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Saúde mental: o que é?

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Profissionais da saúde, pacientes e familiares protestam contra a política de saúde mental no Dia Nacional da Luta Antimanicomial (Foto: Fernando Frazão | Agência Brasil).

Conforme debates ganham espaço nas redes sociais, as pessoas passam a ter contato com termos antes desconhecidos. O Politize! já explicou o que são alguns deles, como “objetificação da mulher”, “homofobia”, “xenofobia” e “cultura do estupro”. Agora é hora de compreender o que quer dizer “saúde mental”. Vamos lá?

O QUE É SAÚDE MENTAL?

Em sua constituição, a Organização Mundial da Saúde (OMS) define que “saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a mera ausência de doença ou enfermidade”. Tal definição é importante por apontar que a saúde mental de alguém não é apenas afetada por um transtorno psicológico ou deficiência. Ao destacar, repetidamente, que saúde mental está relacionada ao bem-estar, instituições especializadas buscam desconstruir a cultura de que só devemos prestar atenção à saúde mental em casos mais graves.  

A Organização das Nações Unidas (ONU) apontou, em um artigo publicado em sua página oficial, os principais fatos sobre o termo:

  • A saúde mental é mais do que a ausência de transtornos mentais;
  • A saúde mental é uma parte integrante da saúde, não havendo saúde sem saúde mental;
  • A saúde mental é determinada por uma série de fatores socioeconômicos, biológicos e ambientais;
  • Estratégias e intervenções de saúde pública, envolvendo diversos setores da sociedade, existem para promover, proteger e restaurar a saúde mental.

A OMS também lembra que “saúde mental e bem-estar são fundamentais para nossa capacidade coletiva e individual, como seres humanos, para pensar, nos emocionar, interagir uns com os outros e ganhar e aproveitar a vida”. Uma boa saúde mental permite que uma pessoa faça uso de suas habilidades de maneira produtiva e também recuperar-se do estresse do dia a dia.

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FATORES QUE DETERMINAM A SAÚDE MENTAL

Como a ONU informou, a saúde mental é afetada por diversas coisas. Fatores a serem considerados são os biológicos – como genética e personalidade, as quais podem tornar alguém mais vulnerável a alguns transtornos – e ambientais – como exemplo, um lugar que não proteja os direitos básicos de alguém poderá afetar negativamente sua saúde mental.

Já as questões socioeconômicas ganham destaque nas sociedades atuais, onde existe pressão para que trabalhadores sejam cada vez mais produtivos. A ONU também reforçou o peso de “rápidas mudanças sociais, condições de trabalho estressantes, discriminação de gênero, exclusão social, estilo de vida não saudável, risco de violência, problemas físicos de saúde e violação dos direitos humanos” na saúde mental de alguém. Além disso, as Nações Unidas apontam que comunidades mais pobres e com pouco acesso à educação vivem em condições que apresentam mais risco à saúde mental.

As redes sociais também foram apontadas como possíveis “inimigas” da saúde mental por uma pesquisa realizada pela instituição de saúde pública do Reino Unido, a Royal Society for Public Health. Isso acontece porque elas, muitas vezes, passam a sensação de todos estarem constantemente felizes, o que contribui para o aumento da angústia de pessoas que já sentem seu bem-estar abalado – principalmente jovens.

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Profissionais da saúde, pacientes e familiares protestam contra a política de saúde mental no Dia Nacional da Luta Antimanicomial (Foto: Fernando Frazão | Agência Brasil).

SAÚDE MENTAL EM DADOS

Estudos sendo realizados ajudam o tema a ganhar visibilidade. Essas pesquisas apontam a depressão como a principal consequência de uma saúde mental prejudicada. A OMS afirma que 322 milhões de pessoas no mundo sofrem dessa doença. Os dados, que dizem respeito ao ano de 2015, também mostraram que em uma década, o número de pessoas depressivas cresceu 18,4%.

O estudo ainda mostra que, no Brasil, 5,8% da população sofria com esse problema em 2015. São 11,5 milhões de brasileiros afetados, o que coloca o Brasil em primeiro lugar no número de quadros depressivos na América Latina. Segundo a OMS, em toda a América, nosso país fica apenas atrás dos Estados Unidos, que têm 5,9% de depressivos. Esses números geram outros. Por exemplo, em 2016, mais de 75 mil trabalhadores foram afastados de seus cargos por conta de quadros depressivos, segundo levantamento da Previdência Social.

Ainda segundo a OMS, uma parte significativa da população mundial sofre com transtornos de ansiedade. Em 2015, essas pessoas totalizavam 264 milhões, número que representou um aumento de 14,9% em relação a 2005. No ranking de transtornos de ansiedade, o Brasil fica em primeiro lugar: 9,3% dos brasileiros sofrem com o problema. Ao todo, são 18,6 milhões de pessoas. É importante observar que muita gente tem tanto depressão quanto transtornos de ansiedade, o que significa que elas estão incluídas nos dois levantamentos feitos pela OMS.

Você sabe o que acontece na operação Pente Fino do INSS? O Politize! explica.

Que tal visualizar melhor os dados mencionados? Nós fizemos um infográfico para você.

Profissionais da saúde, pacientes e familiares protestam contra a política de saúde mental no Dia Nacional da Luta Antimanicomial (Foto: Fernando Frazão | Agência Brasil).

O QUE EXPLICA ESSES DADOS?

Não é só no Brasil que o número de problemas de saúde mental vêm aumentando. Segundo a OMS, essa é uma tendência comum, especialmente em países de baixa renda. A organização considera que os números estão se tornando mais expressivos pelo fato de a população estar crescendo, o que significa que mais pessoas chegam às idades em que depressão e ansiedade são mais frequentes. Em 2017, a OMS apontou que adultos sofrem mais de problemas de saúde mental do que jovens. Cerca de 7,5% das mulheres entre 55 e 74 anos e 5,5% dos homens da mesma faixa etária sofrem de depressão.

Transformar a saúde mental em um assunto conhecido faz com que as pessoas prestem mais atenção a si mesmas e às pessoas próximas. Ao conscientizar a população mundial sobre a importância desse assunto, instituições como a Organização Mundial da Saúde buscam mostrar que não se deve cuidar da saúde mental apenas ao sofrer de ansiedade ou depressão, por exemplo. Esses quadros mais graves podem ser evitados ao perceber sintomas de que a saúde mental de alguém esteja prejudicada logo no início. Assim, a pessoa pode procurar um especialista que possa ajudar, evitando sempre o autodiagnóstico, muitas vezes errado e ainda mais prejudicial.

Conseguiu entender o que é saúde mental? Deixe suas dúvidas e sugestões nos comentários!

Aviso: mande um e-mail para contato@politize.com.br se os anúncios do portal estão te atrapalhando na experiência de educação política. 🙂

Referências do texto: confira aqui onde encontramos dados e informações!

Diário do Grande ABC – Doença psíquica gera aposentadoria precoce

Fiocruz – Saúde Mental

Folha de S. Paulo – USP tem 4 suicídios em 2 meses e cria escritório de saúde mental para alunos

Folha de S. Paulo – Suicídio de adolescentes avança, e casos recentes mobilizam escolas de SP

Frente de Saúde Mental – #NãoÉNormal

G1 – Depressão cresce no mundo, segundo OMS; Brasil tem maior prevalência da América Latina

HUFFPOST – Por que os jovens universitários estão tão suscetíveis a transtornos mentais?

Ministério da Saúde – Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)

Mundo Estranho – Quantos adolescentes sofrem de depressão no Brasil?

Super Interessante – Instagram é a rede social mais nociva à saúde mental

Terra – OMS revela que casos de depressão aumentaram 18% no mundo na última década  

UFP – #nãoénormal

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Conteúdo escrito por:
Assessora de conteúdo no Politize! e graduanda de Relações Internacionais pela Universidade Federal de Santa Catarina. Quer ajudar a tornar um tema tido como polêmico e muito complicado em algo do dia a dia, como a política deve ser!

Saúde mental: o que é?

16 abr. 2024

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