Pau-Brasil: tudo sobre a árvore que deu nome ao nosso país

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Conjunto de árvores de pau-brasil
Árvores de pau-brasil. Imagem: Pixabay

O Pau-Brasil foi tão importante na época em que os portugueses chegaram no Brasil que veio a dar nome ao nosso país. Desde a colonização, a árvore foi explorada e hoje está ameaçada de extinção. Vamos saber mais sobre o pau-brasil e sua ligação com a história e a economia do país.

Veja também nosso vídeo sobre o que não te contaram sobre o descobrimento do Brasil!

Por que o pau-brasil deu origem ao nome do país?

Com a chegada dos portugueses em 1500, o pau-brasil foi visto como um produto com grande potencial comercial e logo foi exportado para a Europa. Os portugueses ficaram interessados na sua madeira, pois poderia ser utilizada na construção de objetos, além de fornecer uma resina de cor avermelhada, muito útil na produção de um corante para tingir tecidos.

Segundo historiadores, já existia na Europa uma árvore parecida com ela que também tinha um pigmento utilizado como tinta e era chamada de “brecilis” ou “brezil”. Para os estudiosos, o termo “brasil” se refere à cor da da resina encontrada na madeira e significa “cor de brasa” ou “vermelho”.

Com a exploração do pau-brasil acontecendo, o nome da região que viria a se tornar nosso país mudou de Terra de Santa Cruz, em homenagem à primeira missa realizada no local, para Brasil e aqueles que trabalhavam com a extração da madeira passaram a ser chamados brasileiros.

A denominação acabou se tornando definitiva, após passar por várias mudanças. Antes, a então colônia portuguesa já havia sido chamada, entre outras coisas, de Pindorama, Ilha de Vera Cruz e Terra Nova.

O que foi o ciclo do pau-brasil?

A exploração do pau-brasil é considerada a primeira atividade econômica do Brasil. Foi por causa da árvore e do seu alto valor comercial que os portugueses permaneceram no território brasileiro. No início, a coroa portuguesa obtniha o produto mediante um processo de troca – chamado de escambo – com os indígenas, já que eles conheciam bem as terras, além da mão-de-obra ser considerada barata.

Em troca de cortar e transportar os troncos até os navios, os nativos recebiam algumas roupas, facas e espelhos. Mas não passou muito tempo até que fossem escravizados e forçados a realizar o trabalho em questão. A exploração da madeira do pau-brasil aconteceu em ritmo intenso por décadas durante o período pré-colonial, até perder força no mercado.

A partir de então, o açúcar passou a ser comercializado com maior intensidade e o Brasil entrou em um novo ciclo econômico – o do açúcar – que duraria até meados do século XVIII.

Para saber mais, veja também o texto Como era a economia colonial?

Árvore nacional

Em 1961, o presidente Jânio Quadros aprovou um projeto que declarou o pau-brasil como árvore símbolo nacional. Mais tarde, por meio da lei no 6.607, de 1978, essa declaração foi ratificada e ficou estabelecido o Dia do Pau-Brasil, celebrado em 03 de maio.

Além disso, a lei determinou aos ministérios da Educação e da Agricultura a realização anual de campanhas informativas sobre a sua relevância na história do Brasil e a organização de viveiros em todos os estados brasileiros para produzir e distribuir mudas da espécie.

O pau-brasil também foi símbolo artístico de um dos movimentos modernistas durante a Semana de Arte Moderna de 1922, dando nome ao movimento pau-brasil, com objetivo da valorização da história brasileira e da identidade nacional. O “Manifesto da poesia pau-brasil” de Oswald de Andrade foi publicado no jornal Correio da Manhã em 18 de janeiro de 1924 e o livro de poesias Pau-Brasil, na cidade de Paris, em março de 1925.

Características do pau-brasil

O pau-brasil é uma árvore brasileira com linhagem única, tem gênero próprio chamado de Paubrasilia e a espécie é Paubrasilia echinata. Talvez você não conheça a árvore pelo nome científico, mas já deve ter ouvido falar por alguns dos nomes populares, como orabutã, brasileto, ibirapita, ibirapitã, muirapiranga, pau-rosado, pau-de-pernambuco ou ibirapitanga (madeira-vermelha), como os indígenas brasileiros a chamavam em tupi-guarani.

E não para por aí: o pau-brasil já foi chamado pelo nome científico Caesalpinia echinata até 2016. No entanto, a partir de análises genéticas que o compararam com outras espécies, percebeu-se que o pau-brasil possuía características que o diferenciavam das outras do gênero Caesalpinia a ponto de reclassificá-lo em um novo gênero, do qual é a primeira e única espécie catalogada até aqui.

Agora, vamos conhecer algumas de suas características:

  • Seu bioma de origem é a Mata Atlântica;
  • Pode chegar até 30 metros de altura;
  • Tem crescimento lento e irregular;
  • Possui galhos com espinhos;
  • O pau-brasil pode ser encontrado em alguns estados, como: Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte;
  • A floração varia de acordo com o estado em que está localizada, podendo ser de setembro a novembro ou outros meses;
  • Os frutos também amadurecem em meses variados de acordo com o estado em que está localizada;
  • Tem vida longa podendo chegar até aos 300 anos (mas foi descoberto um pau-brasil com mais de 500 anos, possuindo 7 metros de circunferência, localizado na cidade de Itamaraju, sul da Bahia).

Atual situação do pau-brasil

A madeira do pau-brasil ainda é muito utilizada na fabricação de instrumentos musicais, principalmente, na confecção de arco de violino, por apresentar muita flexibilidade. Em 2022, o Instituto Brasileiro de Defesa do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) conseguiu interromper o contrabando de Pau-Brasil no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

Segundo o site do instituto, “desde 2018, o Ibama realiza a Operação Dó-Ré-Mi, por meio da qual tem desvendado dezenas de crimes ambientais e infrações administrativas envolvendo os produtores de arcos de instrumentos musicais que têm suas atividades concentradas nas regiões de Aracruz, João Neiva, Santa Teresa, Linhares e Domingos Martins no Espírito Santo. Nesses locais, mais de 30 arqueiros e empresas foram autuados por produzirem o instrumento com madeira de origem ilegal, que tem sido extraída principalmente dos remanescentes florestais no sul da Bahia.”

A Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites), foi criada em 1975 para regular de forma eficaz o comércio de espécies da fauna e flora, prevenindo-as do perigo de extinção, quando a ameaça for o comércio internacional. No Brasil, a CITES foi implementada por meio do decreto nº 3.607, de 21 de setembro de 2000 e o pau-brasil está incluído na lista de espécies do anexo II da convenção.

Segundo o decreto, as espécies do Anexo I são consideradas ameaçadas de extinção. O pau-brasil está no Anexo II, composto por espécies que não estão necessariamente em perigo de extinção, mas podem entrar na zona de risco, a menos que seu comércio seja estritamente controlado.

O comércio internacional das espécies listadas no Anexo II pode ser autorizado mediante a concessão de uma licença de exportação. Concedidas pelo IBAMA, elas devem preencher alguns requisitos, como garantir que o comércio não prejudicará sua sobrevivência na natureza.

Já conhecia essas informações sobre o pau-brasil? Conta para a gente nos comentários!

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Conteúdo escrito por:
Baiana, jornalista em formação pela UFSB, apaixonada por filmes e séries.
Valiense, Karina. Pau-Brasil: tudo sobre a árvore que deu nome ao nosso país. Politize!, 17 de abril, 2023
Disponível em: https://www.politize.com.br/pau-brasil/.
Acesso em: 13 de dez, 2024.

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