Megacidades e cidades globais: entenda as diferenças

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Cidades globais e megacidades. Imagem: Pixabay.
Cidades globais e megacidades. Imagem: Pixabay.

Você já ouviu falar em megacidades, né? Mas e em cidades globais ou cidades alfas? Você consegue entender o porquê algumas cidades são consideradas globais e a diferença entre megacidades e cidades globais?

Cidades globais é um termo criado pela socióloga e escritora Saskia Sassen para identificar aquelas cidades com importância e renome internacional com um fluxo econômico de bens, serviços e de capital que impactam na economia mundial. São cidades palcos de grandes transformações sociais, políticas e culturais.

Já as megacidades é um conceito similar, que compreende as características de tamanho, diversidade de população e estão em constante mudanças com um processo crescente de urbanização, porém se diferenciam no posicionamento geopolítico de importância nas relações econômicas e financeiras globais.

Nesse texto, você vai aprender o que são as cidades globais, quais são as suas características e as diferenças com as megacidades e quais os problemas que enfrentam atualmente.

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O que é uma Cidade Global

As cidades globais são geralmente cidades com importância e renome internacional. São cidades centros que integram a economia global nas dimensões urbanas, culturais, econômicas, financeiras, políticas e industriais de maior desenvolvimento do mundo.

São cidades que se tornaram centro de intercâmbio internacional financeiro, de serviços e tecnologia onde funcionam uma variedade de empresas e um fluxo migratório diverso que fazem as dinâmicas sociais intensas e politicamente ativas nas relações internacionais.

O termo “cidade global” foi elaborado pela socióloga e escritora Saskia Sassen para identificar aquelas cidades com mais de 10 milhões de habitantes que são mundialmente cidades líderes por possuírem, nas palavras da autora: “uma concentração de serviços de produção e uma forte orientação para o mercado financeiro global e serem cidades de referência para outras cidades a nível mundial” (Sassen, 1991, p. 164).

A autora utiliza como exemplo as cidades de Nova York, Londres e Tóquio por possuírem uma importância geopolítica nas áreas econômicas, um fluxo intenso de pessoas e se destacarem em inovações e novas tecnologias.

As cidades globais também são protagonistas nas relações com outras cidades do mundo, pelo intercâmbio cultural e de demandas sociais que se espalham por outras regiões do mundo, como por exemplo, o movimento occupy Wall Street, ou liderando redes como a C40 para a promoção de um desenvolvimento sustentável.

Além disso, são cidades altamente conectadas com sistema avançado de transportes, aeroporto internacional, rede de comunicações, grandes empresas multinacionais, indústrias, dentre outros.

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Quais as principais características de uma cidade global?

  • Ocupam uma grande extensão territorial com uma densidade populacional intensa e são o centro de uma conurbação de cidades e possuem população maior que 10 milhões de habitantes;
  • Tem importância turística e são centros de grandes eventos internacionais (Copa do Mundo, Olímpiadas, Convenções, etc);
  • Instituições de ensino de alta qualidade, incluindo universidades renomadas, atendimento de estudantes internacionais e centros de pesquisa;
  • São hiperconectadas, com aeroportos com as principais rotas comerciais do mundo e possuem um sistema massivo de transporte terrestre;
  • Possuem um sistema de telecomunicação avançado;
  • Possuem uma diversidade cultural que lhes dão uma identidade própria;
  • Participam efetivamente da economia mundial e são grandes centros financeiros globais de negociações e produção de inovações tecnológicas;
  • São atores políticos engajados tanto na política nacional e internacional;

Como são classificadas

Um estudo ligado ao Departamento de Geografia de Loughborough, na Inglaterra, criou uma série de critérios através da rede de pesquisa conhecida como Globalization and World Cities Research Network (GaWC) que diferencia as cidades globais em três níveis: alfa, beta e gama de acordo com o seu desenvolvimento e influência internacional.

As cidades alfas são as que estão conectadas internacionalmente através do fluxo de serviços, finanças, tecnologia e comércio global, ligadas com outras cidades, sendo centros de poder da economia global com influência no mundo todo. Exemplos: Nova York (EUA), Tókio (Japão), São Paulo(BR), Londres (Inglaterra), Hong Kong (China), Paris (França).

As cidades betas, são cidades mundiais mas com maior influência regional, importantes pois conectam região ou estado à economia mundial, . Exemplos: Lima (Peru), Bogotá (Bolívia), Rio de Janeiro (BR), Berlim (Alemanha), Vancouver (Canadá).

Já as cidades gamas, são aquelas com influência em estados menores importantes para a economia, mas não a nível global. São cidades que estão em processo de desenvolvimento para ofertar serviços avançados de produção de bens e serviços. Exemplos: Medellín (Colômbia), Guadalajara (México), Porto (Portugal).

Megacidades X Cidades Globais

O conceito de megacidade é similar ao de uma cidade global, visto que ambas são cidades que possuem mais de 10 milhões de habitantes e um crescente grau de urbanização e de desenvolvimento. A diferença apontada pela autora Saskia Sassen é referente a hierarquia de importância geopolítica das cidades.

Para entendermos melhor, podemos citar como exemplo as cidades de Lagos (Nigéria), Daca (Bangladesh) e Nova Déli (Índia), que são consideradas megacidades, porém, no ranking de importância para o sistema financeiro e de desenvolvimento global, tem menos impacto as decisões e acontecimentos que ocorrem nessas cidades do que as que ocorrem em cidades como Nova York ou São Paulo.

Também se associa ao conceito de megacidades uma valorização quantitativa, ou seja, cidades com um rápido crescimento populacional que chega a ser descontrolado e sem planejamento, o que intensifica os problemas sociais e urbanos como o aumento da poluição, expansão da favelização, desemprego, problemas com trânsito e de violência.

Já uma cidade global, o conceito se refere a um reconhecimento qualitativo, por oferecerem um certo grau de infraestrutura, e qualidade de vida conectado à oferta de bens e serviços à população.

Contudo, pode-se dizer que uma megacidade pode ser também global, por alcançar a pontuação referente aos critérios de desenvolvimento em infraestrutura, qualidade de vida e oferta de serviços que a conecte à escala de importância na economia global.

O Rio de Janeiro, por exemplo, é uma cidade reconhecida mundialmente por sua cultura, que abriga vários megaeventos como a Copa do Mundo, porém vive muitas contradições como a alta taxa de violência, uma densidade urbana descontrolada, refletida nas comunidades, e a falta de acesso da população a serviços básicos em muitas localidades como saneamento, saúde e educação de qualidade.

Mas também, uma cidade considerada global pode não ser uma megacidade, como é o caso das cidades Zurique (Suíça) e Londres (Inglaterra), com populações com menos de 10 milhões de habitantes, são cidades com um maior índice de desenvolvimento humano (IDH), urbanizadas e com centros financeiros da economia global.

Quais as dificuldades que enfrentam as cidades globais e as megacidades

Tanto as megacidades como as cidades globais enfrentam várias dificuldades relacionadas à urbanização, como o crescimento acelerado da população sem planejamento, crescimento de bairros marginalizados, problemas com saneamento básico, transporte, assistência a saúde de qualidade com pouco ou nada de gestão pública o que contribui para o aumento da poluição, pobreza e violência.

Mas, para além disso, as cidades globais enfrentam problemas cada vez maiores de conciliação das pressões locais e globais. O rápido crescimento de um mundo cada vez mais interconectado e deslocalizado das telecomunicações e finanças globais confronta o mundo mais doméstico, tradicional e autóctone do local.

A globalização produz um duplo efeito nas comunidades a ela expostas. Por um lado, promove um cosmopolitismo baseado no intercâmbio econômico, financeiro e cultural. Mas também motiva um retorno aos valores do nacionalismo, xenofobia e fascismo e em algumas cidades inclusive, ameaças de Terrorismo.

E aí, gostou de saber as diferenças entre cidades globais e megacidades? Se ainda ficou alguma dúvida ou tem alguma sugestão, deixe nos comentários!

Referências:
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3 comentários em “Megacidades e cidades globais: entenda as diferenças”

  1. Leidiany fidelis da Silva Alves

    **Cidades globais** são centros de importância internacional com grande influência econômica, cultural e política, como Nova York e Londres, destacando-se por sua infraestrutura avançada e conectividade global. **Megacidades** são grandes cidades com mais de 10 milhões de habitantes, mas têm menor impacto global comparadas às cidades globais. Enquanto megacidades enfrentam desafios como urbanização descontrolada, cidades globais lidam com a necessidade de equilibrar globalização e questões locais.

  2. **Cidades globais** são centros de importância internacional com grande influência econômica, cultural e política, como Nova York e Londres, destacando-se por sua infraestrutura avançada e conectividade global. **Megacidades** são grandes cidades com mais de 10 milhões de habitantes, mas têm menor impacto global comparadas às cidades globais. Enquanto megacidades enfrentam desafios como urbanização descontrolada, cidades globais lidam com a necessidade de equilibrar globalização e questões locais.

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Conteúdo escrito por:
Graduada em Relações Internacionais e licenciada em História. Mestranda em Estudos Contemporâneos da América Latina pela Faculdade de Ciências Sociais no Uruguai (UDELAR) e pela Universidade Complutense de Madrid, (UCM) na Espanha.
Ribeiro, Adriana. Megacidades e cidades globais: entenda as diferenças. Politize!, 28 de junho, 2022
Disponível em: https://www.politize.com.br/cidades-globais-e-megacidades/.
Acesso em: 9 de out, 2024.

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