Saúde mental: o que é?

Publicado em:

Compartilhe este conteúdo!

O que quer dizer saúde mental? Hoje, vamos explicar este tema. Acompanhe!

O que é saúde mental?

Em sua constituição, a Organização Mundial da Saúde (OMS) define que:

“Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a mera ausência de doença ou enfermidade”.

Tal definição é importante por apontar que a saúde mental de alguém não é apenas afetada por um transtorno psicológico ou deficiência. Ao destacar, repetidamente, que saúde mental está relacionada ao bem-estar, instituições especializadas buscam desconstruir a cultura de que só devemos prestar atenção à saúde mental em casos mais graves.  

A Organização das Nações Unidas (ONU) apontou, em um artigo publicado em sua página oficial, os principais fatos sobre o termo:

  • A saúde mental é mais do que a ausência de transtornos mentais;
  • A saúde mental é uma parte integrante da saúde, não havendo saúde sem saúde mental;
  • A saúde mental é determinada por uma série de fatores socioeconômicos, biológicos e ambientais;
  • Estratégias e intervenções de saúde pública, envolvendo diversos setores da sociedade, existem para promover, proteger e restaurar a saúde mental.

A OMS também lembra que:

“Saúde mental e bem-estar são fundamentais para nossa capacidade coletiva e individual, como seres humanos, para pensar, nos emocionar, interagir uns com os outros e ganhar e aproveitar a vida”.

Uma boa saúde mental permite que uma pessoa faça uso de suas habilidades de maneira produtiva e também recuperar-se do estresse do dia a dia.

Você sabe quais as responsabilidades dos municípios em relação à saúde pública? A gente explica!

Quais fatores determinam a saúde mental?

Fatores a serem considerados são os biológicos, como genética e personalidade, as quais podem tornar alguém mais vulnerável a alguns transtornos, e ambientais, como exemplo, um lugar que não proteja os direitos básicos de alguém, poderá afetar negativamente sua saúde mental.

As questões socioeconômicas também podem ser um fator, onde existe pressão para que trabalhadores sejam cada vez mais produtivos. A ONU também reforçou o peso de “rápidas mudanças sociais, condições de trabalho estressantes, discriminação de gênero, exclusão social, estilo de vida não saudável, risco de violência, problemas físicos de saúde e violação dos direitos humanos” na saúde mental de alguém. Além disso, as Nações Unidas apontam que comunidades mais pobres e com pouco acesso à educação vivem em condições que apresentam mais risco à saúde mental.

As redes sociais também foram apontadas como possíveis inimigas da saúde mental por uma pesquisa realizada pela instituição de saúde pública do Reino Unido, a Royal Society for Public Health. Isso acontece porque elas, muitas vezes, passam a sensação de todos estarem constantemente felizes, o que contribui para o aumento da angústia de pessoas que já sentem seu bem-estar abalado, principalmente jovens.

Entenda as bases de funcionamento do SUS neste texto!

Saúde mental em dados

Pesquisas apontam a depressão e a ansiedade como as principais consequências de uma saúde mental prejudicada. A OMS afirma que atualmente mais de 1 bilhão de pessoas no mundo vivem com transtornos de saúde mental, condições que representam a segunda maior causa de incapacidade de longo prazo e estão presentes em todas as idades, países e níveis de renda. Esses transtornos impõem enormes custos humanos e econômicos: só em 2016, estimou-se a perda de 12 bilhões de dias de trabalho produtivos por ano, com um impacto de cerca de US$ 1 trilhão na economia global.

O relatório World Mental Health Today mostra que, embora os países tenham avançado em políticas públicas e programas de saúde mental, as lacunas permanecem significativas. O investimento continua baixo — apenas 2% do orçamento de saúde é destinado à área, proporção inalterada desde 2017. A disparidade entre países é expressiva: enquanto nações de alta renda gastam até US$ 65 por pessoa, em países de baixa renda o valor não chega a US$ 0,04. Além disso, menos de 10% dos países concluíram a transição para modelos de cuidado comunitário, e o atendimento ainda depende fortemente de hospitais psiquiátricos.

A OMS também alerta para a gravidade do suicídio, que causou 727 mil mortes em 2021 e segue sendo uma das principais causas de morte entre jovens. Se a tendência atual se mantiver, a meta dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) — reduzir em um terço as taxas até 2030 — não será alcançada.

No Brasil, a crise de saúde mental já tem reflexos diretos no mercado de trabalho. Em 2024, foram registradas 472.328 licenças médicas por transtornos mentais, o maior número em pelo menos dez anos e um aumento de 68% em relação a 2023. Psiquiatras e psicólogos apontam como causas a sobrecarga no mercado de trabalho, as cicatrizes deixadas pela pandemia e o agravamento das condições socioeconômicas.

Diante desse cenário, o governo federal anunciou medidas mais duras. A NR-1, norma que define diretrizes sobre saúde no ambiente de trabalho, foi atualizada para incluir a saúde mental, que agora passa a ser fiscalizada nas empresas e pode até gerar multas em caso de descumprimento.

Gráfico que mostra afastamentos por saúde mental no trabalho entre 2014 e 2024
Imagem: G1.

O que explica esses dados?

Não é só no Brasil que o número de problemas de saúde mental vêm aumentando. Segundo a OMS, essa é uma tendência comum, especialmente em países de baixa renda. A organização considera que os números estão se tornando mais expressivos pelo fato de a população estar crescendo, o que significa que mais pessoas chegam às idades em que depressão e ansiedade são mais frequentes. Em 2017, a OMS apontou que adultos sofrem mais de problemas de saúde mental do que jovens. Cerca de 7,5% das mulheres entre 55 e 74 anos e 5,5% dos homens da mesma faixa etária sofrem de depressão.

Transformar a saúde mental em um assunto conhecido faz com que as pessoas prestem mais atenção a si mesmas e às pessoas próximas. Ao conscientizar a população mundial sobre a importância desse assunto, instituições como a Organização Mundial da Saúde buscam mostrar que não se deve cuidar da saúde mental apenas ao sofrer de ansiedade ou depressão, por exemplo. Esses quadros mais graves podem ser evitados ao perceber sintomas de que a saúde mental de alguém esteja prejudicada logo no início. Assim, a pessoa pode procurar um especialista que possa ajudar, evitando sempre o autodiagnóstico, muitas vezes errado e ainda mais prejudicial.

Conseguiu entender o que é saúde mental? Deixe suas dúvidas e sugestões nos comentários!

Publicado em 29 de agosto de 2018. Atualizado em 09 de setembro de 2025.

Referências

WhatsApp Icon

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Compartilhe este conteúdo!

ASSINE NOSSO BOLETIM SEMANAL

Seus dados estão protegidos de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD)

FORTALEÇA A DEMOCRACIA E FIQUE POR DENTRO DE TODOS OS ASSUNTOS SOBRE POLÍTICA!

Conteúdo escrito por:

Pâmela Morais

Assessora de conteúdo no Politize! e graduanda de Relações Internacionais pela Universidade Federal de Santa Catarina. Quer ajudar a tornar um tema tido como polêmico e muito complicado em algo do dia a dia, como a política deve ser!
Morais, Pâmela. Saúde mental: o que é?. Politize!, 9 de setembro, 2025
Disponível em: https://www.politize.com.br/saude-mental-o-que-e/.
Acesso em: 2 de nov, 2025.

A Politize! precisa de você. Sua doação será convertida em ações de impacto social positivo para fortalecer a nossa democracia. Seja parte da solução!

Secret Link