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História do PSOL: a promessa do combate à extrema direita

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O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) é um dos 29 partidos políticos ativos no Brasil, sua criação foi idealizada por dissidentes do PT. Autodefinido como de esquerda, o partido disputou sua primeira eleição em 2006. Quer saber mais? Acompanhe a Politize! e descubra tudo sobre a jornada do PSOL, desde a sua fundação até os dias atuais.

Saiba como participar das eleições 2024: Como tirar o título de eleitor? Tire todas as suas dúvidas!

Qual a origem do PSOL?

Em 2003, o PT expulsou quatro membros do partido: a senadora Heloísa Helena e os deputados João Fontes, Luciana Genro e João Batista de Araújo, o Babá. Isso ocorreu quando, os quatro votaram contra o projeto do governo para a reforma da previdência, revelando divergências na cúpula do partido. Cerca de 67% dos membros do Diretório Nacional votaram pela expulsão em uma reunião conturbada, onde outros membros vaiavam o grupo e os chamavam de “stalinistas”.

Após 15 meses recolhendo assinaturas, os quatro dissidentes fundaram o PSOL, registrado no TSE em 15 de setembro de 2005. Seu surgimento foi, de certa forma, uma fissura na esquerda brasileira, introduzindo uma nova alternativa para os eleitores mais progressistas.

Confira: Para que servem os partidos políticos?

O que é defendido pelo PSOL?

O programa político do PSOL evidencia os princípios e as propostas defendidas pelo partido no âmbito da política nacional. Destacam-se entre eles:

  • O socialismo com democracia para a superação do capitalismo;
  • O rompimento com a dominação imperialista;
  • Apoio aos trabalhadores;
  • A defesa do internacionalismo;
  • Redução imediata da jornada de trabalho para 40 horas, sem redução dos salários;
  • Reforma agrária;
  • Reforma urbana;
  • Rompimento com o FMI;
  • Democratização dos meios de comunicação;
  • Preservação do meio ambiente;
  • Direito das mulheres;
  • Combate ao racismo;
  • Liberdade sexual e direitos LGBT+.

Além de muitos outros pontos que estão disponíveis na íntegra do documento.

Leia mais: Diversidade sexual no mundo: os direitos LGBT+

PSOL e a luta por relevância

Desde sua fundação, o PSOL tem trabalhado para se estabelecer como uma força política relevante. Sua primeira participação eleitoral foi na eleição que aconteceu no ano seguinte a sua formação, em 2006.

Na época, a agremiação lançou Heloísa Helena como candidata à presidência, conquistando mais de 6 milhões de votos, ficando atrás apenas dos candidatos Geraldo Alckmin e Lula, que foram para o segundo turno.

Embora tenha conquistado representação em algumas esferas do governo, o partido ainda busca expandir sua influência e alcançar um apoio mais amplo entre os eleitores brasileiros.

Guilherme Boulos durante a campanha das eleições de 2022, Nelson Almeida /AFP

As eleições de 2022 consagraram a agremiação como segundo maior partido de esquerda do Brasil. Exemplo disso é que, um dos principais nomes do partido, Guilherme Boulos, foi o deputado federal mais votado de São Paulo, com mais de 1 milhão de votos.

As disputas internas do PSOL

Assim como todos partidos, o PSOL também enfrenta desafios internos. Com a última eleição, as diferenças se mostraram mais presentes.

Em 2023, na eleição para a presidêncial naciona do PSOL, a chapa liderada por Paula Coradi, denominada “Todas as Lutas”, obteve 300 votos, enquanto o grupo conhecido como “Bloco Democrático de Esquerda” recebeu 147 votos.

Ambas as chapas são representantes de algumas tendências dentro do PSOL. A criação dessas vertentes é garantida pelo estatuto do partido:

§ 1º As tendências poderão constituir-se a qualquer tempo em âmbito municipal, estadual ou nacional, devendo ser comunicado ao respectivo organismo dirigente e ao Diretório Nacional.

As diferenças entre as chapas são claras. A chapa “Todas as lutas” representa, a vertentes “Primavera Socialista” e “Revolução Solidária”. Ambas são correntes menos radicais e defendem uma relação estreita com o Partido dos Trabalhadores (PT). Além disso, propõem o apoio do PT a candidaturas municipais do PSOL nas eleições de 2024, incluindo a de Guilherme Boulos na cidade de São Paulo.

Já a chapa “Bloco Democrático de Esquerda” integra a vertente MES (Movimento Esquerda Socialista) e, entre outros, pontos defende a independência do partido em relação ao governo Lula.

Paula Coradi, presidente do PSOL. Foto: Tuane Fernandes

A vitória de Coradi é atribuída ao apoio das militâncias Primavera Socialista e Revolução Solidária, que são consideradas mais moderadas em suas abordagens.

Essas correntes defendem uma relação próxima com o Partido dos Trabalhadores (PT) e buscam o respaldo do PT para as candidaturas municipais do PSOL para 2024.

Tais questões internas têm, por vezes, impactado a capacidade do PSOL de formular uma estratégia política coesa e amplamente aceita.

As personalidades do PSOL

Nomes relevantes para a história da política brasileira estão trilhando sua história junto ao PSOL. Confira:

Erika Hilton

Deputada Erika Hilton. Foto: Bruno Spada. Câmara dos Deputados.

Em 2022, Erika Hilton foi eleita como a primeira deputada federal negra e trans do Brasil. Em sua atuação política, tem como principal pauta a defesa dos direitos humanos, principalmente de pessoas negras e LGBTs.

Antes de seu mandato como deputada, já havia sido eleita a vereadora mais votada do país, em 2020, em São Paulo, cidade em que nasceu, com 256.903 votos.

Além disso, ocupou a posição de presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Paulo por dois anos seguidos.

Em fevereiro de 2024, se tornou a primeira líder parlamentar trans na história do Congresso.

Veja também: Representatividade política: o que diz a legislação brasileira?

Luiza Erundina

Deputada Luiza Erundina. Foto: Câmara Arquivo/ABr

Luiza Erundina é deputada federal, eleita por São Paulo, com quase 114 mil votos para o mandato de 2023-2026. Começou sua trajetória como professora e sindicalista, antes de ingressar na política, onde se destacou como vereadora, na década de 1970.

Em 1988, tornou-se a primeira mulher a ser eleita prefeita da cidade de São Paulo.

Erundina já foi deputada federal por diversos mandatos, sempre defendendo pautas sociais, direitos humanos e igualdade de gênero.

Veja também: Voto feminino: a história do voto das mulheres

Sônia Guajajara

Ministra Sônia Guajajara. Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Sonia Bone de Sousa Silva Santos, indígena do povo Guajajara, é uma líder indígena e ativista brasileira, nascida em 1974, no Maranhão. Como coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), atuou na denúncia das violações dos direitos indígenas e na promoção da cultura e identidade dos povos originários.

Em 2018, foi candidata a vice-presidente da República pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), sendo a primeira indígena a concorrer a esse cargo na história do Brasil. Em 2022, foi eleita deputada federal e hoje ocupa o cargo de ministra dos Povos Indígenas.

Saiba mais: O que você sabe sobre o Ministério dos Povos Indígenas?

Guilherme Boulos

Deputado Guilherme Boulos. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Nascido em São Paulo, em 1982, Guilherme Boulos tem sua história política marcada pelo ativismo em defesa dos direitos humanos, justiça social e moradia digna, atuando de forma constante com o MST e o MTST.

Em 2018, foi candidato à presidência da República pelo PSOL, junto com Sônia Guajajara. Em 2022, foi eleito, sendo o deputado federal mais votado de São Paulo.

Já em 2024, anunciou sua pré-candidatura à prefeitura de São Paulo, juntamente com Marta Suplicy.

Entenda: Você sabe por que o seu voto é secreto?

A próxima eleição pode ser decisiva para a consolidação do PSOL como grande força da esquerda brasileira. Qual a sua opinião? Deixe nos comentários!

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Por ser apaixonada por leitura desde pequena, escrever se tornou minha profissão e parte da minha identidade. Sou caiçara, jornalista e curiosa sobre como as relações sociais e políticas funcionam.

História do PSOL: a promessa do combate à extrema direita

22 abr. 2024

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