada diária de preços, o real completou 25 anos em circulação nesta semana e se tornou a mais longeva moeda da história contemporânea do país.

De fato, ele foi decisivo para derrubar os índices galopantes de aumento dos preços, que se avolumaram desde a década de 1980 com novo ápice em 1993, ano da montagem da equipe econômica responsável por elaborar a proposta. Apenas no primeiro semestre de 1994, quando as moedas ainda eram o cruzeiro e o cruzeiro real, a inflação oficial acumulou 757%. Nos 12 meses anteriores à implantação da nova unidade monetária, totalizava 4.922%, segundo o Banco Central. O índice, que finalizou 1994 com 916%, caiu para 22% em 1995.

Regime de Metas de Inflação

regime de meta da inflação foi adotado em 1999 e tinha por objetivo, na ocasião, evitar a desenvolvimento do processo inflacionário, fenômeno esse intimamente relacionado às variações anuais do IPCA – Índice de preços ao Consumidor Amplo- que é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dessa forma, desde a sua criação até os dias de hoje, cabe ao Conselho Monetário Nacional – autoridade máximo do nosso sistema financeiro – a fixação dessas metas e os seus respectivos intervalos de tolerância.

Metas de inflação são definidas anualmente pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é formada pelos ministros da economia e do planejamento e pelo presidente do Banco Central. Essas metas são fundamentos econômicos do governo, é um compromisso firmado (1999) afim de passar a garantia de que a inflação não vai fugir do controle e que tudo será feito para que isso aconteça. Isso passa mais segurança para a sociedade e investidores.

Principais Índices de Inflação no Brasil

Para medir a inflação e checar se o país está dentro da meta de inflação, existem alguns índices de preços, que hoje são medidos por instituições como a Fundação Getúlio Vargas e como a Universidade de São Paulo. Seguem abaixo os principais índices utilizados hoje:

INPC – Índice nacional de preços ao consumidor

O Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor – SNIPC produz contínua e sistematicamente o Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC que tem por objetivo a correção do poder de compra dos salários, através da mensuração das variações de preços da cesta de consumo da população assalariada com mais baixo rendimento. Esta faixa de renda foi criada com o objetivo de garantir uma cobertura populacional de 50% das famílias cuja pessoa de referência é assalariada e pertencente às áreas urbanas de cobertura do SNIPC – Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.

Esse índice de preços tem como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, concessionária de serviços públicos e internet e sua coleta estende-se, em geral, do dia 01 a 30 do mês de referência.

IPCA – Índice de preços ao consumidor amplo

Criado em 1947, o IPA era chamado inicialmente de Índice de Preços por Atacado. Apenas em Abril de 2010, a nomenclatura atual – Índice de Preços ao Produtor Amplo – passou a ser adotada. Esse importante índice inflacionário registra as variações de preços de produtos agropecuários e industriais nas transações interempresariais, ou seja, nos estágios de comercialização anteriores ao consumo final. O IPA é basicamente um índice de preços de venda de produtos em nível de produtor

INCC – Índice nacional do custo da construção

O INCC é o índice que observa a variação do custo da construção habitacional. O seu valor influencia a parcela dos financiamento de imóveis ainda na planta e deve ser incluído no cálculo de quem está na busca pelo imóvel novo.

A sua primeira versão foi criada pela FGV em 1950, com o nome de Índice de Custos de Construção (ICC) e acompanhava apenas o custo no mercado de construção da cidade do Rio de Janeiro, a capital federal à época. Mas 35 anos depois, a atividade econômica se descentralizou e o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-IBRE) passou a acompanhar os custos da construção em outros lugares, e, com o avanço tecnológico, incorporou o custo de outros produtos e outras especialidades que passaram a ser aplicados nesse mercado. Hoje, o seu cálculo leva o custo de materiais, equipamentos, serviços, mão de obra e tecnologias necessários para a construção civil em sete capitais brasileiras: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre e Brasília.

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REFERÊNCIAS

Nicholas Gragory Mankiw: Introdução à Economia

C.E. Ferguson: Microeconomia

Stanley Fischer: Macroeconomia

Saga brasileira: Miriam Leitão

Inflação e Crise: O Papel da Moeda – Afonso Celso Pastore

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Conteúdo escrito por:
Sempre orgulhoso por ser Brasileiro. Cursando ensino superior em Ciências Contábeis na Universidade Nove de Julho. Estuda economia e história de forma independente.

História da inflação no Brasil: entenda

23 abr. 2024

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