Retrospectiva Politize: Janeiro 2020

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O povo pediu, e, como no Politize a voz dos nossos usuários é a voz que nos move, as Retrospectivas estão de volta!

No último dia de cada mês, traremos para você um resumo dos principais acontecimentos que o marcaram. Desejamos  um 2020 de muito sucesso, conquistas, e, é claro! educação política e defesa da democracia. E então, pronto(a) para relembrar o que aconteceu neste mês? Vem com a gente!

O que aconteceu na Política Nacional?

1) O Brasil e a democracia

O ano já começou com uma péssima notícia para os defensores da democracia. Segundo pesquisa do instituto Datafolha, caiu de 69%  para 62% o percentual de entrevistados que declararam que a democracia é melhor que qualquer outra forma de governo. Nessa mesma pesquisa, subiu de 13% para 22% aqueles que afirmam não se importar se o governo é uma democracia ou uma ditadura. Uma boa forma de ir contra essa tendência é ter bem claro o que é uma democracia e o que é uma ditadura.

Já em relação ao Índice da Democracia de 2019, promovido pela revista The Economist, – que varia de 0 a 10 e leva em conta os critérios de Liberdades Civis, Cultura Política, Participação Política, Funcionamento do Governo e Processo Eleitoral e Pluralismo – a média global dos 167 países analisados caiu de 5,48, em 2018, para 5,44.

No caso brasileiro, caímos duas posições, passando a ocupar a 52ª posição no ranking global e o 10º lugar na América Latina. Quando o índice foi lançado, o país ocupava a posição 42. Em 2008, subimos para 41 e desde então temos caído no ranking. A atual nota brasileira é 6,86, o que coloca o país como uma Democracia Falha. O relatório completo se encontra disponível para download em inglês.

Quer ajudar o Politize! no ideal de tornar o Brasil uma democracia plena? Confira nosso programa de Embaixadores, que em fevereiro abrirá novas inscrições ou seja um Redator Voluntário.

2) Os anos passam e a polarização permanece!

A indicação de “Democracia em Vertigem” ao Oscar de melhor documentário demonstrou que a polarização política no Brasil continua viva. O documentário mostra a visão da cineasta brasileira Petra Costa sobre os acontecimentos envolvendo o impeachment de Dilma Rousseff (que tal uma retrospectiva do impeachment?). Enquanto para os críticos o documentário tem um claro viés ideológico, distorce alguns acontecimentos e omite outros, para seus apoiadores ele é uma clara denúncia do que entendem ter sido um “golpe” para a retirada da então presidente, que culminou no enfraquecimento da democracia brasileira.

Em relação à pesquisas de popularidade do governo, a pesquisa da Confederação Nacional de Transportes apontou aumento da popularidade do atual presidente Bolsonaro entre agosto de 2019 e janeiro de 2020. De acordo com a pesquisa, 34, 5% dos apoiadores consideram o governo ótimo ou bom e 31% o consideram ruim ou péssimo. Já segundo o Instituto Datafolha, em pesquisa realizada em dezembro, a aprovação de Bolsonaro é de 30% e sua rejeição de 36%.

De uma forma ou de outra, a polarização está presente e provoca uma ‘guerra’ de opiniões e informações nas redes sociais e nas conversas do dia a dia, o que torna muito difícil ouvir o outro lado e ter conversas construtivas. Pensando nisso, o Politize! lançou o Despolarize, um projeto que fornecerá uma série de materiais de boas práticas para diálogos construtivos mesmo com quem pensa diferente de você.

3) Brasil: a caminho da OCDE?

No dia 15 de janeiro, durante uma reunião da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, em Paris, os Estados Unidos entregaram uma carta aos demais membros apoiando que o Brasil seja o próximo a iniciar um processo de entrada na OCDE. Essa vem sendo uma das maiores bandeiras da política externa de Bolsonaro desde que foi eleito.

Em outubro do ano passado, os Estados Unidos haviam enviado uma carta semelhante à OCDE, mas apontando apenas Argentina e Romênia como os próximos países que deveriam entrar. Possivelmente, a vitória de Alberto Fernandez nas eleições na Argentina (que aconteceram em outubro), substituindo Macri (tradicional aliado de Trump) pode ter levado à mudança de postura estadunidense. Entenda o que é a OCDE.

4) Gleen Greenwald denunciado pelo Ministério Público

O jornalista Gleen Greenwald, fundador do jornal The Intercept Brasil, foi denunciado pelo Ministério Público Federal junto a outras seis pessoas sob a acusação de hackeamento dos celulares de autoridades da República, como o Ministro da Justiça Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol. Veja a íntegra da denúncia.

Em 20 de dezembro do ano passado, a Polícia Federal encerrou o inquérito sobre o caso, inocentando Gleen Greewald. Mesmo sem o aval da PF, o procurador do Ministério Público Federal, Wellington Oliveira, entendeu que Gleen, ao orientar por mensagem de texto o grupo de hackers a apagar mensagens, teria auxiliado no delito. Confira mais detalhes na matéria completa da Folha sobre o caso.

Cabe agora à Justiça decidir se aceitará ou não a denúncia do MPF. Ela será analisada pelo juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara de Justiça Federal de Brasília. Enquanto críticos de Gleen enxergam a denúncia a Gleen como justa, seus defensores a veem como um ataque á liberdade de imprensa. Confira mais sobre o que é liberdade de imprensa.

Gleen ficou conhecido internacionalmente com a divulgação dos casos de espionagem do governo dos Estados Unidos revelados pelo ex-agente da CIA e NSA Edward Snowden, pela qual ganhou um prêmio Pulitzer (maior prêmio do jornalismo mundial). No Brasil, se tornou uma figura polêmica após a divulgação da série de reportagens “Vaza Jato”, na qual aponta, por meio de mensagens de texto obtidas de celulares de autoridades, uma suposta parcialidade da Operação Lava Jato. Confira as reportagens do The Intercept sobre a Vaza Jato.

5) Juiz de garantias, longe de estar garantido

Uma das medidas do Pacote Anticrime, sancionado no final de 2019, é o chamado Juiz de Garantias, que seria um segundo juiz do processo penal brasileiro. Suas funções seriam “controle de legalidade da investigação criminal” e “salvaguarda dos direitos individuais”.

Na prática, os processos penais passariam a contar com um juiz responsável por promover investigações e realizar decisões que dizem respeito à investigações, como pedidos de prisão preventiva, por exemplo, e outro juiz seria responsável pelo julgamento do caso.

O acúmulo dos dois papéis é uma das maiores críticas sofridas por Sérgio Moro, enquanto juiz da Lava Jato, nas reportagens do The Intercept citadas acima. Moro inclusive já manifestou publicamente suas críticas à figura do Juiz de Garantias. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por sua vez, defende a aplicação da figura.

No dia 15 de janeiro, o presidente do STF, Ministro Dias Toffoli, havia suspendido a aplicação da maior parte dos pontos sobre o juiz de garantias por 180 dias. Por sua vez, o Ministro Luiz Fux, próximo presidente do STF, no dia 22, passou por cima da decisão de Tófolli, suspendendo o Juiz de Garantias por tempo indeterminado.

6) Problemas no ENEM e SISU

Este foi um mês complicado para o Ministério da Educação. Por um lado, o pouco divulgado novo processo de consulta popular do Future-se, que terminou no último dia 24, pode representar avanços nas intenções do Ministério para as Universidades e Institutos Federais. Por outro, os problemas no Exame Nacional do Ensino Médio e no Sistema de Seleção Unificado colocaram em xeque a confiança do atual Ministro Abraham Weintraub e sua equipe em conduzir a pasta.

Aproximadamente 6.000 candidatos teriam percebido erros nas correções de suas provas que não haviam sido notados pelo MEC. Para a Folha, funcionários do MEC teriam afirmado que o resultado do ENEM não é 100% confiável. O SISU, sistema no qual os jovens utilizam suas notas para entrar nas universidades também foi contestado. No dia 24, foi acatado um pedido de liminar provisória da Defensoria Pública da União para que os resultados do programa não fossem divulgados.  No dia 28, por sua vez, a liminar foi derrubada pelo STJ. Com a apresentação dos resultados, estudantes relataram erros para acessar a lista de espera dos cursos.

Em meio às críticas, aliados de Weintraub iniciaram uma campanha incentivando sua permanência.

7) O discurso de Goebbels e Regina Duarte

O então Secretário da Cultura, Roberto Avim, no dia 16 de janeiro, gravou um vídeo no qual fazia um discurso muito semelhante ao do braço direito de Hitler, o ministro da propaganda Joseph Goebbels, em 1933. Além do discurso, ao fundo do vídeo podia-se ouvir a ópera favorita de Adolf Hitler.

“A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo. Ou então não será nada” (Discurso de Avim)

“A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada” (Discurso de Goebbels)

A aproximação ao discurso Nazista levou à demissão de Avim e a pedidos para que seja responsabilizado criminalmente. O acontecimento também levantou uma série de críticas ao governo pela escolha de Avim para o cargo. Confira nosso conteúdo sobre o que foi o Nazismo.

Para o lugar de Avim, Bolsonaro chamou a atriz Regina Duarte, conhecida por ser uma de suas maiores apoiadoras entre as celebridades. Mesmo criticada por alguns apoiadores de Olavo de Carvalho, Bolsonaro manifestou diversas vezes apoio a Regina, afirmando acreditar que ela será capaz de implementar as mudanças na Cultura esperadas por ele e seus apoiadores.

8) Desmonte de um Super Ministério?

Um dos rumores que perpassou o mês foi o de uma possível recriação do Ministério de Segurança Pública. Atualmente, a pasta da Segurança Pública está alocada no Ministério da Justiça (confira nosso texto sobre esse ministério), sob o comando de Sérgio Moro. Caso fosse recriada, a pasta poderia diminuir o poder de Moro e até foram levantados boatos de sua saída do governo.

De acordo com o jornal O Antagonista, Bolsonaro teria recebido pressões para a recriação do Ministério. Outra teoria, como trazido pela BBC, é a de que essa seria uma tentativa de enfraquecer Moro, que poderia ser adversário nas eleições de 2022.

No dia 24, enquanto fazia uma visita oficial à Índia, Bolsonaro voltou atrás em declaração anterior e descartou a recriação do Ministério da Segurança Pública no momento, assim como qualquer atrito com Moro.

Você sabe quais são os Ministérios do Governo? Confira nosso post!

Quanto a Moro, neste mês o ministro apareceu bastante na mídia, em entrevistas ao Roda Viva e ao Pânico. Entre os temas abordados em entrevistas, sua possível indicação ao STF foi vista por ele como uma “perspectiva natural e interessante“.

9) Previdência, reformada mas ainda deficitária

Mesmo com a Reforma da Previdência aprovada no último ano (confira tudo em nosso texto ou vídeo), a previdência brasileira terminou 2019 com o seu maior rombo da história.  O valor chegou a 318, 4 bilhões, 10% maior que o de 2018. A expectativa do governo é a de que em 2020 os efeitos da Reforma sejam sentidos, diminuindo o déficit até o fim do ano.

E o que aconteceu na Política Internacional?

1) Incêndios na Austrália

2019 foi um dos anos mais secos da história da Austrália. Como uma das consequências, o país enfrentou uma série de incêndios, que atingiram 6,3 milhões de hectares (1 hectar = 10.000m²), mais de 1.000 casas e mataram ao menos 25 pessoas e 480 milhões de animais.

O tamanho da tragédia ambiental ainda está sendo mensurado. O governo da Austrália tem usado helicópteros para sobrevoar as áreas queimadas jogando alimentos para os animais sobreviventes.

No Brasil, o assunto gerou comparações com os incêndios na Amazônia. Confira as diferenças nesta matéria do G1 e entenda melhor o panorama dos incêndios nesta do Nexo.

Animais mortos nos incêndios da Austrália. Foto: ABC News
Animais mortos nos incêndios da Austrália. Foto: ABC News

2) Impeachment de Trump

Nos Estados Unidos, segue o processo de Impeachment do presidente Donald Trump. Aprovado na Câmara, de maioria Democrata, cabe ao Senado, de maioria Republicana (partido do presidente) decidir dar ou não prosseguimento ao caso.

Tudo aponta para uma absolvição do presidente, mas ainda há tentativas entre os Democratas do Senado para ouvir John Bolton, ex-conselheiro de segurança nacional, que estava para lançar seu livro The Room Where It Happened: A White House Memoir, que, segundo rumores, poderia conter informações que incriminam Trump.

No dia 29, a Casa Branca suspendeu a publicação do livro de Bolton por alegar que ele continha informações confidenciais.

Para saber mais, confira nosso texto sobre como funciona um processo de impeachment nos Estados Unidos e veja um resumo detalhado do caso nesta matéria da BBC.

3) Fim da novela do Brexit

Depois de uma série de impasses internos e externos, no dia 29 de janeiro, o Parlamento Europeu aprovou o acordo do Brexit negociado com o Primeiro-Ministro britânico Boris Johnson. O acordo já havia sido aprovado internamente, em meio à vitória de Boris Johnson na última eleição para o parlamento britânico, no qual conquistou a maioria.

Após o resultado da votação, membros do Parlamento Europeu cantaram juntos Auld Lang Syne, uma tradicional canção escocesa de despedida.

4) Mudanças na Família Real britânica

Continuando na Inglaterra, o casal Príncipe Harry e Meghan Markle anunciou, no dia 08 de janeiro, sua renúncia aos cargos de membros sêniores na família real inglesa. Com isso, eles deixam de representar oficialmente a rainha e de receber dinheiro para cumprir deveres reais. Harry era o sexto na linha de sucessão ao trono.

O casal perde seus títulos de “sua alteza real” e ambos concordaram em ressarcir os cofres públicos com o valor da reforma de sua residência (aproximadamente R$ 13 milhões), pela qual pagarão aluguel.

Quem provavelmente ficou feliz com isso foram os redatores de The Crown, série sobre a realeza inglesa, que tem tudo para ganhar novas temporadas. E você, entenda bem as diferenças entre Monarquia e República?

5) Fórum Econômico Mundial

Dia 21 de janeiro, teve início o 50º encontro anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Como sempre acontece na cidade, é comum ouvirmos falar do encontro pelo nome “Davos”. O encontro acontece desde 1971 e reúne algumas das principais autoridades da economia política mundial. Confira um histórico dos principais acontecimentos dos últimos 50 anos montado pelo Estadão.

Em 2020, o fórum contou com a presença de nomes como Donald Trump (presidente dos Estados Unidos), Angela Merkel (chanceler da Alemanha), Emmanuel Macron (presidente da França) e Boris Jhonson (primeiro ministro da Inglaterra) e apresentou uma série de painéis, com questões que vão da economia ao clima, educação, tecnologia, entre outros. Você pode assistir aos principais acontecimentos no youtube do Fórum.

No caso brasileiro, dois nomes se destacaram:  o Ministro da Economia Paulo Guedes e o apresentador e possível candidato à presidência Luciano Huck. No caso de Guedes, o grande destaque foi o anúncio da intenção do Brasil de aderir ao Acordo de Compras Governamentais, da OMC, que permite a participação de empresas estrangeiras em licitações no país e das brasileiras em licitações de outros países (Não sabe o o que é uma licitação? A gente explica!). Se quiser se aprofundar nesse e outros pontos, confira essa matéria do Nexo.

Já Huck participou, no dia 23, do painel sobre desigualdades na América Latina, tratando de temas como desigualdade, educação e meio ambiente e cobrou maior participação do Brasil em outros painéis para além dos painéis econômicos. Huck chegou a ser chamado em voz alta de “próximo presidente” por membros da plateia.

Vale lembrar que em 2017, o Politize! foi premiado pelo Fórum. Confira!

6) Irã e Estados Unidos: terceira guerra?

O ano começou com um ataque dos Estados Unidos ao Iraque, que resultou na morte do general iraniano Qasem Soleimani. O acontecimento foi visto por muitos com um possível risco de escalada para algo ainda maior. O ex-chanceler brasileiro Celso Amorim chegou a apontar o ataque como o “fato mais grave desde a Crise dos Mísseis” (momento da Guerra Fria onde Estados Unidos e URSS estiveram mais próximas de um conflito direto). E, no Twitter, hashtags apontando para uma 3ª Guerra Mundial se proliferaram.

No dia 7, em retaliação, o Irã atacou duas bases dos Estados Unidos no Iraque. No dia 8, no entanto, a queda de um avião ucraniano perto de Teerã (capital iraniana) que vitimou 176 pessoas acabou desviando o foco das atenções, principalmente quando o governo iraniano admitiu tê-lo derrubado por acidente.

Que tal conferir nosso texto sobre o Irã e sobre a relação entre Irã e Estados Unidos da pesquisadora em Oriente Médio Helena Cherem?

Muitos especialistas enxergam uma arrefecida nas tensões e que o principal campo deste conflito será o campo cibernético. Para uma análise completa sobre esse evento, confira esse podcast do Xadrez Verbal.

7) Putin manobrando na Rússia

No dia 15 de janeiro, o presidente Russo, Vladmir Putin, anunciou algumas propostas de emendas constitucionais (entenda o que é uma emenda constitucional) na Rússia. A principal mudança é o fortalecimento da figura da Duma (câmara baixa do parlamento) e do primeiro-ministro.

Putin propôs que a Duma não só concordasse, mas fosse responsável pela aprovação do primeiro-ministro, assim como a aprovação dos ministros do gabinete de ministros. O presidente, por sua vez, ficaria impossibilitado de se opôr à formação do gabinete de ministros, podendo, contudo, retirá-los no caso de moções de confiança ou caso não exerçam bem suas obrigações. Confira mais detalhes nesta reportagem do Sputinik.

No dia 23, as mudanças foram aprovadas por unanimidade por todos os presentes na Duma. Analistas apontam que as mudanças podem ser parte de uma manobra de Putin para se manter no poder após o fim de seu mandato presidencial em 2024.

Confira nosso texto sobre como funciona o país de Putin!

8) Luanda Leaks

O Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), no mês de janeiro, divulgou uma investigação envolvendo a empresária Isabel dos Santos, a mulher mais rica da África. Filha de um ex-presidente angolano, Isabel é acusada de ter se aproveitado do poder político do pai para, com empresas de fachada e informações privilegiadas, construir sua fortuna. O dinheiro desviado chegou, inclusive, a vir parar na Paraíba.

Membros do ICIJ, a revista Piauí, o portal Poder360 e a Agência Pública publicaram uma série de reportagens sobre o caso. Confira!

Capa da reportagem "O império de Isabel", da Agência Pública
Capa da reportagem “O império de Isabel”, da Agência Pública

9) O coronavirus. Uma nova pandemia?

Um novo vírus chinês tem preocupado o mundo. No dia 30 de janeiro, a Organização Mundial da Saúde (entenda a OMS) declarou o coronavirus uma emergência internacional. Na China, ações para o isolamento da cidade de origem do vírus foram tomadas, desde a proibição de vôos, a orientações para que as pessoas não saiam de casa. Neste vídeo apresentado pelo Diário de Pernambuco, ruas da cidade aparecem desertas.

O G1 preparou uma matéria bem completa sobre tudo o que sabe até o momento sobre o vírus. No momento da escrita deste texto, estima-se que o vírus tenha matado 213 pessoas. Já o Brasil apresenta 9 casos suspeitos, identificados pelo SUS, sem mortes até o momento.

Entenda o que é o SUS e sua importância.

Ao clicar na imagem abaixo, você pode acompanhar em tempo real o mapa de casos confirmados montado pela Universidade John Hopkins.

10) Trump e a proposta de acordo Israel – Palestina

Um dos conflitos mais duradouros de nosso tempo, o conflito entre Israel e Palestina ainda parece longe de um fim. Caso você não entenda o porquê desse impasse, temos uma série de textos sobre Israel e Palestina que explicam.

No final de janeiro (28), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma proposta de acordo de Paz, a qual foi pensada em parceria com Israel, mas sem consultar os palestinos. O plano, entre outros pontos, incluiria mudanças de fronteiras e uma “Jerusalém Oriental” palestina, sem abrir mão, contudo, de considerar Jerusalém integralmente a capital de Israel. (Entenda as disputas histórias por Jerusalém).

Em nota, o Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores brasileiro) endossou o plano de Trump. Os palestinos, por sua vez, rejeitaram completamente o plano de Trump e o consideraram “uma piada“.

Vale lembrar que Israel, desde setembro de 2019, vive um impasse político onde os principais partidos não conseguem formar maioria no parlamento. Ao anunciar a tentativa de acordo ao lado de Benjamin Netanyahu, Trump pode ter tentado fortalecer sua posição.

11) Protestos no Chile

Na América Latina, seguem os protestos no Chile. No ano passado nós já explicamos para você “o que está acontecendo no Chile” e neste ano a situação não está mais estável. No último dia 30 um torcedor do Colo-Colo (clube de futebol tradicional do país) foi morto atropelado por um caminhão da polícia, desencadeando uma nova onda de protestos e até mesmo pedidos para a paralisação do futebol.

Alguns outros acontecimentos marcantes…

1) Grammy e Billie Ellish

No dia 26, aconteceu o Grammy 2020, uma cerimônia da Academia de Gravação dos Estados Unidos que premia anualmente profissionais destaque na indústria da música.

O grande destaque dessa edição foi a cantora Billie Ellish, que, aos 18 anos, ganhou 5 das 6 categorias em que foi indicada (Álbum do ano, Gravação do ano, Canção do ano, Artista Revelação e Melhor álbum vocal de pop). A cantora se tornou, também a primeira mulher a levar os 4 prêmios principais (Álbum do ano, Gravação do ano, Canção do ano, Artista Revelação) em uma mesma edição.

Não sabe quem é Billie Ellish? Se for o caso, o omelete preparou o texto “Quem raios é Billie Ellish?” para te explicar. O omelete também te mostra todos os vencedores do Grammy 2020.

2) Globo de Ouro

No dia 5 de janeiro aconteceu, nos Estados Unidos, a 77ª edição do Globo de Ouro, prêmio que premia profissionais de cinema e televisão dentro e fora dos Estados Unidos.  Você pode conferir os 25 vencedores (14 do cinema e 11 da televisão) nesta matéria do G1.

E, no dia 9 de fevereiro, acontecerá o Oscar 2020. Até lá, o Politize! preparará vídeos sobre alguns dos filmes indicados, comentando sua relação com temas políticos. Fique de olho em nossas redes sociais e confira o primeiro dos vídeos!

3) Kobe Bryant, a partida de uma lenda

No dia 26 de janeiro, o mundo perdeu, aos 41 anos, Kobe Bryant, por 20 anos astro do Los Angeles Lakers e uma das maiores lendas do basquete mundial, partindo o coração de milhares de fans e amantes do esporte pelo mundo. Caso não o conheça, confira quem foi Kobe Bryant!

O Politize! manifesta solidariedade a todos os familiares, fans e amigos de Kobe. 

Capa da Revista Time em homenagem a Kobe Bryan
Capa da Revista Time em homenagem a Kobe Bryan

Ufa! Bastante coisa, né? E ainda assim estamos longe de cobrir tudo o que aconteceu. E aí? O que achou da retrospectiva? Lembra de algum acontecimento importante que não foi citado? Deixe seus comentários! =D

Referências:

Pesquisa DataFolha – Índice da Democracia – Pesquisa da CNT – G1 (Carta de apoio ao Brasil na OCDE) – G1 (Novas taxas dos EUA ao aço e alumínio) –  Íntegra da Denúncia a Gleen – Folha (sobre a denuncia a Gleen) –  G1 (Caso Snowden) – TheIntercept(VazaJato) – G1(Aprovação do pacote anticrime) – Veja(Moro sobre juiz de garantias) – G1 (Oab sobre juiz de garantias) – Diário Popular (Sobre o Future-se) – Folha (Funcionários do MEC sobre ENEM) – Congressoemfoco (Suspensão do SISU) – Educação.uol (Derrubada da suspensão do SISU) – Correio Braziliense (sobre erros na lista de espera do SISU) – Coreio Braziliense (Campanha de apoio a Weintraub) – Nexo (Discurso de Roberto Avim) – Gazeta do Povo (Pedido de criminalização de Avim) – Notícias.uol(Regina Duarte e críticas olavistas)OAntagonista (Pressão apra recriação de MSP) – BBC (MSP para enfraquecer Moro) – Agência Brasil (Bolsonaro descarta MSP) –Roda Viva (Entrevista de Moro) – Pânico (Entrevista de Moro) – Metrópoles (Moro sobre STF) – Folha(Rombo da previdência) – G1(Incêndios na Austrália)G1 (Diferenças entre incêndio na Austália e Amazônia) – Nexo(Incêndios na Austrália) – Estado de Minas (Suspensão do livro de Bolton) – BBC (O processo de ipeachment de Trump) – Agência Brasil (vitória de Boris Johnson) – Estadão (histórico de Davos) – Folha (Huck em Davos) – Nexo (Guedes em Davos) – G1(Ataque do Irã a bases dos EUA) – NY Times (Conflito Cibernético Irã – EUA) – Xadrez Verbal (Podcast sobre Irã – EUA) – Sputnik (Emendas de Putin) – Aljazeera (Aprovação das emendas de Putin) – Agência Pública (Luanda Leaks) – G1 (OMS declara emergência internacional)G1 (Tudo sobre o Coronavirus)Estadão (Mortes por coronavirus) – G1 (Casos suspeitos no Brasil) – John Hopkins (Mapa em tempo real do corona) – BBC (Plano de paz de Trump) – Aljazeera (Resposta dos Palestinos) – Omelete (Billie Ellish)Omelete (Vencedores do Grammy)G1 (Vencedores do Globo de Ouro) – Globoesporte (Kobe Bryant)

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Conteúdo escrito por:
Coordenador do portal e da Rede de Redatores do Politize!. Graduando em Relações Internacionais pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Apaixonado por Política Internacional e pelo ideal de tornar a educação política cada vez mais presente no cotidiano dos brasileiros.

Retrospectiva Politize: Janeiro 2020

26 jul. 2024

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