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Covid-19: o que aconteceu em um ano de pandemia no Brasil e no mundo?

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mulher colocando máscara.

Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o novo coronavírus como uma pandemia mundial. Desde o início, os países têm se esforçado para combater e minimizar a crise de saúde pública. Em janeiro de 2021, um estudo que analisou as respostas de 98 países à covid-19 avaliou o Brasil como pior desempenho entre os Estados.

Neste texto, o Politize! traz uma retrospectiva do que aconteceu desde o início da pandemia, como tem sido a resposta e a cooperação dos países, em especial do Brasil.

Origem do novo coronavírus e início da pandemia

O Sars-CoV-2, novo coronavírus que causa a doença da Covid-19, foi identificado pela primeira vez em dezembro de 2019, em Wuhan, na China. Antes do surto de infecções na cidade, o novo coronavírus nunca tinha sido detectado em humanos. 

Até o momento, os especialistas acreditam que é provável que a transmissão para seres humanos se deu através da via zoonótica, isto é, transmitida de outros animais para as pessoas. Os cientistas e especialistas da área têm investigado para saber exatamente quando, como e onde este vírus surgiu.

A transmissão do vírus se dá por via direta, ou seja, de pessoa para pessoa, através de gotículas expelidas através do nariz e boca de pessoas que estão infectadas com o vírus, ou também por via indireta, através do contato com objetos que podem ter sido infectados anteriormente. As principais medidas de prevenção à disseminação do SARS-CoV-2 são o distanciamento social, uso de máscaras e higiene das mãos.

Mais informações sobre as medidas de prevenção podem ser encontradas aqui!

Os principais sintomas da Covid-19 são tosse, dificuldade para respirar, dores na garganta, febre, entre outros. Algumas pessoas podem não apresentar sintomas, que são os casos assintomáticos, e em outras pessoas pode até causar pneumonia e/ou síndrome respiratória aguda grave, podendo levar à morte. 

Com a rápida evolução da transmissão da doença, em 11 de março de 2020, a OMS declarou a Covid-19 uma pandemia, definida pelo dicionário Priberam como “surto de uma doença com distribuição geográfica internacional muito alargada e simultânea”. 

A OMS definiu esta emergência internacional de saúde como uma situação extraordinária que constitui um risco de saúde pública para outros Estados através da disseminação internacional de doenças e por potencialmente exigir uma resposta internacional coordenada. Além disso, a Organização chamou a atenção para uma “resposta urgente e agressiva dos países” para a contenção das infecções.

Para saber mais sobre o que significa o conceito de pandemia, o Politize! tem um artigo exclusivo sobre pandemias aqui. Já neste texto, é explorada a relação entre os hábitos humanos e as pandemias e aqui você poderá saber mais como os Estados responderam às situações como esta no passado

Evolução da resposta dos países à pandemia

Depois do vírus ter sido identificado, diversos casos foram sendo detectados em outros países até chegar em todos os continentes. Países como Espanha, França e Itália foram os mais afetados na Europa durante os primeiros meses de pandemia. Países asiáticos como Japão e Coreia do Sul acabaram por adotar as medidas de prevenção com maior antecedência, o que permitiu um maior controle da disseminação do vírus. 

Se quiser saber em mais detalhes qual é a importância da quarentena e outras medidas de prevenção, é só clicar aqui.

Após o vírus ter sido detectado em Wuhan, alguns países se tornaram o epicentro da pandemia da Covid-19 por conta do aumento repentino de casos. Em março de 2020, a Itália era considerada o epicentro da doença fora do continente asiático. Em abril do mesmo ano, os Estados Unidos passaram a registrar um grande número de casos, sendo o novo epicentro da pandemia. Em maio, o Brasil tornou-se o epicentro da doença e em outubro de 2020 a Europa era considerada o epicentro novamente.

Mais recentemente, em março de 2021, o Brasil foi apontado mais uma vez o epicentro da pandemia, juntamente com a Índia a partir de abril de 2021.

mapa de casos da covid-19.
Número de novos casos diários de covid-19. Fonte: Our World in Data.
gráfico de casos da covid-19.
Número de mortes confirmadas por covid-19. Fonte: Our World in Data.

Abaixo será feita uma análise da evolução da resposta de alguns países em relação à disseminação do Sars-CoV-2.

Itália

Em março de 2020, a Itália era o segundo país com o maior número de casos, ficando somente atrás da China. Entre os dias 9 e 11 de março de 2020, o governo italiano começou a decretar medidas de distanciamento social para limitar a disseminação do vírus.

No mesmo mês, o Primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte anunciou novas medidas restritivas como o fechamento de todas as fábricas e indústrias que não fossem absolutamente essenciais, chamando a crise de saúde pública como a maior crise que o país enfrentou desde a Segunda Guerra Mundial.

Durante a primeira onda de casos na Itália, que ocorreu em pouquíssimas semanas, o sistema de saúde colapsou. A situação na Itália acabou por alertar os líderes dos países europeus sobre a gravidade do novo coronavírus e o quão importante são as medidas de prevenção. Assim, outros países foram adotando medidas preventivas, como restrições de viagens e de circulação, de modo a achatar a curva e impedir que os seus sistemas de saúde também ficassem sobrecarregados.

Para saber mais sobre o sistema de saúde italiano, clique aqui!

No dia 7 de maio de 2021, a Itália contava com cerca de 4.092.747 casos contabilizados de Covid-19, sendo que 122.470 pessoas morreram desde o início da pandemia. 

Estados Unidos

O primeiro caso de Covid-19 foi registrado nos EUA em 21 de janeiro de 2020. No início de fevereiro do mesmo ano, a administração Trump declarou a Covid-19 como uma emergência de saúde pública e, em março de 2020, a disseminação do novo coronavírus foi anunciada como uma emergência nacional. Assim, também foi disponibilizado um orçamento federal de USD$ 50 bilhões para o combate à disseminação da doença. 

Os casos foram aumentando e, em 28 de maio de 2020, as mortes causadas pelo Sars-CoV-2 ultrapassam a marca de 100.000. Por isso, na época, o governo estadunidense apelou para que a população continuasse a seguir as recomendações estatais como distanciamento social, higiene das mãos e o uso de máscaras. 

Além disso, em junho de 2020, a agência reguladora FDA (Food and Drug Administration) anulou a autorização para uso de cloroquina e hidroxicloroquina em caráter emergencial para pacientes diagnosticados com Covid-19, já que as pesquisas comprovaram que o uso do medicamento não era eficaz no combate ou na prevenção da doença. 

No dia 7 de maio de 2021, o país contava com 32.635.603  milhões de casos confirmados e era o líder em mortes causadas pela doença, com 580.615 mil mortos. 

China 

O país teve uma resposta imediata após a identificação dos casos de Covid-19: Wuhan passou por um lockdown de 76 dias, que começou em 23 de janeiro de 2020. Assim, a circulação de pessoas entre uma região e outra dentro do país foi limitada, além disso diversas cidades implementaram restrições nas quais apenas um dos membros da família tinha a permissão de sair para obter os bens essenciais durante o período de isolamento social. 

Em semanas, o governo chinês conseguiu testar cerca de 9 milhões de pessoas em Wuhan. Outro fator que ajudou o combate à transmissão do novo coronavírus foi a aderência da população chinesa ao uso de máscaras. Por exemplo, enquanto ainda em meados de junho e julho de 2020 muitas pessoas nos Estados Unidos recusavam-se a usar máscaras, a população chinesa aderiu à prática rapidamente já por experiências passados, como o surto causado por outro coronavírus, o Sars-CoV, em 2002 na Ásia. 

Para saber mais sobre outras pandemias, clique aqui!

No dia 7 de maio de 2021, a China contabilizava 102.589 casos de Covid-19 e foram registradas 4.846 mortes pela doença desde o início da pandemia.

Brasil 

O primeiro caso no Brasil foi confirmado em 26 de fevereiro de 2020. No mesmo mês, o Ministério da Saúde declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, considerando que o evento da covid-19 é complexo e demanda esforço conjunto de todo o Sistema Único de Saúde.

É importante ressaltar que as medidas de restrição e isolamento foram executadas em grade parte de forma descentralizada no Brasil. De forma que, no dia 15 de abril de 2020, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que, além do governo federal, o governo dos Estados e municípios também teriam o poder para definir as suas medidas de isolamento e de quarentena. Desde então, os governos estaduais tem adotado diversas medidas para a contenção da disseminação do vírus.   

A pandemia no Brasil foi também marcada pela instabilidade política. Em abril de 2020, por exemplo, o então Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, foi afastado do cargo e Nelson Teich se tornou o novo Ministro. Desde então, o cargo de Ministro da Saúde já sofreu duas outras alterações. Hoje, desde de março de 2021, Marcelo Queiroga ocupa o cargo.

Saiba mais: quais as responsabilidades do Ministro da Saúde?

No início de maio de 2020, o número de casos de Covid-19 já ultrapassava os 100.000, com 7.000 óbitos registrados. No dia 16 de maio de 2020, de acordo com a Universidade John Hopkins, o Brasil passava a ser o quarto país mais afetado pela pandemia, superando a Itália e a Espanha em termos de casos confirmados da doença. 

Em junho de 2020, o país ultrapassou a marca de 1 milhão de pessoas infectadas com o novo coronavírus e quase 60.000 mortos pela Covid-19. Em julho de 2020, 2.662.485 milhões de brasileiros estavam infectadas com o Sars-CoV-2, sendo que mais de 90.000 pessoas morreram por conta das complicações da doença. 

Em dezembro de 2020, em Manaus, o grande volume de internações sobrecarregou o sistema de saúde da região e as unidades de internação ficaram sem oxigênio. Além disso, o número de internações por Covid-19 na capital do Amazonas chegou a 2.221, somente de 1º a 12 de janeiro.

Assim, em 2021, o país presenciou o colapso do seu sistema de saúde. Em março, por exemplo, os hospitais brasileiros estavam com uma ocupação de unidades de terapia intensiva (UTIs) de mais de 90%.

Ainda, a ocupação dos leitos era mais de 100% em três estados do país: Mato Grosso (104,2%), Mato Grosso do Sul (102%) e Rondônia (100%), ou seja, nestes estados, os pacientes precisavam aguardar para serem internados mesmo apresentando sintomas graves da doença. Para entender mais sobre o atual o colapso do sistema de saúde, recomendamos esta matéria do Guia do Estudante.

mapa de ocupação de leitos de UTI no Brasil por conta da covid-19.
Ocupação de leitos de UTI por covid-19. Fonte: CNN Brasil.

No dia 7 de abril de 2021, o Brasil passou a marca dos 4.000 mortos por dia pela Covid-19 e chamou a atenção da mídia internacional. No mês seguinte, o Brasil se tornaria o terceiro maior país em termos de casos confirmados de Covid-19 (15.003.563 milhões de casos) e o segundo maior a registrar mortes pela infecção do Sars-CoV-2 (416.949 mil mortes). 

Algumas barreiras que impediram uma resposta mais eficaz no combate à pandemia no Brasil podem ser destacadas, como: a defesa de um suposto tratamento precoce contra a Covid-19, a disseminação de fake news sobre o vírus e as manifestações contra o isolamento social e lockdown. Vamos entender um pouco mais sobre esses pontos!

Alguns municípios do país, como Sorocaba, implementaram o uso do chamado “kit Covid” como tratamento precoce da doença, mesmo que ainda não existam evidências científicas da eficácia desses medicamentos no tratamento da Covid-19. O kit, composto por fármacos como ivermectina, azitromicina e hidroxicloroquina, foi amplamente contestado pela comunidade médica, inclusive a Organização Mundial da Saúde (OMS) se posicionou contra o uso da ivermectina para o tratamento da Covid-19

Outro ponto foi a disseminação de notícias faltas e informações errôneas durante esse um ano de pandemia, alguns exemplos são: informações de que quem já contraiu o vírus estaria imunizado contra novas infecções; informações de que antibióticos seriam eficazes na prevenção da covid-19; suspeitas e desconfiança sobre o processo de produção das vacinas, incluindo notícias de que a vacina poderia alterar o DNA das pessoas que a tomam. Tais fake news prejudicaram a adesão da população às medidas de segurança e prevenção à disseminação do vírus. 

Aqui, o Politize! te explica por que caímos em fake news e traz algumas dicas de como evitar isso!

Sobre as manifestações contra o isolamento social, vale mencionar que o governo federal, por muitas vezes, expôs posições contrárias a medida.  Em abril de 2021, por exemplo, o Presidente da República Jair Bolsonaro afirmou em uma das suas sessões ao vivo no Facebook que “vamos ter que conviver com o vírus, até porque muda cada vez mais. Esperamos que não haja uma terceira vaga por aí, pedimos a Deus que não haja, mas temos que enfrentar. (…) Se continuar a política de lockdown (…), vai levar a sociedade à miséria“. 

Tais posicionamentos do Presidente recebem apoio de parte da população que argumenta que medidas de lockdown estão sendo prejudiciais a economia do país e que isso iria prejudicar ainda mais a vida da população.

É preciso lembrar que diversos especialistas continuam a defender que a aplicação de medidas de isolamento social e limitação da circulação de pessoas é essencial. O epidemiologista Rafael Moreira, investigador no Instituto Aggeu Magalhães (Fiocruz-PE), “considera que toda ação no sentido de conter a circulação de pessoas ajuda a reduzir a transmissibilidade do vírus”. 

Por fim, desde 2 de abril de 2020, o governo federal implementou o auxílio emergencial para amenizar as consequências socioeconômicas causadas pela pandemia. Em 2020, foram cinco parcelas de R$ 600,00 e 4 parcelas de R$ 300,00. O auxílio, que foi renovado em março de 2021 para o ano corrente, fornece atualmente um suporte de quatro parcelas de R$ 250,00. 

Em 1 de junho de 2021, o Brasil registrava 16.624.480 de casos de coronavírus e um total de 465.199 mortes.

gráfico de casos de covid-19 no Brasil.
Total de casos de covid-19 no Brasil. Fonte: Universidade John Hopkins.

Novas variantes

A evolução da pandemia também acabou por trazer mutações no novo coronavírus. Entre algumas delas, três se destacam:

  • A variante B.1.1.7, identificada no Reino Unido com 17 mutações em diferentes pontos do código genético do vírus e já chegou a mais de 50 países;
  • A variante B.1.351, detectada na África do Sul e apresentando pacientes em pelo menos 20 países;
  • A variante P.1, que foi achada no Brasil e também já chegou a outros países.

A principal preocupação dos especialistas é o fato de que estas mutações podem ser mais transmissíveis e contagiosas, e futuras mutações podem vir a apresentar uma taxa de letalidade maior. Por exemplo, pesquisadores acreditam que a variante encontrada no Reino Unido, a partir de setembro de 2020, pode ser até 70% mais transmissível do que o coronavírus do início da pandemia. 

Acredita-se também que variantes detectadas tanto no Brasil quanto na África do Sul podem a vir afetar a efetividade das vacinas que já foram aprovadas contra a Covid-19. A variante encontrada no Brasil, que também está presente em mais de 20 países, é 2.2 vezes mais contagiosa e 61% mais capaz de reinfectar as pessoas.

Por conta da possibilidade de surgimento de novas variantes, é mais do que importante um controle e monitoramento da pandemia, de modo que possamos nos preparar e desenvolver vacinas que também são eficazes a estas novas variantes.

Assim, a falta de controle da pandemia em algumas regiões do planeta acaba por ser um ambiente propício para o surgimento de novas variantes. Por exemplo, com os recordes de casos e mortes no Brasil causadas pela Covid-19, o colapso que atualmente acontece no país tem repercutido na mídia internacional, sendo considerado como uma ameaça à saúde pública global

Desenvolvimento das vacinas

A rápida disseminação do Sars-CoV-2 fez com que cientistas e pesquisadores ao redor do mundo focassem todos os seus esforços no desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19. Até novembro de 2020, cerca de 55 imunizantes eram testados em voluntários, entre eles 13 na fase final de testagem. 

O Politize! publicou um artigo sobre a história da vacinação no Brasil, que pode ser consultado aqui. Além deste, para saber mais sobre como se desenvolve uma vacina e como são categorizadas, é só visitar esta página.

Empresas farmacêuticas como a Moderna, Pfizer, AstraZeneca e Sinovac têm ganhado destaque no desenvolvimento de uma vacina. Abaixo, é possível conferir quais são as principais farmacêuticas que têm produzido a vacina contra a Covid-19:

  • Moderna – empresa estadunidense fundada em 2010, a vacina desenvolvida baseia-se no RNA do vírus. A tecnologia usada pela empresa é pioneira e o governo dos Estados Unidos já investiu cerca de USD$1 bilhão para desenvolver e testar a vacina, além de USD$1.5 bilhão para produzir 100 milhões de doses caso os testes tenham sucesso. 
  • Pfizer/BioNTech – estas duas empresas, também estadunidenses, têm desenvolvido a sua vacina contra a Covid-19. A vacina desenvolvida também se baseia no RNA do vírus, e uma das principais limitações é a questão logística, já que os imunizantes devem ser preservados a -70ºC até o uso. 
  • AstraZeneca – esta vacina é desenvolvida pela Universidade de Oxford em conjunto com a farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca. Com uma tecnologia diferente das duas primeiras, este imunizante é produzido no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Foi firmado um acordo com o governo brasileiro de R$1.99 bilhão e de cerca de 210.4 milhões de doses até o fim deste ano. 
  • Gamaleya – a Rússia foi o primeiro país a registrar uma vacina contra o novo coronavírus e possui uma tecnologia semelhante a da AstraZeneca. O laboratório brasileiro União Química assinou um acordo para a produção da vacina russa batizada de Sputinik V no Brasil ainda este ano. 
  • Sinovac – em parceria com o Instituto Butantan, a vacina produzida pela farmacêutica chinesa foi chamada de Coronavac. A tecnologia usada por este imunizante é diferente das vacinas referidas anteriormente e foi assinado um acordo entre o governo do Estado de São Paulo e a empresa de cerca de USD$90 milhões para a produção de vacinas no estado. 

Um ponto que se tem discutido bastante é a taxa de eficácia das vacinas. É importante ressaltar que as fases de testes ocorrem em períodos e locais distintos, e é por isso que pode haver divergências nos resultados de uma fabricante para a outra. Nesse vídeo você encontra uma explicação sobre que é a taxa de eficácia, como ela é calculada e o motivo pelo qual não faz sentido comparar as vacinas contra a Covid-19.

De acordo com os dados do Our World in Data, na Itália, até o dia 6 de maio de 2021, pelo menos 26.3% da população já tinha recebido uma dose da vacina contra a Covid-19, sendo que 11.37% estavam totalmente vacinadas. Nos Estados Unidos, já foram administradas 252 milhões de vacinas, sendo que em 6 de maio de 2021, 32.57% da população já estava totalmente vacinada. No Brasil, pelo menos 14.82% da população já tomou uma dose da vacina contra o Sars-CoV-2, sendo que 7% da população estava completamente vacinada.

Leia também: o que é Covax Facility?

Vale ressaltar que  o plano de vacinação tem de ser adotado em conjunto com as medidas de prevenção. Por exemplo, recentemente o Chile, que é um dos líderes da vacinação contra a Covid-19 na América Latina, teve de adotar medidas mais restritivas de isolamento social por conta do aumento repentino do número de casos da doença.

De acordo também com dados do Our World in Data, 45% de todas as doses de vacina administradas até maio de 2012 haviam ido para apenas 16% da população mundial, que são de países de alta renda. Por isso, os países com mais recursos financeiros acabam por ter acesso às vacinas, enquanto os países com uma menor renda só conseguirão atingir uma estratégia nacional de imunidade coletiva daqui a alguns anos.

O mapa a seguir mostra uma estimativa de quando cada país alcançará uma ampla cobertura vacinal.

Mapa de distribuição de vacinas.
Fonte: The Economist.

Os casos da Austrália e Nova Zelândia

Dois países que lidaram muito bem com os desafios que a pandemia trouxe foram a Nova Zelândia e a Austrália. Desde o início da pandemia, a Nova Zelândia adotou medidas de restrições de voos, fechamento de fronteiras para todos os que não eram residentes ou cidadãos do país e quarentena obrigatória de 14 dias para as pessoas que estavam regressando ao país. 

A Nova Zelândia entrou em um lockdown nacional de 25 de março de 2020 até 27 de abril de 2020 (34 dias), onde somente os serviços essenciais se mantiveram abertos e as pessoas tiveram de ficar em casa. No dia 7 de maio de 2020, o país contabilizou 2.634 casos de Covid-19 e 26 mortes causadas pela doença. Já a Austrália registrou 29.896 casos de infecção causados pelo Sars-CoV-2 e 910 óbitos. 

Leia também: o que significa “quebra de patentes”?

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REFERÊNCIAS

Italy, Pandemic’s New Epicenter, Has Lessons for the World (Published 2020)

Italy’s Health Care System Groans Under Coronavirus — a Warning to the World (Published 2020)

COVID-19 in Europe: the Italian lesson

COVID-19 Map – Johns Hopkins Coronavirus Resource Center

16 estados têm ocupação de mais de 90%, três não possuem mais vagas

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A Timeline of COVID-19 Vaccine Developments in 2021 – AJMC.com Managed Markets Network

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COVID-19 vaccines: development, evaluation, approval and monitoring | European Medicines Agency

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A Timeline of COVID-19 Developments in 2020 | AJMC

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