Imagem de uma mulher com um homem tampando os olhos dela.

Machismo: você entende mesmo o que significa?

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Vivemos em uma sociedade considerada machista. Isso se manifesta em diversos problemas como a desigualdade de direitos entre homens e mulheres, altos índices de violência, assédio e  estupro, objetificação da mulher, diferença salarial e muitos outros efeitos. 

Mas, afinal, você sabe o que é machismo? O que caracteriza uma pessoa machista? Como esse conceito afeta mulheres e homens? Quais são os dados sobre o assunto? Confira a explicação a seguir!

O que é machismo (ou uma pessoa machista)?

O machismo é um comportamento, expresso por opiniões e atitudes, que rejeita e se opõe à igualdade de direitos entre os gêneros, favorecendo o gênero masculino em detrimento ao feminino. 

Nesse sentido, machismo é uma opressão, nas suas mais diversas formas, sofrida por  mulheres e feita pelos homens. Na prática, uma pessoa machista é aquela que acredita que homens e mulheres têm papéis distintos na sociedade, mas não somente isto. Acredita que os papéis designados aos homens prevalecem em valor aos designados às mulheres. 

Além disso, acreditam que a mulher não pode ou não deve se portar e ter os mesmo direitos de um homem ou que julga a mulher como inferior ao homem em aspectos físicos, intelectuais e sociais.

O pensamento machista é cultural e inerente aos diversos aspectos de uma sociedade, como a economia, a política, a religião, a família, a mídia, as artes, etc…Tendo sido normalizado por muito tempo, há apenas algumas décadas esse comportamento é problematizado, especialmente pelos movimentos feministas, que lutam pela igualdade de gênero, isto é, pela extinção da cultura machista nos diversos âmbitos da sociedade. Mas não é todo mundo que concorda que o machismo deve ser combatido, o que faz com que, apesar dos esforços feministas, ele ainda esteja presente em tantos ambientes.

Leia mais: Direitos da mulher: avanços e retrocessos na legislação e políticas públicas

Imagem: Pixabay.

Sociedade patriarcal

Dentre os vários setores da sociedade em que o pensamento machista se faz presente, a família é um dos mais debatidos. Isso porque, a partir da estrutura lógica patriarcal, a família é estruturada colocando a figura do homem/pai em uma posição de superioridade e atribuindo a ele o papel de sustentar a casa, enquanto a mulher é submissa à vontade masculina

Por mais que esse cenário esteja mudando e muitas famílias já não partilhem desses pressupostos, a sociedade ainda é, em grande parte, patriarcal, ou seja, voltada para a figura do homem.

Apesar de sabermos que o machismo privilegia os homens em relação às mulheres, colocando-os em uma posição hierárquica superior,  atitudes machistas nem sempre transparecem essa noção de hierarquia, especialmente quando são justificadas pela ideia de que as funções distintas entre mulheres e homens é algo natural, alegando que “diferente não significa pior”.

Exemplo disso, é a divisão de tarefas domésticas desigual: além de cuidar da casa, as mães geralmente são as únicas responsáveis por cuidar dos filhos e educá-los. Tais responsabilidades – conhecidas como a dupla jornada de trabalho feminina – dificultam que as mulheres tenham o mesmo progresso que os homens dentro do ambiente profissional, pois não possuem a mesma disponibilidade de tempo para se dedicar à carreira.

Leia também: Equidade de gênero: o que isso quer dizer?

Dados do IBGE (2022), através da Pesquisa por Amostra de Domicílio (PNAD), mostram que mulheres brasileiras dedicam quase o dobro do tempo que homens dispensam para afazeres domésticos. São cerca de 21,3 horas semanais para mulheres e 11,7 horas para homens.

Além disso, homens gastam mais tempo com tarefas domésticas apenas quando moram sozinhos, enquanto para mulheres acontece o inverso: o trabalho se multiplica quando dividem a casa com outra  pessoa.

Uma das consequências dessa realidade é mais homens em posições de chefia dentro das empresas e com maiores salários, contribuindo com a desigualdade de gênero.

A essa questão, acrescenta-se a estereotipização de que homens são melhores líderes e a inferiorização das mulheres no ambiente de trabalho, o que também contribui para que as mulheres ainda representem apenas 2,8% dos cargos mais altos no Brasil, de acordo com o Grant Thornton, International Business Report (IBR) – Women in Business, e 74,5% do salário dos homens ocupando os mesmos cargos, segundo dados do World Economic Forum Annual Meeting, 2018 – Report.

Para entender melhor sobre esse assunto, leia: As mulheres negras estão em cargos de poder no Brasil?

A origem do patriarcalismo

O conceito de família se consolidou enquanto instituição na Roma Antiga, se tornando a base da formação de toda estrutura social da humanidade. A família romana tinha o homem como líder e autoridade máxima sobre os membros da família, além dos escravos e vassalos. O poder era tanto que o patriarca tinha o direito até mesmo sobre a vida e a morte de sua esposa e filhos. 

A historiadora norte americana Joan Scott, que estuda a história das mulheres a partir da perspectiva de gênero, explica que o patriarcado é uma forma de organização social – que se estende para além da família -, em que as mulheres são subordinadas aos homens e os jovens são subordinados aos homens mais velhos, os patriarcas da comunidade. 

Esse patriarcalismo, caracterizado pela supremacia masculina, desvalorização da identidade feminina e atribuição da procriação como a principal função da mulher, tem raízes na Grécia Antiga, passando pela Idade Média e se perpetuando em diversas comunidades ao longo da história. Um exemplo é a cultura dos Vikings, da região da atual Escandinávia, em que o valor das mulheres era dado baseando-se na quantidade de filhos do sexo masculino. Isso mostra que, além do enaltecimento da figura masculina, o papel materno era central na vida das mulheres.

Apesar da estrutura da família ter evoluído desde então, prevalece na sociedade atual – dentro e fora do ambiente familiar – o patriarcado contemporâneo, em que a relação do homem e da mulher continua desigual, mas em menor evidência do que nos períodos históricos anteriores.

O estereótipo feminino e masculino

Um dos pilares de sustentação do machismo é a estereotipização do que é feminino e do que é masculino, ou seja, o que mulheres e homens devem ser e como devem agir de acordo com o seu gênero. Para entender esse conceito, é preciso antes distinguir gênero de sexo.

Enquanto o termo sexo está ligado à composição cromossômica do indivíduo e ao tipo de aparelho reprodutor do indivíduo, o gênero abrange aspectos psicológicos e comportamentais, isto é, características psicossociais relativas a cada sexo. Isso significa que a identidade de gênero é a expectativa social que se tem do que o sexo masculino e feminino devem ser, por isso é uma distinção social e não biológica, como o sexo.

É nesse sentido que surgem os estereótipos de gênero, um conjunto de crenças acerca dos atributos pessoais considerados adequados ao gênero feminino e masculino. Por exemplo, há um senso comum de que as mulheres naturalmente apresentam características emocionais como serem gentis, emotivas, compreensivas, indecisas e dedicadas; já os homens são considerados competitivos, independentes, decididos e agressivos.

Leia também: Os desafios de implementação dos direitos das mulheres

Esses são os estereótipos de cada gênero, que não correspondem a uma predisposição biológica e natural, mas a um condicionamento social. Inclusive, não é raro que esse estereótipos não representem a realidade de muitos indivíduos, uma vez que a personalidade e as atitudes de cada pessoa não são determinadas apenas pelo seu sexo ou gênero, mas também por vontades pessoais e pressões sociais.

Mulheres podem ser machistas?

Primeiro, precisamos ter em mente que, machismo é uma opressão estrutural e estabelece uma relação de poder entre homens e mulheres. Nesse sentido, mulheres não podem ser machistas, pois a estrutura social patriarcal não atribui privilégios, tampouco poder para que mulheres usufruam de um sistema que privilegia um gênero em detrimento do outro.

O que isto quer dizer? Isto significa que, o machismo funciona de modo que concede privilégios aos homens,  portanto, não há como mulheres se beneficiarem de um sistema que favorece aos homens.

Entretanto, por ser uma opressão estrutural, enraizada na nossa sociedade, mulheres podem reproduzir pensamentos e comportamentos machistas, pois são ensinadas desde cedo sobre os papéis que homens e mulheres devem desempenhar na sociedade.

Um exemplo disso é quando mães ensinam suas filhas a ficarem em casa e ajudarem a arrumar a casa, enquanto deixam seus filhos nas ruas brincando, ou quando mulheres criticam outras mulheres por terem uma liberdade sexual, mas naturalizam esse mesmo comportamento nos homens. Segundo a pesquisa do PNAD (2022), 86% das mulheres com idades entre 14 e 24 anos são responsáveis por tarefas domésticas, enquanto entre os homens da mesma idade o número é de 69%.

Percebe-se então uma desigualdade de tratamento e de direitos entre os gêneros, característica fundamental do machismo.

O machismo também afeta os homens?

O patriarcalismo e o machismo não afetam os homens da mesma forma que o faz com as mulheres, pois não os subjugam, não os oprimem e não os excluem socialmente. Não é comum, por exemplo, ver homens sendo vítimas de assédio, de objetificação ou mesmo perdendo uma oportunidade de emprego por conta de seu gênero, como acontece com as mulheres.

Contudo, esse comportamento pode prejudicar eles também, devido a um conceito conhecido popularmente como “masculinidade tóxica“. O termo crítico remete ao senso comum de que os homens precisam ser caracterizados pela virilidade, força, poder, agressividade e sexualidade, excluindo qualquer possibilidade de demonstração de vulnerabilidade ou outras características do estereótipo feminino.

Isso acontece porque condutas tidas como femininas são atacadas em qualquer uma de suas expressões, mesmo quando vêm de homens. Por isso, a maioria dos meninos é criada de forma a não apresentar características do ideal feminino, como brincar de bonecas, ser sensível, chorar, se cuidar e ser vaidoso.

Uma consequência desse tipo de aprendizado é que os homens crescem entendendo que se cuidar deve ser uma preocupação feminina. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que a expectativa de vida dos homens é inferior à das mulheres – a média é de 73,8 anos para elas, contra 69,1 para eles. 

No Brasil, a discrepância é ainda maior: as mulheres vivem em média 79,1 anos, enquanto os homens vivem 71,9 anos. Marcia Regina Cominetti, do Laboratório de Biologia do Envelhecimento da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), atribui a esses números algumas razões, sendo uma delas – mas não a única – o fato das mulheres cuidarem mais da própria saúde: “elas fumam menos, bebem menos, trabalham em serviços menos pesados e se tratam mais do que os homens”.

Uma pesquisa realizada pela ONU Mulheres em parceria com o site Papo de Homem e o Grupo Boticário, feita em 2016, com mais de 20 mil brasileiros, revelou que 81% dos homens gostariam de cuidar melhor da própria saúde. Guilherme Valadares, fundador e diretor de conteúdo do Papo de Homem, contextualiza que: 

“Assim como o machismo é prejudicial às mulheres e aos próprios homens, a igualdade de gênero é benéfica para todos. Envolver os homens nesse movimento, sempre respeitando o protagonismo das mulheres, se faz então necessário”.

Outra imposição social é a de que homens não devem demonstrar os seus sentimentos e fraquezas, nem pedir ajuda, pois essas são “atitudes de mulher”. Essa repressão de tristezas é um dos motivos pelos quais os homens têm uma taxa de suicídio significativamente maior do que a das mulheres. No Brasil, eles se suicidam 4 vezes mais do que elas, de acordo com o Mapa da Violência Flasco Brasil.

A brutalidade é outra característica proveniente de um ideal machista. Nesse sentido, O Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, evidenciou que, em 2022, homens representaram 91,4% das mortes violentas intencionais (homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais) ocorridas naquele ano.  

Contudo, a agressão não se limita a homens contra homens. Segundo a OMS, o Brasil é o quinto país com a maior taxa de feminicídios, quando as mulheres são assassinadas pelos homens por conta de sua condição feminina.

Indo além, o machismo se estende de tal forma que influencia condutas LGBTQIAfóbicas, sendo comum ouvir termos como “mulherzinha” ou “mocinha” em referência pejorativa a homens homossexuais, bissexuais ou até a heterossexuais que se aproximam, mesmo que de forma sutil, a estereótipos femininos, considerados inferiores em relação aos masculinos.. Ou seja, o raciocínio implícito na homofobia contra homens se deve, em partes, por uma questão oriunda do machismo.

Se quiser se aprofundar mais nesse assunto, assista ao mini-documentário “Precisamos falar com os homens?”, disponível no canal do YouTube da ONU Mulheres.

Machismo x feminismo

Por ter como objetivo o combate ao machismo na sociedade, muitas pessoas têm a ideia errônea de que feminismo é o oposto do machismo no sentido de que feministas almejam uma sociedade onde as mulheres oprimem os homens. Na realidade, porém, o feminismo é um movimento social, político e ideológico que visa uma sociedade com igualdade de direitos entre os gêneros.

Contudo o feminismo é um movimento plural e por isso possui diversas correntes, que divergem no entendimento da origem do patriarcado e nas estratégias para combatê-lo, mas se unem no propósito de combater a desigualdade de gênero.

Leia também: Vertentes do feminismo: conheça as principais ondas e correntes!

Por isso, entende-se que o objetivo do movimento feminista, de acabar com o machismo e promover a igualdade de gênero, é benéfico tanto para mulher quanto para homens. Para compreender melhor o conceito do feminismo, leia mais: movimento feminista e a sua história no Brasil.

Como combater o machismo?

Cabe à toda sociedade combater esse sistema que exclui e até mata mulheres em todo o mundo.Veja a seguir, 5 formas de como combater o machismo:

  1. Não deixe com que tarefas domésticas sejam responsabilidade apenas das mulheres da casa, divida os afazeres domésticos;
  2. Dê apoio e ajuda a uma mulher que se encontra numa situação de violência, assédio ou abuso;
  3. Ao notar que um homem do seu ciclo de convivência está sendo machista com outra mulher, corrija-o imediatamente e repreenda esta atitude; 
  4. Denuncie violência e garanta que o agressor seja responsabilizado pelos seus atos;
  5. Ensine as crianças a romper com a reprodução de pensamentos e comportamentos machistas para que não se tornem adultos com estas atitudes.

O machismo no mundo e suas consequências

As diversas expressões do comportamento machista traz consequências em países de todo o mundo. É relevante destacar os dados presentes no infográfico abaixo:

Além disso, o machismo afeta os direitos civis das mulheres do mundo todo. Para entender mais, veja quais são os 7 direitos negados às mulheres ao redor do mundo.

Agora que você já está por dentro do assunto, que tal se aprofundar no tema com os textos abaixo?

E aí, conseguiu compreender do que se trata o machismo na nossa sociedade? O que você acha sobre este assunto? Conte para gente nos comentários!

Referências:

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3 comentários em “Machismo: você entende mesmo o que significa?”

  1. A distribuição das tarefas domésticas é uma responsabilidade compartilhada que deve ser discutida abertamente, levando em consideração as habilidades, disponibilidade de tempo e preferências individuais de cada pessoa envolvida. É natural que famílias estabeleçam suas próprias dinâmicas e acordos sobre como lidar com as demandas diárias da casa, a simples distribuição de tarefas não caracteriza ato de machismo mas de organização.

  2. Willian Kruskiewiecz

    Uma triste realidade, perpétua que parece que nunca deixa de perseguir a mulheres ,Sabendo que todos nós somos iguais perante Deus, porque perente o homem existe esse máximo essa diferença de ser sempre superior a mulher sendo que. Existe muitas mulheres mais importantes mais sabia que os homens, Cê vc prestar atenção nessa frase que é muito conhecida vc já vê essa diferença de disigualdade a muito tempo.” Nós olhos de Deus você é uma pessoa,Nos olhos do homem vc é julgado,Agora eu me pergunto,porque é o homem não poderia ser nós olhos do homem e das mulheres, ou nos olhos do ser humano seria mais adequado mais igualdade de expressão sem. Superioridade

  3. Pode se dizer que a definição de machismo aqui foi deturpada logo esse conteúdo seria incorreto e sexista. O real significado da palavra machismo não é esse. A definição da palavra foi deturpada por Simone de Beauvoir e após isso adotado pelas pessoas que sentiam raiva da figura homem, por definição macho.
    O machismo em discussão aqui não é reduzível a um
    conjunto coerente de ideias sexistas; não é mero chauvinismo masculino.
    Como enfatizou Roger Lancaster (1992:19) no seu estudo sobre Nicarágua, “machismo é resiliente não apenas porque constitui uma forma de
    ‘consciência’; não é uma ‘ideologia’ no sentido clássico do conceito, mas
    um campo de relações produtivas”. Determinar o caráter sistêmico de
    machismo é predicado em seguir a trajetória histórica dos usos do termo.
    Já que essa trajetória nos leva para direções variadas em tempos e em circunstâncias distintas, em México e Nicarágua, por exemplo, o conteúdo
    estrutural e material de machismo deve ser levado em consideração.
    Enfim, esse assunto é longo, e o mainstream é chato demais.
    Eu posso começar a afirmar a partir de hoje que feminismo significa mulheres que se acham superiores a homens. Fazer revolução, escrever livros, e daqui algumas décadas esse significado ser adotado. Foi o que fizeram com a palavra machismo.
    A discriminação do sexo oposto não é exclusiva de nenhum sexo, pois antes de tudo somos pessoas, ou seja, humanos, e todos os humanos são falhos, inclusive as mulheres, achar um sexo inferior pode ser definido como sexismo, aí sim, de forma correta. Separar as pessoas por sexo, criando uma palavra exclusiva para descriminar parte delas ja é, por definição e por lógica, preconceito e sexismo nesse caso.
    É muita loucura pensar o contrário.

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Conteúdo escrito por:
E graduanda de Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

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13 mar. 2024

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